|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Torcida amplia
o repertório
das vuvuzelas
LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL A JOHANNESBURGO
Foi a estreia apoteótica
das vuvuzelas no Soccer
City. Ontem, Bafana Bafana
contra México, não se ouviram hinos de guerra, tambores, olê-olê-olá.
No imenso estádio, com
público de 84.490 pessoas,
só coube o ruído ininterrupto das cornetas estoura-tímpanos que os sul-africanos
tornaram sua principal arma como torcida.
Começou-se a estabelecer código básico de conduta. A primeira ação foi o
acordo feito para que os instrumentos silenciem na exibição dos hinos nacionais.
Ontem, isso aconteceu.
O som diminuiu também
na festa de abertura e nas
falas dos presidentes da
África do Sul (Jacob Zuma) e
da Fifa (Joseph Blatter).
Uma vez iniciado o jogo,
contudo, o ruído foi ensurdecedor. Se os mexicanos
ameaçavam no ataque ou
se preparavam para cobrar
um escanteio, o instrumento era soprado longamente
-substituía a vaia, zumbido de milhões de abelhas.
Se era a África do Sul que
atacava, então a corneta de
plástico era tocada em notas curtas, fortes e ritmadas.
Virava percussão.
Aprendeu-se ontem que
os braços dos torcedores
-brancos e negros, diga-
-se- da África do Sul criavam movimentos, coreografias. Talvez tenha começado a nascer ontem a versão africana para a "ola".
TRÂNSITO PARADO
Ontem, repetiram-se os
problemas de trânsito. Para
chegar ao Soccer City, o torcedor teve de encarar de
duas a cinco horas de congestionamento em um caminho que leva apenas 30
minutos para ser feito.
A confusão afetou também outras regiões da cidade. Dentro do estádio, contudo, a organização foi impecável. Banheiros limpos,
funcionários bem treinados, lanchonetes OK.
Até uma parcela daquele
1 bilhão de preservativos
prometidos pelo Ministério
da Saúde local estava lá. No
banheiro, torcedores e torcedoras recebiam um envelope com dez camisinhas.
Colaborou PAULA CESARINO COSTA,
enviada especial a Johannesburgo
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Bisneta de Mandela morre em acidente de carro após show Índice
|