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Maradona toma o espaço dos atletas
Excentricidades do técnico da Argentina marcam seu retorno a uma Copa após 16 anos, hoje, contra Nigéria
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA
Maradona é língua solta,
surpreendente, irônico, crítico. É o centro das atenções.
Assim, serve como escudo
para pressões sobre seus jogadores, a quem trata com a
intimidade e a proteção de
um pai com seus filhos.
Maradona foi mais Maradona na véspera de sua volta
a um Mundial, hoje, diante
da seleção nigeriana, às 11h.
Elogiou seus atletas, defendeu-os de bordoadas dos
adversários, cantou uma repórter, fez piadas, gesticulou
muito e alfinetou Pelé.
Ao falar sobre seus jogadores, classificou-os como
"monstros guerreiros". Afirmou que morre por eles. E pediu proteção a eles para os árbitros do Mundial-2010.
"Espero que aqueles garotinhos que seguram o cartaz
fair play [jogo limpo] não fiquem sozinhos", defendeu,
em referência ao lema da Fifa
para evitar a violência.
Seu time é bem mais fraco
fisicamente do que o da Nigéria. Os adversários têm média de altura de 1,83 m, contra 1,78 m dos argentinos.
A proteção de Maradona a
seus jogadores também se
estende ao treino. Ontem,
deu um abraço em Messi.
Ainda o fez bater escanteios
em frente aos jornalistas para
provar que o craque não estava contundido, como se especulou na Argentina.
É comum nos treinos seus
beijos, abraços e tapas na
bunda nos comandados.
"Oxalá, [Messi] se torne o melhor de todos os tempos, mas
atrás da equipe. É o que sempre digo: ele deve ser a fruta
na sobremesa", contou.
Também fez menção ao
volante Mascherano. Disse
que seu capitão se parece
com ele na época de jogador.
Ao menos fora de campo.
Maradona disse estar mais
tranquilo agora como técnico
do que quando era atleta.
Estava tão à vontade que
arriscou uma cantada sobre
uma repórter equatoriana.
De volta ao Mundial após
16 anos de muita polêmica,
agora no banco de reservas,
Maradona mantém-se como
protagonista e torna seus jogadores coadjuvantes.
Pelo menos até hoje.
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