São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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FUTEBOL
Situação defende acordo com J. Hawilla, que representa três grupos estrangeiros; proposta de Pelé é similar
Diretoria do São Paulo define parceiro

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

O presidente do São Paulo, José Augusto Bastos Neto, optou, entre as quatro propostas recebidas pelo clube para formar parceria no departamento de futebol, pela da Traffic, agência de marketing esportivo do empresário J. Hawilla.
Apesar de estar declarando que o clube pretende conversar com outras empresas antes de definir o nome do novo parceiro, a Folha apurou que, em conversas com conselheiros são-paulinos, Bastos Neto tem defendido a proposta que J. Hawilla, pessoalmente, fez ao São Paulo no último dia 20.
Na ocasião, além da Traffic, a Pelé Sports & Marketing, do ex-ministro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, a VR, patrocinadora do Campeonato Paulista, e a Koch Tavares, empresa de marketing esportivo, fizeram propostas ao São Paulo para formação de parceria.
As duas que mais agradaram aos cerca de 20 conselheiros que estiveram presentes na exposição foram a de Hawilla e a de Pelé.
Mas a diretoria executiva do clube, que tem apoio de Milton Neves, presidente do Conselho Deliberativo, e Sebastião Duarte, do Fiscal -Ives Gandra, do Consultivo, ainda não se definiu-, acha melhor levar a da Traffic para apreciação dos demais conselheiros.
Um dos motivos é a dificuldade que a empresa de Pelé está tendo para fechar parceria para o departamento de futebol do Santos.
A outra é o fato de que não seria, necessariamente, a HMTF, sócia do Corinthians, após intermediação do próprio Hawilla, a parceira são-paulina. Além da HMTF, a Traffic representa outros três fundos de investimentos, todos norte-americanos.
O terceiro -e possivelmente principal motivo, já que as duas empresas fizeram propostas semelhantes- é o fato de a Pelé Sports & Marketing ser apoiada por parte significativa da oposição. O ex-presidente Carlos Miguel Aidar, por exemplo, é aliado de Pelé.
Porém, mais do que a empresa do ex-ministro, o maior problema de Bastos Neto é a resistência feita por alguns conselheiros, tanto de situação quanto de oposição, à venda do controle do departamento de futebol do clube.
Um dos argumentos do dirigente são os valores oferecidos tanto pela Traffic quanto pela Pelé Sports, que superariam R$ 1,2 bilhão por dez anos de contrato.
Para Bastos Neto, os valores têm de ser maiores do que o acordo da HMTF com o Corinthians -R$ 100 milhões no primeiro ano de contrato-, porque o São Paulo tem no estádio do Morumbi ""a maior vitrine de publicidade estática do Brasil", além de um moderno centro de treinamento.
Outro fator de peso, segundo ele, é o crescimento da torcida nos anos 90, que teria passado do sétimo para o terceiro lugar entre as maiores do país.
Quanto às propostas da VR e da Koch Tavares, apesar de a direção do clube tê-las definidas como ""interessantes", o problema estaria na menor injeção de dinheiro.
A VR, por exemplo, do empresário Cláudio Szajman, estaria querendo dividir a administração do futebol, mas sem oferecer os adiantamentos prometidos pela Traffic e pela Pelé Sports.


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