São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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AUTOMOBILISMO
Brasileiro estava afastado da F-1 havia dois meses; treino oficial acontece hoje
Zonta, "com um pé", é 6º no Canadá

FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Montreal

Em seu retorno à F-1 após 60 dias longe das pistas, o brasileiro Ricardo Zonta, 23, converteu-se ontem na primeira grande surpresa do fim-de-semana do GP do Canadá, sexta etapa do Mundial.
Sem usar o pé esquerdo e correndo em um circuito que não conhecia, foi o sexto mais rápido na primeira sessão livre e mudou suas perspectivas para o treino classificatório de hoje, às 14h.
"Estou feliz e confiante para amanhã (hoje)", declarou.
Zonta foi mais rápido, entre outros, do que o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, e do que seu colega na BAR, o canadense Jacques Villeneuve, ídolo em Montreal. O mais rápido do dia foi Eddie Irvine, da Ferrari, seguido por David Coulthard, da McLaren.
A última vez que o brasileiro havia efetivamente pilotado um F-1 foi nos treinos para o GP Brasil, em abril. Na ocasião, bateu forte no muro de Interlagos e rompeu oito tendões do pé esquerdo.
Desde então, passou por uma cirurgia e por um intenso trabalho de fisioterapia. Perdeu quatro etapas do campeonato e, ainda sentido dores, foi liberado pela FIA (entidade máxima do automobilismo) para correr no Canadá. Mas continua mancando até hoje.
Para não forçar os tendões, decidiu acelerar e frear com o pé direito, a exemplo do que fazem outros pilotos da categoria, como Rubens Barrichello e Jean Alesi.
Antes, Zonta acelerava com o pé direito e freava com o esquerdo, procedimento mais comum entre os 22 pilotos da F-1.
"No começo estava estranho, não sabia o quanto pisar no freio nas primeiras voltas. Depois, peguei confiança e tudo foi bem", disse. "Meu pé esquerdo está parado, sem fazer nenhum esforço."
O desempenho do brasileiro poderia até ter sido melhor caso ele tivesse trocado o jogo de pneus ao longo da sessão, como fez Giancarlo Fisichella (quinto), da Benetton.
Hoje, com pneus novos, Zonta pode ter um resultado melhor.
"Estávamos um pouco preocupado com o estado do Ricardo antes do treino. Mas ele fez um trabalho incrível", disse o escocês Craig Pollock, chefe da BAR.
Outro piloto brasileiro, Pedro Paulo Diniz, viveu ontem uma situação oposta: bateu contra um muro a 250 km/h, após perder o freio de seu Sauber e atravessar a pista e a caixa de brita. "Com certeza, foi o acidente mais assustador da minha vida", disse ele, que acabou com o 22º e último tempo.
Rubens Barrichello, da Stewart, foi o décimo colocado.
NA TV - Treino para o GP do Canadá; Globo, ao vivo, às 14h



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