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AUTOMOBILISMO
Brasileiro estava afastado da F-1 havia dois meses; treino oficial acontece hoje
Zonta, "com um pé", é 6º no Canadá
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Montreal
Em seu retorno à F-1 após 60 dias
longe das pistas, o brasileiro Ricardo Zonta, 23, converteu-se ontem
na primeira grande surpresa do
fim-de-semana do GP do Canadá,
sexta etapa do Mundial.
Sem usar o pé esquerdo e correndo em um circuito que não conhecia, foi o sexto mais rápido na primeira sessão livre e mudou suas
perspectivas para o treino classificatório de hoje, às 14h.
"Estou feliz e confiante para
amanhã (hoje)", declarou.
Zonta foi mais rápido, entre outros, do que o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, e do que seu
colega na BAR, o canadense Jacques Villeneuve, ídolo em Montreal. O mais rápido do dia foi Eddie Irvine, da Ferrari, seguido por
David Coulthard, da McLaren.
A última vez que o brasileiro havia efetivamente pilotado um F-1
foi nos treinos para o GP Brasil, em
abril. Na ocasião, bateu forte no
muro de Interlagos e rompeu oito
tendões do pé esquerdo.
Desde então, passou por uma cirurgia e por um intenso trabalho
de fisioterapia. Perdeu quatro etapas do campeonato e, ainda sentido dores, foi liberado pela FIA (entidade máxima do automobilismo) para correr no Canadá. Mas
continua mancando até hoje.
Para não forçar os tendões, decidiu acelerar e frear com o pé direito, a exemplo do que fazem outros
pilotos da categoria, como Rubens
Barrichello e Jean Alesi.
Antes, Zonta acelerava com o pé
direito e freava com o esquerdo,
procedimento mais comum entre
os 22 pilotos da F-1.
"No começo estava estranho,
não sabia o quanto pisar no freio
nas primeiras voltas. Depois, peguei confiança e tudo foi bem",
disse. "Meu pé esquerdo está parado, sem fazer nenhum esforço."
O desempenho do brasileiro poderia até ter sido melhor caso ele
tivesse trocado o jogo de pneus ao
longo da sessão, como fez Giancarlo Fisichella (quinto), da Benetton.
Hoje, com pneus novos, Zonta
pode ter um resultado melhor.
"Estávamos um pouco preocupado com o estado do Ricardo antes do treino. Mas ele fez um trabalho incrível", disse o escocês Craig
Pollock, chefe da BAR.
Outro piloto brasileiro, Pedro
Paulo Diniz, viveu ontem uma situação oposta: bateu contra um
muro a 250 km/h, após perder o
freio de seu Sauber e atravessar a
pista e a caixa de brita. "Com certeza, foi o acidente mais assustador
da minha vida", disse ele, que acabou com o 22º e último tempo.
Rubens Barrichello, da Stewart,
foi o décimo colocado.
NA TV - Treino para o GP do
Canadá; Globo, ao vivo, às 14h
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