São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Falhas marcam ensaio da abertura

Abre-alas, jacaré gigante sai do rumo na hora da saída

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O último ensaio da cerimônia de abertura do Pan, ontem, teve falhas técnicas, gafes, vaias e clima de geral do Maracanã.
Da arquibancada, a Folha assistiu ao espetáculo, atrapalhado por problemas que podem manchar a festa se ocorrerem amanhã. E também viu os convidados (foram distribuídos ingressos gratuitos) irem da impaciência com atrasos à euforia, a ponto de aplaudirem até a delegação de mentira do Brasil.
O ex-corredor Robson Caetano e Virna, do vôlei de praia, fizeram as vezes de apresentadores. Se o discurso estava ou não afinado, ninguém ouviu.
O som estava baixo e fez o estádio ser tomado pelos gritos de "aumenta o som". Já cansada com a quase uma hora de atraso, a torcida logo se cansou de ensaiar coreografias. Caetano ouviu um "não" em uníssono quando perguntou se a platéia queria repetir seus gestos.
Para tentar animar a galera, ele fez a dança do siri, do programa "Pânico", da Rede TV!. O ex-atleta trabalha para a Globo.
A empolgação só surgiu quando a cerimônia começou. E o público mostrou que nem sempre segue o script. Ao ser anunciado o nome de Lula, na primeira cena, uma vaia ecoou.
O clima foi quebrado por "Viva Essa Energia", música-tema dos Jogos cantada in loco por Ana Costa e Arnaldo Antunes.
A música é a deixa para o início do desfile das delegações, representadas por empolgados voluntários, que acenavam no telão como qualquer atleta.
A platéia, porém, não é sempre simpática aos "atores". A Argentina leva vaia. Só perde para os EUA. O Brasil é recebido de pé, com entusiasmo.
A apresentação, capitaneada pelo cenógrafo Luiz Stein e por Rosa Magalhães, encanta. É simples, mas bem resolvida. E tem como trunfo o que consagrou a carnavalesca: alegorias.
Um jacaré gigante é o abre-alas. O bicho foi responsável pelo maior apuro da organização. Os empurradores não conseguiram embicá-lo na saída. Dezenas de pessoas tentaram devolver a alegoria ao rumo, mas tiveram de desmontá-la.
Enquanto isso, as outras "alas" se espremiam para entrar em cena sem danos.
Após animais e plantas, entram em cena a praia de Copacabana, ondas, calçada, banhistas e barquinhos a deslizar no mar azul. A parte final mostra manifestações folclóricas.
Também subiram ao palco Adriana Calcanhoto, que, do alto de uma cadeira gigante, cantou "Acalanto", e Cordel do Fogo Encantado.
O número final, que teve até direito ao grito "a-ha, u-hu, o Maraca é nosso" dos dançarinos, foi feito com uma tímida voluntária no alto do palco. Pela voz, os convidados tentavam adivinhar quem era a cantora.
Segredo também foi quem acenderá a pira pan-americana e como isso será feito. O tema musical relacionado ao futebol seria uma pista? Mas os presentes descobriram que Natália Falavigna, do taekwondo, fará o juramento dos atletas. Findo o show, a missão de manter a festa sem percalços começa a ser também deles.


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