São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Organização

Pan inaugura hoje o seu olho eletrônico policial

Governo usa R$ 161 mi dos R$ 562 mi da segurança em sistema com 1.200 câmeras

Para o secretário nacional de Segurança, o risco de atentados devido à presença de delegações visadas, como a dos EUA, é "nenhum"

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

De uma sala no centro do Rio, o policial operador de câmera identifica no telão digital um veículo com homens tidos como suspeitos perto da Vila do Pan, a 38 km dali. Com o joystick, fixa no carro uma das câmeras à disposição dos Jogos.
Foca a imagem da placa e envia o alerta com os dados para um policial da sala ao lado fazer a verificação preliminar de eventual queixa de roubo ou do proprietário do veículo.
Em um monitor de tela plana, checa as viaturas mais próximas, todas com localizador de posição via satélite (GPS), e dá o alerta. PMs em quatro patrulhas abordam os suspeitos.
Com 1.200 câmeras monitorando três zonas da cidade e os locais de competição, mais de 18 mil agentes, 1.800 veículos e 14 helicópteros, o Pan tem o maior esquema de segurança já montado pela polícia no Brasil.
Para a Eco-92, também realizada no Rio, o Exército, que perdeu a disputa para comandar a segurança do Pan, usou cerca de 15 mil militares.
Tecnologia, prevenção e serviço de inteligência são a base do esquema de proteção dos Jogos Pan-Americanos, segundo a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
O órgão investiu R$ 562 milhões nos Jogos (15% do orçamento do Pan). Do total, R$ 400 milhões (71%) serão legado do Pan para o Rio.
A tecnologia é a vedete da segurança e recebeu R$ 161 milhões (29% dos gastos globais), com dispensa de licitação -para assegurar o sigilo sobre os equipamentos, de acordo com a versão oficial. Integrando 750 novas câmeras aos sistemas estadual e municipal de vigilância eletrônica, os 1.200 monitores instalados na cidade serão capazes de acompanhar o deslocamento de delegações e atletas do aeroporto à Vila do Pan e de lá para as arenas esportivas.
Serão inaugurados hoje os dois centros de comando e controle -um geral para a cidade e outro só para o Pan.
O secretário nacional de Segurança, Luiz Fernando Corrêa, diz não ter preocupação com violência nos Jogos e fala que o nível de segurança está no patamar do esquema da Olimpíada de Atenas-04 e de Pequim-08. Ele avalia que o risco de atentado terrorista devido à presença de delegações internacionais visadas, como EUA e Cuba, é "nenhum".
A aposta do sistema de segurança dos Jogos está no estabelecimento de canais de comunicação com lideranças comunitárias, abrindo mão de blindados militares voltados para favelas e a realização de blitze nas principais vias de acesso. A Senasp comandou programas de médio prazo de treinamento cívico e profissional de jovens de comunidades carentes.


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