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Organização
Pan inaugura hoje o seu olho eletrônico policial
Governo usa R$ 161 mi dos R$ 562 mi da segurança em sistema com 1.200 câmeras
Para o secretário nacional
de Segurança, o risco de atentados devido à presença de delegações visadas, como a dos EUA, é "nenhum"
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
De uma sala no centro do Rio,
o policial operador de câmera
identifica no telão digital um
veículo com homens tidos como suspeitos perto da Vila do
Pan, a 38 km dali. Com o joystick, fixa no carro uma das câmeras à disposição dos Jogos.
Foca a imagem da placa e envia o alerta com os dados para
um policial da sala ao lado fazer
a verificação preliminar de
eventual queixa de roubo ou do
proprietário do veículo.
Em um monitor de tela plana, checa as viaturas mais próximas, todas com localizador de
posição via satélite (GPS), e dá
o alerta. PMs em quatro patrulhas abordam os suspeitos.
Com 1.200 câmeras monitorando três zonas da cidade e os
locais de competição, mais de
18 mil agentes, 1.800 veículos e
14 helicópteros, o Pan tem o
maior esquema de segurança já
montado pela polícia no Brasil.
Para a Eco-92, também realizada no Rio, o Exército, que
perdeu a disputa para comandar a segurança do Pan, usou
cerca de 15 mil militares.
Tecnologia, prevenção e serviço de inteligência são a base
do esquema de proteção dos
Jogos Pan-Americanos, segundo a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
O órgão investiu R$ 562 milhões nos Jogos (15% do orçamento do Pan). Do total,
R$ 400 milhões (71%) serão legado do Pan para o Rio.
A tecnologia é a vedete da segurança e recebeu R$ 161 milhões (29% dos gastos globais),
com dispensa de licitação -para assegurar o sigilo sobre os
equipamentos, de acordo com a
versão oficial. Integrando 750
novas câmeras aos sistemas estadual e municipal de vigilância
eletrônica, os 1.200 monitores
instalados na cidade serão capazes de acompanhar o deslocamento de delegações e atletas do aeroporto à Vila do Pan e
de lá para as arenas esportivas.
Serão inaugurados hoje os
dois centros de comando e controle -um geral para a cidade e
outro só para o Pan.
O secretário nacional de Segurança, Luiz Fernando Corrêa, diz não ter preocupação
com violência nos Jogos e fala
que o nível de segurança está
no patamar do esquema da
Olimpíada de Atenas-04 e de
Pequim-08. Ele avalia que o risco de atentado terrorista devido à presença de delegações internacionais visadas, como
EUA e Cuba, é "nenhum".
A aposta do sistema de segurança dos Jogos está no estabelecimento de canais de comunicação com lideranças comunitárias, abrindo mão de blindados militares voltados para
favelas e a realização de blitze
nas principais vias de acesso. A
Senasp comandou programas
de médio prazo de treinamento
cívico e profissional de jovens
de comunidades carentes.
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