São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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JUCA KFOURI

Iniesta faz a festa


Com o gol no fim da prorrogação, Iniesta foi o nome do jogo e virou o nome da Copa africana


ANDRÉS INIESTA acaba de entrar definitivamente para a história do futebol mundial.
Uma história que começa graças a um técnico holandês do Barcelona, Louis van Gaal, que o promoveu ao time principal, e que quase é interrompida por outro técnico holandês do Barça, Frank Rijkaard, que não o firmava como titular.
Ontem ele foi o algoz da terceira tentativa holandesa de ganhar a Copa do Mundo, ao receber livre na área uma bola bem enfiada por Fàbregas.
O mesmo Fàbregas que já tinha lhe dado uma bola e ele demorou para concluir, porque essa não é exatamente sua especialidade, que consiste em marcar tão bem como organizar o time.
Iniesta fez o que parecia impossível numa decisão que se arrastava num 0 a 0 interminável, talvez na maior sucessão de gols desperdiçados da história das finais de Copa.
O que estava previsto como o jogo dos craques se alternou entre o jogo dos gols perdidos e o da deslealdade, principalmente por parte dos holandeses, provavelmente irritados porque a bola ficava muito mais com os rivais.
Não bastassem a deslealdade e a intranquilidade na hora de botar a bola na rede, eis que a arbitragem foi pusilânime, ao contemporizar com a violência e só determinar uma expulsão, a do zagueiro holandês Heitinga, já no segundo tempo da prorrogação. Sem se dizer que, no lance imediatamente anterior ao gol espanhol, houve um claro escanteio para a Holanda que a arbitragem transformou em tiro de meta espanhol.
Enfim, não foi a final sonhada, embora o resultado tenha sido o melhor possível, porque obtido pelo time que gosta de jogar futebol e que tem um técnico à moda antiga, que não está nem aí para o marketing pessoal, essa coisa que desgraça carreiras pelo mundo afora.
Se bem que, frustrado, devo confessar que a linda festa preparada pelos africanos para encerrar a Copa ficou mais bonita ainda na TV do que no Soccer City, coisa que pude testemunhar por estar no estádio e ver pelo monitor. Mas nada se iguala à emoção de poder ficar em pé e aplaudir a figura de Nelson Mandela, ao lado de outras 85 mil pessoas do mundo inteiro, num momento raro e, talvez, derradeiro. Ah, e em relação à seleção brasileira, faltou dizer uma coisa: Deus não quis.

blogdojuca@uol.com.br


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