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Campeã dita pobreza de gols da Copa
Espanha tem pior ataque da história entre os que conquistaram a taça
DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A campeã Espanha, considerada uma equipe ofensiva,
é o retrato da pobreza de gols
da Copa deste ano, a segunda com pior média de gols
por partida da história: 2,27,
número que supera apenas o
do Mundial de 1990 (2,21).
A Fúria marcou apenas oito gols em sete partidas. E
precisou dos últimos minutos da prorrogação para selar
seu primeiro título mundial.
No mata-mata, a equipe
venceu todos os jogos pelo
placar mínimo. O que garantiu a taça foi a defesa intacta.
Casillas foi vazado pela última vez contra o Chile, na fase de grupos. Ele fecha a Copa com a marca de 433 minutos sem levar gol, superando
bem o tempo que o uruguaio
Muslera ficou invicto no início do torneio (338 minutos).
A maior sequência da Espanha sem sofrer gols em Copas
lhe rendeu o inédito título.
O Mundial-10 teve 17 jogos
com 1 a 0, recorde na história
do torneio em números absolutos, e a Espanha foi quem
mais venceu por esse placar
(quatro vezes no mata-mata).
Os espanhóis fizeram metade dos gols dos alemães
(16), que ficaram em terceiro
lugar. Até o Brasil e a Argentina, eliminados nas quartas,
balançaram mais as redes do
que a Fúria -nove. Os campeões mundiais fecharam a
Copa com apenas o sexto melhor ataque da disputa.
A Espanha é, segundo a Fifa, quem mais teve finalizações, em média por partida,
na Copa. Foram 17,3 arremates a gol por jogo. E 121 finalizações para fazer oito tentos
-o time campeão mundial
precisou dar 15 chutes para
marcar, em média, um gol.
Ontem, mais uma vez, a dificuldade da Espanha em definir as jogadas ficou evidente. O time até criou chances,
mas pecou nas conclusões,
com David Villa e Fàbregas.
Fernando Torres, uma das
esperanças de gol, fez campanha bem abaixo da expectativa e perdeu posto no time
titular. Ontem, entrou no final, mas apareceu mais
quando caiu sentindo lesão.
Villa respondeu por 62,5%
dos gols da Espanha na Copa-2010. Mas não anotou nos
dois jogos finais e até foi
substituído ontem, algo que
poderia fazer falta numa disputa de pênaltis, bem perto
de ocorrer na decisão.
A Espanha ontem deu 18
chutes a gols, contra 13 da
Holanda. Porém jogou meia
hora a mais que nas outras
partidas. O time do técnico
Vicente del Bosque manteve
seu estilo de manter mais a
posse de bola (57% do jogo).
A falta de pontaria espanhola enganou muita gente
no estádio. Por três vezes torcedores gritaram gol em lances em que a bola chutada
por um espanhol pegou na
rede pelo lado de fora.
Por fim, a Espanha fica para a história como o pior ataque de um campeão mundial, com média de só 1,14 gol
por jogo.
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ,
PAULO COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
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