São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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Campeã dita pobreza de gols da Copa

Espanha tem pior ataque da história entre os que conquistaram a taça


DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A campeã Espanha, considerada uma equipe ofensiva, é o retrato da pobreza de gols da Copa deste ano, a segunda com pior média de gols por partida da história: 2,27, número que supera apenas o do Mundial de 1990 (2,21).
A Fúria marcou apenas oito gols em sete partidas. E precisou dos últimos minutos da prorrogação para selar seu primeiro título mundial.
No mata-mata, a equipe venceu todos os jogos pelo placar mínimo. O que garantiu a taça foi a defesa intacta.
Casillas foi vazado pela última vez contra o Chile, na fase de grupos. Ele fecha a Copa com a marca de 433 minutos sem levar gol, superando bem o tempo que o uruguaio Muslera ficou invicto no início do torneio (338 minutos). A maior sequência da Espanha sem sofrer gols em Copas lhe rendeu o inédito título.
O Mundial-10 teve 17 jogos com 1 a 0, recorde na história do torneio em números absolutos, e a Espanha foi quem mais venceu por esse placar (quatro vezes no mata-mata).
Os espanhóis fizeram metade dos gols dos alemães (16), que ficaram em terceiro lugar. Até o Brasil e a Argentina, eliminados nas quartas, balançaram mais as redes do que a Fúria -nove. Os campeões mundiais fecharam a Copa com apenas o sexto melhor ataque da disputa.
A Espanha é, segundo a Fifa, quem mais teve finalizações, em média por partida, na Copa. Foram 17,3 arremates a gol por jogo. E 121 finalizações para fazer oito tentos -o time campeão mundial precisou dar 15 chutes para marcar, em média, um gol.
Ontem, mais uma vez, a dificuldade da Espanha em definir as jogadas ficou evidente. O time até criou chances, mas pecou nas conclusões, com David Villa e Fàbregas.
Fernando Torres, uma das esperanças de gol, fez campanha bem abaixo da expectativa e perdeu posto no time titular. Ontem, entrou no final, mas apareceu mais quando caiu sentindo lesão.
Villa respondeu por 62,5% dos gols da Espanha na Copa-2010. Mas não anotou nos dois jogos finais e até foi substituído ontem, algo que poderia fazer falta numa disputa de pênaltis, bem perto de ocorrer na decisão.
A Espanha ontem deu 18 chutes a gols, contra 13 da Holanda. Porém jogou meia hora a mais que nas outras partidas. O time do técnico Vicente del Bosque manteve seu estilo de manter mais a posse de bola (57% do jogo).
A falta de pontaria espanhola enganou muita gente no estádio. Por três vezes torcedores gritaram gol em lances em que a bola chutada por um espanhol pegou na rede pelo lado de fora.
Por fim, a Espanha fica para a história como o pior ataque de um campeão mundial, com média de só 1,14 gol por jogo.
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)


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