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Mandela vai à festa, e Fifa se vê aliviada
Meia hora de shows e coreografia marca encerramento da Copa em que tudo ocorreu melhor do que se previa
DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
No final, Nelson Mandela
apareceu, ainda que por três
minutos. E a África do Sul fechou a Copa com defesa explícita do objeto mais polêmico do evento, a vuvuzela.
Foi rápida a cerimônia de
encerramento do Mundial,
no Soccer City. Meia hora de
efeitos visuais, curtos shows
e coreografias sobre um telão
horizontal no gramado.
Às 18h41, quando as luzes
se apagaram e canhões de
luz foram acesos, a África do
Sul repetiu um de seus truques favoritos. Um avião deu
rasante sobre o estádio, gerando grande estrondo. Era o
sinal para o início da festa.
A primeira imagem que se
viu foi dela, a vuvuzela. No
telão, a imagem da Terra, rodeada por várias cornetas.
Em seguida, centenas de
pessoas no chão formavam
uma grande vuvuzela. O recado estava dado: não importam as críticas de todos os
cantos do mundo, o objeto é
um orgulho sul-africano.
Descalça, Shakira abriu os
shows, com o hino da Copa.
Seguiram-se artistas locais.
No show do coral sul-africano Ladysmith Black Mambazo, uma manada de "elefantes" foi ao gramado, cercando o lago que surgiu no
telão horizontal. O "buraco
d"água" nas savanas, para
onde convergem os animais,
é simbólico na África. Representa vida e comunidade.
Às 19h14, ele surgiu. Após
a decepção da abertura,
quando Mandela não apareceu em razão da morte de
uma bisneta num acidente
de carro, a aguardada aparição foi curta e imprevista.
De luvas e gorro de lã exagerado para a noite não tão
fria (14C), ele deu uma volta
no meio do campo em um
carrinho de golfe, ao lado da
mulher, Graça Machel. A oito dias de fazer 92 anos,
Mandela sofre para andar.
Acenou para a plateia,
que ensaiou um coro de
"Madiba! Madiba!", apelido
de Mandela. Mas não houve
uma reação histérica. Talvez
porque o estádio estivesse
cheio de estrangeiros.
A participação encerrou-
-se no agradecimento do
presidente Joseph Blatter a
Mandela, sentado. O sorriso
do suíço ao cumprimentar o
sul-africano exibiu que, ao
final da Copa em que tudo
ocorreu melhor do que se
previa, a Fifa respirou aliviada.
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO
MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
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