São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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Mandela vai à festa, e Fifa se vê aliviada

Meia hora de shows e coreografia marca encerramento da Copa em que tudo ocorreu melhor do que se previa

DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

No final, Nelson Mandela apareceu, ainda que por três minutos. E a África do Sul fechou a Copa com defesa explícita do objeto mais polêmico do evento, a vuvuzela.
Foi rápida a cerimônia de encerramento do Mundial, no Soccer City. Meia hora de efeitos visuais, curtos shows e coreografias sobre um telão horizontal no gramado.
Às 18h41, quando as luzes se apagaram e canhões de luz foram acesos, a África do Sul repetiu um de seus truques favoritos. Um avião deu rasante sobre o estádio, gerando grande estrondo. Era o sinal para o início da festa.
A primeira imagem que se viu foi dela, a vuvuzela. No telão, a imagem da Terra, rodeada por várias cornetas.
Em seguida, centenas de pessoas no chão formavam uma grande vuvuzela. O recado estava dado: não importam as críticas de todos os cantos do mundo, o objeto é um orgulho sul-africano.
Descalça, Shakira abriu os shows, com o hino da Copa. Seguiram-se artistas locais.
No show do coral sul-africano Ladysmith Black Mambazo, uma manada de "elefantes" foi ao gramado, cercando o lago que surgiu no telão horizontal. O "buraco d"água" nas savanas, para onde convergem os animais, é simbólico na África. Representa vida e comunidade.
Às 19h14, ele surgiu. Após a decepção da abertura, quando Mandela não apareceu em razão da morte de uma bisneta num acidente de carro, a aguardada aparição foi curta e imprevista.
De luvas e gorro de lã exagerado para a noite não tão fria (14C), ele deu uma volta no meio do campo em um carrinho de golfe, ao lado da mulher, Graça Machel. A oito dias de fazer 92 anos, Mandela sofre para andar.
Acenou para a plateia, que ensaiou um coro de "Madiba! Madiba!", apelido de Mandela. Mas não houve uma reação histérica. Talvez porque o estádio estivesse cheio de estrangeiros.
A participação encerrou- -se no agradecimento do presidente Joseph Blatter a Mandela, sentado. O sorriso do suíço ao cumprimentar o sul-africano exibiu que, ao final da Copa em que tudo ocorreu melhor do que se previa, a Fifa respirou aliviada.
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)


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