São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2008

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VÔLEI

Com sobras, Brasil passa por cima de algozes

Meninas, superadas pela Rússia em partidas cruciais, fazem 3 a 0

BRASIL
Enfrenta a Sérvia, pelo 3º triunfo, às 3h30 da madrugada de amanhã


EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

A seleção brasileira mostrou que está afiada para lutar pela medalha de ouro do torneio olímpico feminino de vôlei, com vitórias acachapantes sobre a Argélia (3 a 0) e a atual campeã mundial Rússia (3 a 0). Agora, na próxima madrugada (3h30 de Brasília), tem mais um teste difícil: pega a Sérvia.
Sobre a nova adversária, o técnico Zé Roberto Guimarães afirmou que "o time está completo e é bom". Mas o Brasil levou vantagem sobre a Sérvia no Grand Prix, recentemente.
Destacou ainda que a Sérvia é considerada "a equipe brasileira da Europa", ou seja, tem um estilo muito parecido com o da seleção nacional. "O Zé sabe tudo dos rivais e agora passa as informações. O certo é que a Sérvia vai exigir muito mais do que a Rússia", disse a ponta Mari.
A central Fabiana, um dos destaques da partida de ontem, também é cautelosa. "A Sérvia joga mais rápido, um adversário mais difícil. Vamos precisar de concentração total."
A ponta Paula Pequeno aponta a boa estatura e bloqueio e ataque fortes como os pontos que são mais importantes na equipe européia.
Ontem, no Ginásio Capital, num jogo carregado de temor por causa dos últimos reveses sofridos diante das russas -especialmente na semifinal da Olimpíada de Atenas-04 e na final do Mundial do Japão-06-, as brasileiras venceram de forma contundente, até mesmo espetacular, sem dar chance de reação, com parciais de 25/14, 25/14 e 25/16, em apenas uma hora e quatro minutos.
"O resultado foi surpreendente. Eu esperava mais luta, mas elas [russas] desistiram de jogar", declarou Mari, criticada em Atenas, quando diante da Rússia, na partida que valia a passagem à final, cometeu erros em momentos decisivos.
As russas, antes de encarar as brasileiras, já haviam perdido das italianas em Pequim.
A equipe toda destacou a força defensiva como o ponto de desequilíbrio a favor do Brasil. "Olhando os números, parece que foi fácil, mas não é bem assim. Nós determinamos o ritmo, e elas não acharam o jogo", falou Paula Pequeno.
O Brasil começou jogando com a levantadora Fofão, as pontas Mari e Paula, as centrais Walewska e Fabiana, a oposto Sheilla e a líbero Fabi.
Todas elas estavam no grupo vice mundial dois anos atrás. Sobre os tropeços passados, nenhuma quer mais comentar.
Já o técnico da Rússia, o italiano Giovanni Caprara, não poupou elogios ao Brasil, em especial pela precisão técnica.
Criticou sua própria equipe, insinuando que as jogadoras não se esforçaram para participar do último Grand Prix -vencido pelo Brasil pouco antes dos Jogos-, fato que está pesando na campanha em Pequim. "Falta ritmo de jogo."
A seleção brasileira disputa o Grupo B, juntamente com Argélia, Rússia, Sérvia, Cazaquistão e Itália. O Grupo A tem Japão, Venezuela, Polônia, Cuba, China e EUA. Os quatro primeiros de cada chave são emparceirados na segunda fase para jogos mata-mata.

14
pontos fez a meio-de-rede Fabiana contra a Rússia. Ela já havia sido a principal pontuadora da seleção na estréia, contra a Argélia, com 11 pontos. Também tiveram alto rendimento no ataque na vitória de ontem as pontas Paula Pequeno (13 pontos) e Mari (10) e a oposto Sheilla (11). A principal anotadora da Sérvia, próxima rival do Brasil, é Brakocevic (31 pontos em dois jogos).


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