São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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POSSE E PRECISÃO

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A NOVA JERSEY

Foram só 90 minutos, mas que serviram para mostrar, ao contrário do que Dunga pregava, que no futebol moderno o Brasil pode, sim, tocar muito e bem a bola. E isso no campo de ataque.
Na estreia de Mano Menezes como técnico da seleção, nos 2 a 0 contra os EUA, anteontem, o time trocou mais passes do que em qualquer um dos mais de 50 jogos sob o comando de Dunga.
Segundo o Datafolha, no jogo em Nova Jersey, o Brasil fez 697 passes, com o fantástico aproveitamento de 93,4%. Na era Dunga, a média de trocas de bola ficou em 400 (nunca passou de 600 no total), com um índice de acerto bem menor (87%).
E, ante os EUA, a bola passou muito mais por quem tem talento. Juntos, Robinho, Ganso e Neymar distribuíram 200 passes, ou um terço das tentativas do Brasil. Ganso foi o segundo do time com mais bolas distribuídas (só atrás de André Santos).
O trio que brilhou no Santos superou 90% de aproveitamento nas trocas de bola. Na Copa-10, os brasileiros que davam mais passes estavam na defesa, em especial o lateral Maicon e os volantes (Gilberto Silva e Felipe Melo).
Os gols ante os americanos saíram após belas trocas de passes. "Foi uma vitória com a cara do futebol brasileiro", celebrou Ganso, que na estreia vestiu a camisa 10, que não pesou para ele. Já Neymar repetiu Pelé e fez gol na primeira partida pelo Brasil.
Ganso evitou criticar Dunga por não ter ido à Copa. "Não demos reposta para ele. A resposta foi para nós mesmos e também para todo brasileiro que clamou por nós." Robinho, um dos jogadores mais queridos de Dunga, exaltou a nova forma de o Brasil jogar. "Vamos jogar para a frente, com qualidade, claro que em busca da vitória", declarou ele, que foi capitão do time em Nova Jersey.
O Brasil volta a campo no início de setembro -o mês tem duas datas da Fifa para jogos de seleções. Só que a CBF não anunciou contra quem e onde o Brasil jogará. Existe a chance de que, pela dificuldade em achar rivais, o time abra mão de uma data.

Colaborou CRISTINA FIBE, de Nova York


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