São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2011

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ANÁLISE

Escolha indica predileção por dinossauros africanos

FÁBIO ZANINI
EDITOR DE MUNDO

Quando os Bongo chegaram ao poder no Gabão, Pelé ainda não tinha feito mil gols. Mano Menezes tinha 5 anos.
A adversária do Brasil no amistoso marcado para o fim do ano é a mais longeva dinastia africana, no poder desde 1967 (primeiro com Omar Bongo, morto há dois anos, e agora com seu filho Ali).
O Brasil, assim, mostra seu fraco por dinossauros do continente. O Gabão é um dos poucos regimes mais velhos que o de Robert Mugabe (Zimbábue), no poder há meros 31 anos, que recebeu a seleção de Dunga no ano passado.
Ali Bongo, 59, preside uma ditadura light, em que a repressão é substituída por um sistema de cooptação política de chefes locais que inviabiliza a vida da oposição. Sua eleição em 2009 foi provavelmente fraudada, mas os protestos caíram no vazio.
O petróleo abundante (embora declinante) ajuda a amaciar a vida para a classe alta gabonesa e a comunidade de expatriados, a maioria oriundos da antiga metrópole, a França. A capital, Libreville, é famosa por servir a melhor culinária francesa da África.
Para o resto da população, a coisa não vai tão bem. A injeção de petrodólares deprime a economia local e faz do país um dos mais caros do mundo. O índice de pobreza é tipicamente africano, superando 50% da população.
Há, entretanto, dinheiro para investir no futebol, e o Gabão sediará no ano que vem a Copa Africana de Nações, ao lado da Guiné Equatorial, essa sim uma ditadura severíssima. O presidente até gosta do esporte e da seleção brasileira. Mas sua verdadeira paixão é o snooker.


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