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Nike pagou propina
à CBF, diz Edmundo
CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
do "Notícias Populares"
Em uma gravação obtida pelo
jornal "Notícias Populares", o
atacante Edmundo afirma que a
escalação de Ronaldinho na final
da Copa do Mundo era exigência
de um contrato especial, assinado
entre a CBF e a Nike, sua fornecedora de material esportivo.
Segundo Edmundo, a negociação foi comandada pelo presidente da entidade, Ricardo Teixeira.
"A Nike tem força (na seleção).
Ela negociou direto com o presidente. Quer dizer, o presidente é
que levou a porcentagem na negociação", diz o jogador.
Edmundo diz que "o negócio da
Nike é uma coisa verdadeira".
"Tem um contrato que o Ronaldo
tem que jogar todos, todos os jogos, os 90 minutos."
A Nike negou, em uma nota oficial, a existência do contrato.
"Esse tipo de ação sugeriria uma
intromissão fortíssima da Nike na
CBF. A Nike não faz intromissões
técnicas, seria loucura", diz a nota, na qual, porém, a empresa se
recusa a dar detalhes do contrato.
Ronaldinho mantém contrato
pessoal com a empresa, da qual é
um dos maiores garotos-propaganda do mundo.
A polêmica em torno da escalação do atacante na final da Copa
do Mundo começou pouco antes
da partida, no estádio de Saint-Denis, na periferia de Paris.
Após sofrer uma crise nervosa
no hotel, Ronaldinho foi substituído por Edmundo na escalação
oficial entregue pela CBF à Fifa.
Ronaldinho foi levado a um hospital e acabou sendo confirmado
na equipe titular 45 minutos antes
do jogo, tirando assim as chances
de Edmundo iniciar a partida.
Na gravação, Edmundo diz ter
acompanhado a ação do médico
Lídio Toledo no episódio, que teria revoltado os jogadores.
"Todo mundo ficou meio puto
com o Lídio, porque quando ele
(Ronaldinho) tava passando mal
(...), o doutor Lídio só ficava assim: "Vai passar, vai passar'."
No mês passado, Edmundo já
havia declarado que a Nike mantinha uma pessoa infiltrada na concentração da seleção e que a decisão pela escalação de Ronaldinho
havia sido influenciada pela empresa -o que foi rebatido pelo
técnico Zagallo e pela CBF.
Como agora, a Nike também negou a acusação, alegando que um
assessor teria feito apenas uma visita ao Château de Grande Romaine durante o período do Mundial.
Na nota em que nega as declarações de Edmundo, a Nike cita um
amistoso da seleção no ano passado para fazer sua defesa.
Para a empresa, "um exemplo
que Ronaldinho não tem de jogar
por imposição os 90 minutos é o
jogo realizado na Arábia Saudita
em 16 de dezembro passado, na
Copa das Confederações. O Brasil
ganhou de 3 a 2 do México, e Ronaldinho foi substituído no segundo tempo por Bebeto".
Ontem à tarde e à noite, a Folha
procurou o jogador para que comentasse a gravação. O assessor
pessoal do atleta, Helinho, disse
que Edmundo estava em uma reunião particular, sem condições de
ser contatado.
Com a Reportagem Local
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