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FUTEBOL
Mais de 10 contratações na temporada superam US$ 15 milhões; transação única bate US$ 50 milhões
Europa superinflaciona jogadores
RODRIGO BUENO
da Reportagem Local
A Europa enlouqueceu de vez.
As transações de jogadores para
a temporada 1999/2000 estão extrapolando todos os limites. Somando só as dez maiores negociações das últimas semanas, chega-se a quase US$ 300 milhões.
Apenas o atacante Vieri, que fez
cinco gols na Copa de 98 pela Itália, custou, no total, US$ 51,6 milhões. O jogador foi comprado
pela Inter de Milão junto à Lazio e
entrou para a história como o jogador mais caro do futebol.
Mas isso é questão de tempo. O
Manchester United, da Inglaterra,
recebeu uma proposta da Fiorentina de US$ 56,7 milhões pelo
meia Beckham, o mesmo que foi
expulso no Mundial em jogo decisivo contra a Argentina.
O mesmo Manchester United já
aceita pagar quase US$ 50 milhões ao Barcelona pelo meia-atacante brasileiro Rivaldo -jogador cuja rescisão contratual custa
quase US$ 100 milhões.
Anelka, um atacante francês
que não foi à Copa do Mundo
-deu lugar ao limitado Guivarch-, custou ao Real Madrid
US$ 38,7 milhões. O ex-jogador
do Arsenal já é o segundo mais caro jogador do planeta.
Já no ano passado, o pequeno
Betis, da Espanha, tratou de superinflacionar o mercado, desembolsando mais de US$ 35 milhões
pelo meia-atacante Denílson, ainda em ascensão no São Paulo.
O brasileiro Amoroso, o argentino Verón e o ucraniano Shevchenko, três jogadores de bom nível que se destacaram na temporada passada, custaram quase
US$ 30 milhões cada a Parma, Lazio e Milan, respectivamente.
Quase todos os grandes clubes
do mundo estão fazendo as maiores contratações de suas histórias
agora. É o caso de Real Madrid,
Milan e Ajax, por exemplo.
Itália
Na Itália, os negócios têm suplantado todas as expectativas.
Além do Milan, Inter, Lazio, Parma e Roma gastaram mais de US$
20 milhões em uma contratação.
A Lazio, ao que parece, fez o negócio do ano. Comprou Vieri do
Atlético de Madrid por quase US$
30 milhões. Vendeu meses depois
o jogador para a Inter por US$ 50
milhões -com o valor é possível
comprar cem modelos da Ferrari
mais cara vendida no Brasil (veja
quadro ao lado).
O Vaticano chegou a condenar
a transação de Vieri, assim como
fez em 92 quando o atacante Lentini, mesmo sem tanto prestígio,
trocou a Fiorentina pelo Milan.
Na ocasião, a negociação, que
superou US$ 20 milhões, gerou
suspeitas sobre lavagem de dinheiro, especialmente porque o
magnata Silvio Berlusconi, envolvido em alguns escândalos na Itália, tratou da compra do atleta.
Espanha
O mercado espanhol tem feito
frente ao milionário Campeonato
Italiano nos últimos anos. Mesmo
clubes modestos, como o Betis,
têm desembolsado altos valores.
O país facilita a atuação de grandes empresários internacionais,
como Juan Figer. E trabalha com
vultosas rescisões contratuais.
""Eles fazem uma rescisão contratual muito alta para ninguém
me comprar. Ofereceram metade
da minha cláusula, mas eu estou
satisfeito no Barcelona e vou continuar", disse Rivaldo.
Assim como ele, Roberto Carlos, lateral-esquerdo do Real Madrid, renovou agora seu contrato
com o clube -a rescisão dele supera US$ 100 milhões.
O Real Madrid dispensou o
meia-atacante iugoslavo Mijatovic agora. Apesar disso, o clube
pedia a qualquer interessado mais
de US$ 100 milhões para a quebra
do contrato com o jogador.
Outros países
Além de Itália e Espanha, que
comandam a megalomania do
mercado, outros países têm extrapolado na compra de atletas.
A Inglaterra apresenta um mercado bastante aquecido, especialmente após a oferta de US$ 1,03
bilhão pelo Manchester United
feita pelo grupo BSkyB.
O Arsenal, por exemplo, lucrou
com a venda de Anelka e aplicou
o dinheiro em outro atacante
francês. Gastou quase US$ 16 milhões em Henry, ex-Monaco.
O valor até que é baixo se comparado com o que o Manchester
pagou, na temporada passada,
por Yorke (US$ 23 milhões), um
atacante de Trinidad e Tobago.
O Lyon, da França, quebrou o
recorde do país ao pagar quase
US$ 16 milhões pelo atacante brasileiro Sonny Anderson, ao Barcelona. O clube espanhol teve prejuízo com o atleta, pois havia pago
por ele, ao Monaco, US$ 20 milhões no ano retrasado.
Na Holanda, o Ajax, que tradicionalmente revela jogadores,
gastou quase US$ 10 milhões por
um atacante grego, Machlas. E o
pequeno Vitesse desembolsou
quase a metade desse valor para
ficar com o atacante Van Hooijdonk, reserva da seleção.
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