São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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FUTEBOL
Time falha nas finalizações e vê torcida hostilizar até o presidente do clube

São Paulo estréia Leão em casa com empate e vaias

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo pode ter lucrado ontem com o jogo no Pacaembu, mas saiu no prejuízo com sua torcida. Na estréia do técnico Leão em casa, o empate por 0 a 0 com o Cruzeiro revoltou os torcedores, que chamaram o time de "sem vergonha", pediram jogadores e hostilizaram o presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
Foi a terceira partida seguida em casa sem vitória do São Paulo, que agora tem 49 pontos e permanece na quinta colocação.
Ontem, o clube, que alugou o estádio do Pacaembu porque cedeu o Morumbi para um show musical, recebeu seu segundo maior público (13.074 pagantes), que torceu o nariz para o time.
Com a troca de estádio, os são-paulinos saíram de bolsos cheios, lucraram R$ 350 mil, mas terão problemas para atrair novamente seus torcedores.
Na partida de ontem, a torcida viu uma partida de nível técnico fraco e muito violenta. De acordo com o Datafolha, o confronto foi o mais faltoso do Campeonato Brasileiro, com 79 infrações (40 foram cometidas dos cruzeirenses, e 39, pelos são-paulinos).
Reflexo disso, foram aplicados muitos cartões, quatro para cada lado. O zagueiro Fabão, mais faltoso, acabou não sendo punido.
"O descontentamento dos torcedores ocorreu porque fomos um time agressivo, que buscou o resultado, mas encontrou um adversário que veio para se defender", afirmou o técnico Leão, que foi poupado pela torcida.
"O torcedor tem direito de pedir reforços, mas o time não é sem vergonha, tem brio", afirmou o goleiro e capitão Rogério, que precisou fazer apenas duas fáceis defesas na partida -no segundo tempo, não foi incomodado.
O São Paulo, com três zagueiros, conseguia anular os atacantes cruzeirenses. No meio-campo, a forte marcação das duas equipes emperrava o trabalho dos meias.
Dessa forma, Danilo passou a jogar quase como um terceiro atacante, e o time do Morumbi levava mais perigo. Os são-paulinos seguiam a ordem de Leão, jogavam com velocidade, mas finalizavam muito mal.
Nos primeiros 20 minutos, por quatro vezes a equipe chegou ao gol, mas Grafite, Danilo e Jean erraram o alvo. Em duas oportunidades, quando acertaram o gol, Artur parou os rivais ao defender chutes de Grafite e Jean.
No segundo tempo, os comandados de Leão voltaram ainda mais agressivos. A principal opção ofensiva continuava sendo Jean. Primeiro, pela esquerda, ele obrigou Artur a boa defesa.
Em seguida, ele tabelou com Cicinho, entrou na área, e chutou forte. O goleiro cruzeirense novamente evitou o gol.
Gabriel, que entrou no lugar de Cicinho, também teve a oportunidade de abrir o placar, mas, na frente do gol, chutou em cima de Artur. Ao todo, o São Paulo finalizou 14 vezes, porém as seis que foram em direção à meta cruzeirense pararam em defesas de Artur.
Os gols perdidos irritaram Leão, que tirou Grafite e colocou Diego Tardelli. O atacante deixou o campo sob vaias dos torcedores. Mas não mudou muita coisa.
Sem organização, o São Paulo tentava o gol, mas não teve força para tirar o zero do placar.

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