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Acuado, Hamilton ataca rivais
Em Monza, piloto da McLaren diz que teve mais coragem que Raikkonen na polêmica disputa de Spa
Apenas quarto colocado
no Mundial, finlandês evita discussões na véspera dos primeiros treinos para o GP da Itália, 14ª etapa da F-1
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA
Um Lewis Hamilton mais arredio do que de costume apareceu ontem no motorhome da
McLaren em Monza. Menos de
uma semana depois da punição
que lhe custou a vitória no GP
da Bélgica, o piloto inglês e sua
manobra sobre Kimi Raikkonen dominaram entrevistas e
conversas no paddock italiano.
Apesar de manter o discurso
de que não levou vantagem ao
cortar a chicane para ultrapassar o ferrarista em Spa-Francorchamps, seus companheiros
de F-1 foram unânimes ao discordar de sua alegação.
E, como um animal acuado,
Hamilton começou a atacar.
Por ora, fora das pistas. Hoje,
nos primeiros treinos para o
GP da Itália, 14ª de 18 etapas do
Mundial, promete repetir a
postura também ao volante.
"Chego aqui como se tivesse
vencido. Não me sinto desapontado porque tive muito
apoio. Sinto-me bem e pronto
para vencer esta corrida."
Segundo Norbert Haug, vice-presidente da Mercedes, o inglês tem planos ambiciosos.
"Lewis me perguntou: "De preferência temos de vencer todas
as corridas que faltam, não?"."
Ontem, ainda sem macacão e
sob enorme proteção da assessoria de imprensa da McLaren,
que fez um discurso antes de
deixá-lo falar explicando que
havia coisas a que ele não poderia responder, Hamilton atacou
para todos os lados.
"É muito fácil para quem não
está ganhando corridas ou não
está envolvido julgar os outros", falou, sobre os pilotos
que concordaram com a decisão dos comissários. "Eu nunca
saio do traçado a não ser que seja absolutamente necessário."
Mas sua maior vítima acabou
sendo mesmo Raikkonen, com
quem travou um belo duelo nas
últimas voltas, já com a pista
belga úmida, e que resultou na
ultrapassagem polêmica.
Ao ser questionado sobre o
fato de o carro da McLaren ter
mais aderência que o da Ferrari, por isso Raikkonen teria
freado antes e conseguido
manter o traçado no momento
da ultrapassagem polêmica,
Hamilton não titubeou.
"Não, os carros estavam com
a mesma aderência. Este é o jeito dele de guiar. Se você não
tem colhão para frear mais tarde, problema seu", falou, sentado num banquinho de metal e
visivelmente incomodado com
a quantidade de jornalistas interessados em sua versão.
"É justamente nessas situações que um piloto pode realmente chegar ao limite, e acho
que sou muito bom nessas condições. Eu estava sentindo o
carro melhor que ele, sabia onde colocá-lo para fazer a manobra e fiz", completou o líder do
Mundial, dois pontos de folga
para Felipe Massa, o segundo.
Em relação ao finlandês, agora quarto colocado na tabela,
são 19 pontos de vantagem.
Mais tarde, no motorhome
da Ferrari, tão apinhado quanto o da rival momentos antes,
Raikkonen fez questão de não
entrar na polêmica. "Se ele disse isso, problema dele. Cada um
tem direito a ter sua opinião, e
no fim das contas ele cortou
uma chicane, e não fui eu quem
tomou a decisão de puni-lo", falou o campeão mundial.
"E ele foi punido não por brecar antes ou depois, mas sim
por ter obtido uma vantagem",
completou Raikkonen, que disse não guardar más recordações da corrida, mesmo tendo
acabado no muro.
"Foi uma pena perder os
pontos, mas me diverti muito
mais naquelas voltas do que na
maioria dos GPs", completou.
NA TV - Treino para o GP da Itália
Sportv, ao vivo, às 9h
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