São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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Acuado, Hamilton ataca rivais

Em Monza, piloto da McLaren diz que teve mais coragem que Raikkonen na polêmica disputa de Spa

Apenas quarto colocado no Mundial, finlandês evita discussões na véspera dos primeiros treinos para o GP da Itália, 14ª etapa da F-1


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA

Um Lewis Hamilton mais arredio do que de costume apareceu ontem no motorhome da McLaren em Monza. Menos de uma semana depois da punição que lhe custou a vitória no GP da Bélgica, o piloto inglês e sua manobra sobre Kimi Raikkonen dominaram entrevistas e conversas no paddock italiano.
Apesar de manter o discurso de que não levou vantagem ao cortar a chicane para ultrapassar o ferrarista em Spa-Francorchamps, seus companheiros de F-1 foram unânimes ao discordar de sua alegação.
E, como um animal acuado, Hamilton começou a atacar. Por ora, fora das pistas. Hoje, nos primeiros treinos para o GP da Itália, 14ª de 18 etapas do Mundial, promete repetir a postura também ao volante.
"Chego aqui como se tivesse vencido. Não me sinto desapontado porque tive muito apoio. Sinto-me bem e pronto para vencer esta corrida."
Segundo Norbert Haug, vice-presidente da Mercedes, o inglês tem planos ambiciosos. "Lewis me perguntou: "De preferência temos de vencer todas as corridas que faltam, não?"."
Ontem, ainda sem macacão e sob enorme proteção da assessoria de imprensa da McLaren, que fez um discurso antes de deixá-lo falar explicando que havia coisas a que ele não poderia responder, Hamilton atacou para todos os lados.
"É muito fácil para quem não está ganhando corridas ou não está envolvido julgar os outros", falou, sobre os pilotos que concordaram com a decisão dos comissários. "Eu nunca saio do traçado a não ser que seja absolutamente necessário."
Mas sua maior vítima acabou sendo mesmo Raikkonen, com quem travou um belo duelo nas últimas voltas, já com a pista belga úmida, e que resultou na ultrapassagem polêmica.
Ao ser questionado sobre o fato de o carro da McLaren ter mais aderência que o da Ferrari, por isso Raikkonen teria freado antes e conseguido manter o traçado no momento da ultrapassagem polêmica, Hamilton não titubeou.
"Não, os carros estavam com a mesma aderência. Este é o jeito dele de guiar. Se você não tem colhão para frear mais tarde, problema seu", falou, sentado num banquinho de metal e visivelmente incomodado com a quantidade de jornalistas interessados em sua versão.
"É justamente nessas situações que um piloto pode realmente chegar ao limite, e acho que sou muito bom nessas condições. Eu estava sentindo o carro melhor que ele, sabia onde colocá-lo para fazer a manobra e fiz", completou o líder do Mundial, dois pontos de folga para Felipe Massa, o segundo.
Em relação ao finlandês, agora quarto colocado na tabela, são 19 pontos de vantagem.
Mais tarde, no motorhome da Ferrari, tão apinhado quanto o da rival momentos antes, Raikkonen fez questão de não entrar na polêmica. "Se ele disse isso, problema dele. Cada um tem direito a ter sua opinião, e no fim das contas ele cortou uma chicane, e não fui eu quem tomou a decisão de puni-lo", falou o campeão mundial.
"E ele foi punido não por brecar antes ou depois, mas sim por ter obtido uma vantagem", completou Raikkonen, que disse não guardar más recordações da corrida, mesmo tendo acabado no muro.
"Foi uma pena perder os pontos, mas me diverti muito mais naquelas voltas do que na maioria dos GPs", completou.

NA TV - Treino para o GP da Itália
Sportv, ao vivo, às 9h



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