Cientistas calculam tempo de jamaicano nos 100 m em Pequim se o velocista não tivesse desacelerado

DA REPORTAGEM LOCAL

A desaceleração no meio da prova e, ainda assim, a quebra do recorde mundial nos 100 m em Pequim não deixaram dúvidas de que Usain Bolt é o homem mais rápido do mundo. A questão que ficou aberta é o quão mais baixo poderia ter sido o atual recorde (9s69) não fosse pela irreverência do jamaicano na final olímpica.
A resposta: incríveis 9s55. Ela foi dada ontem por um grupo de cientistas do Instituto de Teorias Astrofísicas da Universidade de Oslo, na Noruega.
Segundo artigo publicado na revista especializada "New Scientist", esse seria o tempo que Bolt poderia ter cravado se tivesse optado trocar a comemoração antes da linha de chegada por manter o mesmo ritmo ao longo dos 100 m.
Os físicos chegaram à conclusão de que o recorde da prova seria 0s14 mais baixo analisando imagens de TV da competição, quadro a quadro.
A partir disso, fizeram cálculos levando em consideração a posição de Bolt em cada imagem, sua velocidade e sua desaceleração nos últimos 20 metros da prova. Analisaram também o desempenho de Richard Thompson, medalha de prata nos Jogos, e depois compararam os resultados.
Os físicos noruegueses, no entanto, fazem uma ressalva. Como a base para a conclusão de que Bolt poderia chegar a 9s55 foram imagens de TV, cuja taxa de gravação costuma ser de, no máximo, 30 quadros por segundos, enquanto câmeras preparadas para realizar testes dessa natureza gravam entre 125 e 250 quadros por segundo. Um cálculo conservador aponta que o recorde poderia ser um pouco mais "alto": 9s61 -ainda assim, tempo menor do que o recorde anotado em Pequim.
"Os resultados não podem ser tomados como definitivos. São produto de uma aplicação divertida da física", diz Hans Eriksen, que chefiou o estudo.


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