São Paulo, sábado, 12 de setembro de 2009

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Só futebol estatizado resolve, diz Evo Morales

Presidente da Bolívia critica time nas eliminatórias

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Bolívia, Evo Morales, quer levar ao extremo a presença do governo no futebol do seu país.
Descontente com o desempenho da seleção boliviana, que recebe o Brasil no próximo mês, nas eliminatórias sul-americanas (está na penúltima posição e já sem chance de garantir uma vaga na Copa do Mundo da África do Sul), o político disse ser a favor da estatização da modalidade.
"O futebol tem um caráter privado, mas tem que ser estatizado para ter uma representação digna", disse Morales na cidade de Cochabamba.
"Lamentamos o desempenho da nossa seleção nas eliminatórias. O futebol até agora foi dirigido por personalidades esportivas, mas não dá resultados", completou o presidente.
Morales, porém, reconhece a dificuldade na intervenção, que pode fazer até com que a Fifa exclua o futebol boliviano das competições internacionais.
Não é de hoje que o político boliviano coloca o futebol como assunto de Estado.
Além de ser o principal opositor à tentativa da Fifa de proibir jogos internacionais na altitude, Morales já abriu os cofres públicos para o futebol.
Primeiro, comprou os direitos de televisão dos jogos do país pelas eliminatórias para uma emissora estatal. Isso, segundo ele, para permitir que a população rural e os indígenas espalhados pelo país pudessem ver a seleção nacional.
Com o apoio do presidente, a Federação Boliviana de Futebol escapou de perder sua sede principal, em Cochabamba.
Segundo a Receita Federal boliviana, a FBF devia cerca de US$ 3 milhões em impostos não pagos desde 1994. O órgão governamental queria leiloar a sede da entidade esportiva para pagar a dívida. Mas, com o apoio de Morales, os cartolas renegociaram a dívida, que caiu para US$ 2 milhões e foi dividida em suaves parcelas, e seguem com o prédio.


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