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São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Em baixa e distantes do título, São Paulo e Corinthians fazem hoje confronto esvaziado e desimportante no Morumbi

Chocho, clássico expõe dupla decadência

ALEC DUARTE
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Fazia tempo que São Paulo e Corinthians não disputavam um clássico tão esvaziado e sem importância como o das 16h de hoje, no Morumbi, pelo Brasileiro.
Acostumados a decidir títulos em estádios lotados e com jogos emocionantes, os clubes se encaram em franca decadência.
Alijados da disputa pelo título, os corintianos tentam terminar a temporada de forma digna. Os são-paulinos, muito longe do líder do Nacional, o Cruzeiro, tentam salvar o ano garantindo a classificação, que já está ameaçada, para a Libertadores-2004.
Para completar o cenário desolador, as duas equipes vêm de derrotas idênticas (3 a 0, o São Paulo para o Bahia, o Corinthians para o São Caetano) e só venceram dois de seus últimos oito confrontos.
Além disso, amargam os efeitos da perda de jogadores importantes para o futebol do exterior, como Kaká, Júlio Baptista, Liedson, Fábio Luciano e Kléber.
"Gostaria de ter o Ronaldinho Gaúcho e o Kaká à disposição, mas, no futebol, você trabalha com o que tem", afirmou o técnico corintiano, Júnior, que comanda hoje o clube pela segunda vez.
O fiasco iminente já provocou reações nos dois times. No Corinthians, o diretor técnico, Rivellino, anunciou uma reformulação para 2004. Juvenal Juvêncio, diretor de futebol do São Paulo, fez declarações no mesmo sentido.
O clássico do primeiro turno exemplifica bem a decadência. Vencido pelos são-paulinos por 2 a 1, valia a terceira posição no campeonato. Mesmo assim, foi assistido por apenas 17.128 torcedores, menor público do clássico desde 2001, quando pouco mais de 20 mil pessoas viram o empate por 1 a 1 em Rio Preto, em duelo também válido pelo Nacional.
Naquele ano, o Corinthians era o 15º, enquanto o São Paulo estava em oitavo. Agora, os times estão melhor na tabela, mas não tão bem como no primeiro turno.
Por isso, a expectativa de público hoje é pífia: o jogo não deve atrair mais de 12 mil torcedores.
"Se as equipes estivessem brigando pelo primeiro lugar, é lógico que haveria uma valorização maior, mais interesse", constata o meia Ricardinho, ex-ídolo corintiano que, por causa das atuações apagadas no novo clube, tem sido alvo de protestos da torcida.
Júnior dá o tom exato da importância do clássico. "Um grande resultado não vai tapar nossos problemas, e uma derrota não vai gerar uma catástrofe."
Para Rojas, treinador são-paulino, o encontro com o rival traz boas lembranças: o choque do primeiro turno foi seu primeiro como treinador efetivo do clube. E a vitória proporcionou uma arrancada: o São Paulo ficou sete rodadas sem perder e passou a disputar efetivamente a liderança.
Para o Corinthians, o fracasso representou o caminho oposto. Desde então, o time não conseguiu mais se manter entre os primeiros colocados, e a consequência disso foi a demissão do técnico Geninho, há 15 dias.
"Não quero pensar no que já aconteceu, mas no que pode acontecer", desconversa Rojas.
O futuro do chileno está traçado. Questionado pela torcida e pelos dirigentes, o técnico já sabe que não continuará no comando no ano que vem. Júnior, por outro lado, tenta sobreviver ao caos e começar tudo de novo em 2004.

NA TV - Globo (só para SP), e Record (só para São Paulo e Goiânia), ao vivo, às 16h


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