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FUTEBOL
Em baixa e distantes do título, São Paulo e Corinthians fazem hoje confronto esvaziado e desimportante no Morumbi
Chocho, clássico expõe dupla decadência
ALEC DUARTE
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Fazia tempo que São Paulo e
Corinthians não disputavam um
clássico tão esvaziado e sem importância como o das 16h de hoje,
no Morumbi, pelo Brasileiro.
Acostumados a decidir títulos
em estádios lotados e com jogos
emocionantes, os clubes se encaram em franca decadência.
Alijados da disputa pelo título,
os corintianos tentam terminar a
temporada de forma digna. Os
são-paulinos, muito longe do líder do Nacional, o Cruzeiro, tentam salvar o ano garantindo a
classificação, que já está ameaçada, para a Libertadores-2004.
Para completar o cenário desolador, as duas equipes vêm de derrotas idênticas (3 a 0, o São Paulo
para o Bahia, o Corinthians para o
São Caetano) e só venceram dois
de seus últimos oito confrontos.
Além disso, amargam os efeitos
da perda de jogadores importantes para o futebol do exterior, como Kaká, Júlio Baptista, Liedson,
Fábio Luciano e Kléber.
"Gostaria de ter o Ronaldinho
Gaúcho e o Kaká à disposição,
mas, no futebol, você trabalha
com o que tem", afirmou o técnico corintiano, Júnior, que comanda hoje o clube pela segunda vez.
O fiasco iminente já provocou
reações nos dois times. No Corinthians, o diretor técnico, Rivellino, anunciou uma reformulação
para 2004. Juvenal Juvêncio, diretor de futebol do São Paulo, fez
declarações no mesmo sentido.
O clássico do primeiro turno
exemplifica bem a decadência.
Vencido pelos são-paulinos por 2
a 1, valia a terceira posição no
campeonato. Mesmo assim, foi
assistido por apenas 17.128 torcedores, menor público do clássico
desde 2001, quando pouco mais
de 20 mil pessoas viram o empate
por 1 a 1 em Rio Preto, em duelo
também válido pelo Nacional.
Naquele ano, o Corinthians era
o 15º, enquanto o São Paulo estava
em oitavo. Agora, os times estão
melhor na tabela, mas não tão
bem como no primeiro turno.
Por isso, a expectativa de público hoje é pífia: o jogo não deve
atrair mais de 12 mil torcedores.
"Se as equipes estivessem brigando pelo primeiro lugar, é lógico que haveria uma valorização
maior, mais interesse", constata o
meia Ricardinho, ex-ídolo corintiano que, por causa das atuações
apagadas no novo clube, tem sido
alvo de protestos da torcida.
Júnior dá o tom exato da importância do clássico. "Um grande
resultado não vai tapar nossos
problemas, e uma derrota não vai
gerar uma catástrofe."
Para Rojas, treinador são-paulino, o encontro com o rival traz
boas lembranças: o choque do
primeiro turno foi seu primeiro
como treinador efetivo do clube.
E a vitória proporcionou uma arrancada: o São Paulo ficou sete rodadas sem perder e passou a disputar efetivamente a liderança.
Para o Corinthians, o fracasso
representou o caminho oposto.
Desde então, o time não conseguiu mais se manter entre os primeiros colocados, e a consequência disso foi a demissão do técnico
Geninho, há 15 dias.
"Não quero pensar no que já
aconteceu, mas no que pode
acontecer", desconversa Rojas.
O futuro do chileno está traçado. Questionado pela torcida e
pelos dirigentes, o técnico já sabe
que não continuará no comando
no ano que vem. Júnior, por outro
lado, tenta sobreviver ao caos e
começar tudo de novo em 2004.
NA TV - Globo (só para SP), e
Record (só para São Paulo e
Goiânia), ao vivo, às 16h
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