São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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cada vez pior

Descontrolado, Corinthians desaba

Sem vencer há seis jogos, time é eliminado na Sul-Americana em jogo marcado por briga entre Carlos Alberto e Leão

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians foi à Argentina para elevar o moral. Voltou de lá mais despedaçado, não só pelos 4 a 2 que levou, mas por um desentendimento, em campo, entre o técnico Emerson Leão e o meia Carlos Alberto.
Para um time que está ameaçado pelo rebaixamento no Brasileiro, a eliminação na Copa Sul-Americana foi o menor dos males. A insubordinação do jogador corintiano traz à tona problema que vem tomando dimensões maiores no clube.
Alguns atletas têm reclamado da postura do treinador. Contam que ele conversa pouco com os jogadores. Leão também é pressionado por conselheiros de oposição e pela MSI, de maneira velada -dizem que ele recebeu poderes de diretor, mas o time não engrenou.
Foi o terceiro jogo em que a equipe, que completou seis jogos sem vitória, sofreu pelo menos três gols. Foi também o terceiro fracasso em competições internacionais na era MSI.
Leão, protegido no banco por 12 policiais, não brigou com os argentinos (como ocorreu em 1997, quando era técnico do Atlético-MG), não reclamou com o árbitro, mas ao bater boca com Carlos Alberto ajudou a desestabilizar o time, que começou muito bem, no 4-4-2.
Não demorou um minuto e o Corinthians abriu o placar em excelente jogada de Rafael Moura, César e Nadson, que, de cabeça, empurrou para o gol.
Depois disso, o time de Leão apagou. Os argentinos bloquearam os meias rivais, as bolas não chegavam para os atacantes e os defensores entraram em parafuso. O empate, porém, veio com um gol irregular de Romero. Na pequena área, a bola sobrou para ele, que estava impedido, fazer 1 a 1.
Mal saiu com a bola no meio-campo, e o Corinthians levou a virada em um contragolpe. Velázquez ganhou de Nadson, que foi marcá-lo de maneira estabanada, e chutou cruzado para pôr o Lanús à frente.
As coisas ainda piorariam, quando Leão chamou a atenção de Carlos Alberto, o meia não gostou, reclamou fazendo um gesto com as mãos e foi substituído aos 30min por Renato.
No banco de reservas, o treinador e o atleta bateram boca. O auxiliar Pedro Santili tentou acalmar Carlos Alberto, mas Leão, bastante irritado, continuou gritando com o meia.
Em meio ao descontrole, Aguirre ainda fez 3 a 1.
O Corinthians voltou melhor no segundo tempo. Diminuiu com Marinho e até poderia empatar, não fosse uma trapalhada de Magrão que, ao tentar dar um passe alto, perdeu a bola para Archubi, que liqüidou o rival.
Após a partida, Leão disse que tomará medidas, no Brasil, em relação a Carlos Alberto. Minimizou o erro de Magrãs, exaltando as qualidades do volante. E afirmou que o Corinthians não cairá no Brasileiro. O time pega o Flamengo, no domingo, no Maracanã.


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