São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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CARLOS SARLI

Tomate voador

Versátil e muito ousado, o americano Shaun White tem se destacado em diferentes mundos dos esportes de ação

AOS 19 ANOS Shaun White virou celebridade nos EUA. Medalha de ouro no snowboard halfpipe na Olimpíada de Inverno de Turim, sua caricata figura e sua postura despretensiosa conquistaram a mídia. TV, jornais, sites reverenciaram o quase adolescente, e seu rosto sardento emoldurado com longos cabelos ruivos estampou as capas da "Rolling Stone", da "Sports Illustrated", da revista da ESPN, sem falar das especializadas em skate e snowboard.
Será ele o melhor atleta "dois-esportes" do mundo? É a pergunta que instiga os leitores. Recentemente fizemos uma matéria na "Trip" levantando questão parecida sobre a habilidade multiesportiva do Luis "Formiga" de Moraes, pioneiro no skate vertical, recordista brasileiro de vôo livre, pára-quedista, skysurfer, wakeboarder e snowboader competente e, mais recentemente, surfista de tow-in com feitos consideráveis em ondas grandes.
Quem se habitua às altas doses de adrenalina é quase natural buscar emoções alternativas quando chega próximo ao limite nas já experimentadas, caso do Formiga.
Mas White é um caso à parte. O jovem, que acaba de completar 20 anos e parece ter saído da TV para o mundo real durante a exibição de "Rocket Power" -o cartoon de uma turminha fanática por esportes de ação-, é, além de campeão olímpico, recordista em medalhas nos X-Games de inverno e está entre os melhores do mundo no skate vertical, um mundo com duas ou três dúzias de atletas top.
Com seis anos, ele começou a andar de snowboard, e as restrições para essa idade na estação freqüentada pela família obrigaram certas mudanças de comportamento. Os pais adotaram as pranchas, e a mãe, lenta nas descidas, pedia para Shaun acompanhá-la. Ele o fazia, mas de base trocada, o que contribuiu para ampliar as habilidades desde cedo.
Com 13 anos, o garoto de San Diego, que fez duas operações cardíacas antes de completar cinco, tornou-se profissional no surfe na neve e por muito pouco não obteve o índice para representar os EUA nos Jogos de Salt Lake City.
Em 2005, ele passou nove meses na neve treinando para a Olimpíada. Ao voltar da esticada temporada na Nova Zelândia, treinou três dias para em seguida vencer o circuito Dew Tour de skate vertical e ficar com a medalha de prata dos X-Games de verão. Desempenho que incomodou alguns skatistas que dedicam tempo integral à modalidade.
Seu foco parece estar mais no snowboard, mas sua meta no skate é ambiciosa: ser o primeiro a completar o 1.080, meia volta mais que o brasileiro Sandro Dias conseguiu.
São objetivos que, no atual estágio dos esportes de ação, justificam o interesse de marcas como Sony Play Station, HP, Burton, Volcom, Oakley, entre outras, em bancá-lo, uma receita estimada em US$ 5 milhões para este ano.

WCT - MUNDAKA
Com ondas pequenas, o Billabong Pro foi interrompido ontem. Seis atletas têm chances de vencer o Tour. Kelly Slater, favorito, pode definir na Espanha (faltam etapas no Brasil e no Havaí) a conquista do octo. Ele estará amanhã, às 13h, em bate-papo no www.espn.com.br.

WCT - AUSTRÁLIA
Organizadora da prova e atual líder do ranking, Layne Beachley ficou atrás de Stephanie Gilmore no Havaianas Beachley Classic. A brasileira Silvana Lima está em sexto. Faltam duas etapas, no Havaí.

SURFE E CULTURA
No Rio, a 3ª Mostra Internacional de Arte e Cultura Surfe vai até o dia 23. Na próxima semana, no RS, Teco Padaratz, Eraldo Gueiros e Ricardo Bocão realizam palestras e debates sobre a indústria do surfe.

sarli@trip.com.br


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