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CARLOS SARLI
Tomate voador
Versátil e muito ousado, o americano Shaun White tem se destacado em diferentes mundos dos esportes de ação
AOS 19 ANOS Shaun White virou
celebridade nos EUA. Medalha de ouro no snowboard
halfpipe na Olimpíada de Inverno
de Turim, sua caricata figura e sua
postura despretensiosa conquistaram a mídia. TV, jornais, sites reverenciaram o quase adolescente, e
seu rosto sardento emoldurado com
longos cabelos ruivos estampou as
capas da "Rolling Stone", da "Sports
Illustrated", da revista da ESPN,
sem falar das especializadas em skate e snowboard.
Será ele o melhor atleta "dois-esportes" do mundo? É a pergunta que
instiga os leitores. Recentemente fizemos uma matéria na "Trip" levantando questão parecida sobre a habilidade multiesportiva do Luis
"Formiga" de Moraes, pioneiro no
skate vertical, recordista brasileiro
de vôo livre, pára-quedista, skysurfer, wakeboarder e snowboader
competente e, mais recentemente,
surfista de tow-in com feitos consideráveis em ondas grandes.
Quem se habitua às altas doses de
adrenalina é quase natural buscar
emoções alternativas quando chega
próximo ao limite nas já experimentadas, caso do Formiga.
Mas White é um caso à parte. O jovem, que acaba de completar 20
anos e parece ter saído da TV para o
mundo real durante a exibição de
"Rocket Power" -o cartoon de uma
turminha fanática por esportes de
ação-, é, além de campeão olímpico, recordista em medalhas nos X-Games de inverno e está entre os
melhores do mundo no skate vertical, um mundo com duas ou três dúzias de atletas top.
Com seis anos, ele começou a andar de snowboard, e as restrições para essa idade na estação freqüentada
pela família obrigaram certas mudanças de comportamento. Os pais
adotaram as pranchas, e a mãe, lenta
nas descidas, pedia para Shaun
acompanhá-la. Ele o fazia, mas de
base trocada, o que contribuiu para
ampliar as habilidades desde cedo.
Com 13 anos, o garoto de San Diego, que fez duas operações cardíacas
antes de completar cinco, tornou-se
profissional no surfe na neve e por
muito pouco não obteve o índice para representar os EUA nos Jogos de
Salt Lake City.
Em 2005, ele passou nove meses
na neve treinando para a Olimpíada.
Ao voltar da esticada temporada na
Nova Zelândia, treinou três dias para em seguida vencer o circuito Dew
Tour de skate vertical e ficar com a
medalha de prata dos X-Games de
verão. Desempenho que incomodou
alguns skatistas que dedicam tempo
integral à modalidade.
Seu foco parece estar mais no
snowboard, mas sua meta no skate é
ambiciosa: ser o primeiro a completar o 1.080, meia volta mais que o
brasileiro Sandro Dias conseguiu.
São objetivos que, no atual estágio
dos esportes de ação, justificam o interesse de marcas como Sony Play
Station, HP, Burton, Volcom, Oakley, entre outras, em bancá-lo, uma
receita estimada em US$ 5 milhões
para este ano.
WCT - MUNDAKA
Com ondas pequenas, o Billabong Pro foi interrompido ontem.
Seis atletas têm chances de vencer
o Tour. Kelly Slater, favorito, pode
definir na Espanha (faltam etapas
no Brasil e no Havaí) a conquista do
octo. Ele estará amanhã, às 13h, em
bate-papo no www.espn.com.br.
WCT - AUSTRÁLIA
Organizadora da prova e atual líder do ranking, Layne Beachley ficou atrás de Stephanie Gilmore no
Havaianas Beachley Classic. A brasileira Silvana Lima está em sexto.
Faltam duas etapas, no Havaí.
SURFE E CULTURA
No Rio, a 3ª Mostra Internacional de Arte e Cultura Surfe vai até o
dia 23. Na próxima semana, no RS,
Teco Padaratz, Eraldo Gueiros e
Ricardo Bocão realizam palestras e
debates sobre a indústria do surfe.
sarli@trip.com.br
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