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Só adeus temporário à altura faz Brasil celebrar
Derrota para a Bolívia acaba com invencibilidade de 19 jogos do time de Dunga
Bolívia 2
Brasil 1
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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O atacante Adriano, que se machucou ontem e não deve ter condição de enfrentar a Venezuela
DA REPORTAGEM LOCAL
Sorte, para o Brasil, que jogo
oficial na altitude só, na pior
das hipóteses, em 2015.
Em mais uma prova de que
hoje é a seleção sul-americana
que mais sofre em jogos realizados em cidades acima de
2.500 m, o time de Dunga foi
batido ontem pela Bolívia, em
La Paz, perdendo uma invencibilidade de 19 jogos e 11 triunfos
seguidos -o último revés havia
acontecido em junho do ano
passado, contra o Paraguai.
A derrota também manteria
a seleção na lanterna em um hipotético torneio que computasse apenas os confrontos na
altitude -isso considerando as
três edições das eliminatórias
com seu atual formato e tabela.
Foram só quatro pontos em oito jogos. Apenas o Brasil, entre
as dez equipes da região, não
venceu nessas condições.
"Perdemos quando podíamos perder, e aqui não se pode
exigir 100% do time", minimizou o goleiro Júlio César.
"Se Brasil e Bolívia jogarem
em qualquer outro lugar do
mundo, o Brasil vai ganhar quase sempre", desdenhou o lateral-esquerdo André Santos.
No primeiro turno das eliminatórias, a seleção de Dunga
empatou em casa com o frágil
time verde (os bolivianos foram
os únicos a ganhar quatro pontos do Brasil neste torneio).
A equipe nacional só voltará
a jogar em Bogotá, Quito ou La
Paz por jogos oficiais pelas eliminatórias da Copa de 2018
-como sede do Mundial de
2014, o Brasil não disputa as
eliminatórias. A CBF ainda espera que a Fifa vete confrontos
internacionais nessas cidades.
No jogo de ontem, nos 3.600
m da sua capital, a Bolívia começou de forma arrasadora.
Aos 10min, o ex-corintiano
Arce bateu escanteio. Olivares
subiu sozinho e cabeceou para
abrir o placar. Outro jogador
que já atuou no Brasil fez o segundo gol. Aos 31min, o ex-cruzeirense Marcelo Moreno bateu falta. A bola foi quase no
meio gol, mas Júlio César nem
se mexeu. "No aquecimento, já
estava complicado para mim",
declarou, ofegante, o goleiro na
saída para o intervalo.
O ataque brasileiro vivia de
chances isoladas, como aos
36min, quando Daniel Alves, o
único que parecia não sentir a
altitude, acertou a trave em um
chute de fora da área.
Dunga perdeu Adriano para
o segundo tempo. O atacante
viu um oponente cair sobre sua
perna, causando um corte que
exigiu quatro pontos.
No segundo tempo, os bolivianos diminuíram o ritmo, e o
Brasil descontou. Aos 25min,
em uma das suas raras arrancadas, o lateral Maicon, que ontem foi o capitão, cruzou com
precisão para Nilmar ganhar da
defesa andina e marcar o seu
quinto gol pelas eliminatórias
em apenas quatro jogos.
"Nunca enfrentei tanta dificuldade para jogar", falou o atacante, que, como o resto do time, não teve fôlego para buscar
o empate nos minutos restante.
A seleção viajou ontem mesmo para Campo Grande. Na capital sul-mato-grossense, na
quarta-feira, às 19h, fechará sua
participação nas eliminatórias
contra a eliminada Venezuela.
O time de Dunga tem agora
os mesmos 33 pontos que o Paraguai (que faz seu último jogo
em casa, contra a Colômbia) na
liderança das eliminatórias,
mas leva ampla vantagem no
saldo de gols (22 contra 10).
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