São Paulo, segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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Só adeus temporário à altura faz Brasil celebrar

Derrota para a Bolívia acaba com invencibilidade de 19 jogos do time de Dunga

Bolívia 2
Brasil 1

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O atacante Adriano, que se machucou ontem e não deve ter condição de enfrentar a Venezuela

DA REPORTAGEM LOCAL

Sorte, para o Brasil, que jogo oficial na altitude só, na pior das hipóteses, em 2015.
Em mais uma prova de que hoje é a seleção sul-americana que mais sofre em jogos realizados em cidades acima de 2.500 m, o time de Dunga foi batido ontem pela Bolívia, em La Paz, perdendo uma invencibilidade de 19 jogos e 11 triunfos seguidos -o último revés havia acontecido em junho do ano passado, contra o Paraguai.
A derrota também manteria a seleção na lanterna em um hipotético torneio que computasse apenas os confrontos na altitude -isso considerando as três edições das eliminatórias com seu atual formato e tabela. Foram só quatro pontos em oito jogos. Apenas o Brasil, entre as dez equipes da região, não venceu nessas condições.
"Perdemos quando podíamos perder, e aqui não se pode exigir 100% do time", minimizou o goleiro Júlio César.
"Se Brasil e Bolívia jogarem em qualquer outro lugar do mundo, o Brasil vai ganhar quase sempre", desdenhou o lateral-esquerdo André Santos.
No primeiro turno das eliminatórias, a seleção de Dunga empatou em casa com o frágil time verde (os bolivianos foram os únicos a ganhar quatro pontos do Brasil neste torneio).
A equipe nacional só voltará a jogar em Bogotá, Quito ou La Paz por jogos oficiais pelas eliminatórias da Copa de 2018 -como sede do Mundial de 2014, o Brasil não disputa as eliminatórias. A CBF ainda espera que a Fifa vete confrontos internacionais nessas cidades.
No jogo de ontem, nos 3.600 m da sua capital, a Bolívia começou de forma arrasadora.
Aos 10min, o ex-corintiano Arce bateu escanteio. Olivares subiu sozinho e cabeceou para abrir o placar. Outro jogador que já atuou no Brasil fez o segundo gol. Aos 31min, o ex-cruzeirense Marcelo Moreno bateu falta. A bola foi quase no meio gol, mas Júlio César nem se mexeu. "No aquecimento, já estava complicado para mim", declarou, ofegante, o goleiro na saída para o intervalo.
O ataque brasileiro vivia de chances isoladas, como aos 36min, quando Daniel Alves, o único que parecia não sentir a altitude, acertou a trave em um chute de fora da área.
Dunga perdeu Adriano para o segundo tempo. O atacante viu um oponente cair sobre sua perna, causando um corte que exigiu quatro pontos.
No segundo tempo, os bolivianos diminuíram o ritmo, e o Brasil descontou. Aos 25min, em uma das suas raras arrancadas, o lateral Maicon, que ontem foi o capitão, cruzou com precisão para Nilmar ganhar da defesa andina e marcar o seu quinto gol pelas eliminatórias em apenas quatro jogos.
"Nunca enfrentei tanta dificuldade para jogar", falou o atacante, que, como o resto do time, não teve fôlego para buscar o empate nos minutos restante.
A seleção viajou ontem mesmo para Campo Grande. Na capital sul-mato-grossense, na quarta-feira, às 19h, fechará sua participação nas eliminatórias contra a eliminada Venezuela.
O time de Dunga tem agora os mesmos 33 pontos que o Paraguai (que faz seu último jogo em casa, contra a Colômbia) na liderança das eliminatórias, mas leva ampla vantagem no saldo de gols (22 contra 10).


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