São Paulo, segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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Barrichello prolonga carreira na F-1

Piloto já tem contrato assinado com a Williams para a próxima temporada e terá novato como companheiro de equipe

Assim como na Brawn GP, brasileiro receberá bônus por pontos, mas seu salário fixo será cerca de quatro vezes maior do que o atual

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo que não consiga levar a disputa pelo título da F-1 para a última etapa, em Abu Dhabi, e veja Jenson Button conquistar o Mundial em Interlagos, no domingo, Rubens Barrichello já tem motivos para festejar.
A Folha apurou que o piloto brasileiro, que hoje está na Brawn GP, já assinou contrato com a Williams para a temporada de 2010, com opção -das duas partes- de prolongar o acordo por mais um ano.
Seu companheiro no novo time será o alemão Nico Hulkenberg, 22, que é o atual piloto de testes da própria Williams. Neste ano, ele conquistou o título da GP2, categoria de acesso à F-1. Campeão também da F-BMW alemã e da F-3 europeia, o alemão é empresariado por Willi Weber, que também cuidou da carreira do heptacampeão Michael Schumacher.
O namoro entre Barrichello e a equipe inglesa começou no início do ano, mais especificamente no GP da Espanha. Com seu parceiro na Brawn GP tendo vencido duas das três primeiras corridas do Mundial, em Barcelona, o piloto foi avisado por um jornalista inglês de que um time queria lhe oferecer uma vaga para 2010. Era a equipe de Frank Williams.
As conversas então tiveram início e, logo após vencer sua segunda corrida no ano, em Monza, Barrichello viajou para Oxford, na Inglaterra, para visitar a fábrica da escuderia.
Naquele domingo, 13 de setembro, o piloto encontrou-se com dirigentes da Williams para acertar os últimos detalhes do contrato e fazer o molde de seu banco para que os engenheiros pudessem começar a trabalhar no modelo de 2010 já com as medidas do brasileiro.
Assim como aconteceu nesta temporada, quando seu contrato com a Brawn previa bônus por pontos, o mesmo acontecerá na nova equipe. Barrichello ganhará ainda bonificações por vitórias. A base do acordo, porém, é bem maior que a deste ano. Com salário fixo, estima-se que o brasileiro tenha recebido US$ 2 milhões em 2009. Para a temporada que vem, esse valor deve ser cerca de quatro vezes maior.
Apesar de o acerto ter sido definido há mais de um mês, o anúncio oficial só deve ocorrer após o GP Brasil ou, caso Barrichello faça cinco pontos a mais que Button em São Paulo e adie a definição do Mundial de Pilotos para a etapa nos Emirados Árabes (que será no dia 1º de novembro), depois disso.
Há alguns motivos para isso. O primeiro é o fato de a Williams ainda não ter fechado seu fornecedor de motores para 2010. O time, que atualmente usa os propulsores da Toyota, negocia com Renault e Cosworth para o próximo ano. A probabilidade maior é que a segunda opção seja a escolhida.
O outro motivo é tentar não interferir na disputa pelo título deste ano. Como Barrichello luta diretamente com seu parceiro de equipe, a confirmação oficial de sua saída da Brawn poderia fazer com que o time passasse a priorizar Button.
O inglês, aliás, ainda não acertou sua permanência na equipe em 2010. O principal ponto de discórdia é o salário. Button, que neste ano reduziu em um terço seus ganhos, quer voltar ao patamar anterior, o que desagrada a Ross Brawn, o chefe da escuderia.


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