São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Amistoso do México é nova investida do futebol contra violência em Ciudad Juárez

DE SÃO PAULO

O futebol tenta hoje outra investida para fazer a vida menos perigosa em Ciudad Juárez, a localidade mexicana que ganhou fama por seus absurdos índices de violência -são mais de 5.000 assassinatos desde 2008.
Para provar que ainda é possível levar uma vida perto do normal na cidade dizimada pelo narcotráfico, a federação mexicana agendou para lá um amistoso entre a seleção nacional e a Venezuela.
Antes do amistoso internacional de hoje, o futebol profissional já foi o responsável por raros momentos de paz em Ciudad Juárez, que faz fronteira com a americana El Paso e tem cerca de 1,3 milhão de habitantes.
Tudo começou em 2005, quando Francisco Ibarra, um empresário local, comprou uma franquia (o futebol mexicano funciona nos moldes do esporte nos EUA) de um time de segunda divisão.
Rebatizado de Indios, o time começou fazendo sucesso. Em 2008, ascendeu à primeira divisão -Ciudad Juárez não tinha um representante na elite do futebol mexicano desde 1992.
No ano seguinte, o Indios, impulsionado pelo dinheiro de vários patrocinadores, surpreendeu e chegou às semifinais da primeira divisão. No dia da partida contra o poderoso Toluca, nenhum assassinato aconteceu em Ciudad Juárez, fato raro nos últimos tempos na localidade.
Até então, a equipe conseguia escapar dos narcotraficantes. Por contrato, os atletas eram obrigados todas as semanas a visitar prisões, hospitais, escolas e outras instituições sociais. Os jogadores, no entanto, moravam em condomínios com seguranças fortemente armados.
Em 2009, o Indios deixou de ser um raro oásis de paz em Ciudad Juárez.
O presidente Ibarra denunciou que seus atletas vinham sendo extorquidos por narcotraficantes e sequestradores. Pelo menos uma dezena deles não aguentou a pressão e deixou o clube, que acabou novamente rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Mexicano.
Hoje, o Indios tenta voltar à elite, mas o caminho é difícil -é apenas o oitavo colocado na divisão de acesso.
Ibarra, entretanto, promete que o clube não vai desistir nem se abater pela violência de Ciudad Juárez.


Com agências internacionais


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