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resistência
Amistoso do México é nova investida do futebol contra violência em Ciudad Juárez
DE SÃO PAULO
O futebol tenta hoje outra
investida para fazer a vida
menos perigosa em Ciudad
Juárez, a localidade mexicana que ganhou fama por seus
absurdos índices de violência -são mais de 5.000 assassinatos desde 2008.
Para provar que ainda é
possível levar uma vida perto
do normal na cidade dizimada pelo narcotráfico, a federação mexicana agendou para lá um amistoso entre a seleção nacional e a Venezuela.
Antes do amistoso internacional de hoje, o futebol profissional já foi o responsável
por raros momentos de paz
em Ciudad Juárez, que faz
fronteira com a americana El
Paso e tem cerca de 1,3 milhão de habitantes.
Tudo começou em 2005,
quando Francisco Ibarra, um
empresário local, comprou
uma franquia (o futebol mexicano funciona nos moldes
do esporte nos EUA) de um time de segunda divisão.
Rebatizado de Indios, o time começou fazendo sucesso. Em 2008, ascendeu à primeira divisão -Ciudad Juárez não tinha um representante na elite do futebol mexicano desde 1992.
No ano seguinte, o Indios,
impulsionado pelo dinheiro
de vários patrocinadores,
surpreendeu e chegou às semifinais da primeira divisão.
No dia da partida contra o poderoso Toluca, nenhum assassinato aconteceu em Ciudad Juárez, fato raro nos últimos tempos na localidade.
Até então, a equipe conseguia escapar dos narcotraficantes. Por contrato, os atletas eram obrigados todas as
semanas a visitar prisões,
hospitais, escolas e outras
instituições sociais. Os jogadores, no entanto, moravam
em condomínios com seguranças fortemente armados.
Em 2009, o Indios deixou
de ser um raro oásis de paz
em Ciudad Juárez.
O presidente Ibarra denunciou que seus atletas vinham sendo extorquidos por
narcotraficantes e sequestradores. Pelo menos uma dezena deles não aguentou a
pressão e deixou o clube, que
acabou novamente rebaixado para a segunda divisão do
Campeonato Mexicano.
Hoje, o Indios tenta voltar
à elite, mas o caminho é difícil -é apenas o oitavo colocado na divisão de acesso.
Ibarra, entretanto, promete que o clube não vai desistir
nem se abater pela violência
de Ciudad Juárez.
Com agências internacionais
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