São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2011

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TOSTÃO

Time bom é a Barcelusa


O Corinthians, sem um centroavante, melhorou muito no ataque. Coincidência?

A cada rodada, muda a lista dos times que lutam pelo título, por vaga na Libertadores, na Copa Sul-Americana e para fugir do rebaixamento.
Diferentemente da Série A, em que não existe uma equipe nitidamente superior, a Portuguesa, na Série B, está muito à frente das outras. Fora a Lusa, ou melhor, a Barcelusa, há também equilíbrio na segunda divisão.
Além do equilíbrio, outra causa de tanta irregularidade nas equipes da Série A é a ausência de um jogo coletivo consistente e constante. Os times ganham e perdem por meio de jogadas individuais, aéreas, erros de árbitros, expulsões e outros lances isolados.
Nada disso dá segurança para a próxima partida. Pouquíssimas vezes, uma equipe impõe sua superioridade.
O Corinthians, contra o Atlético-GO, foi exceção. Coletivamente, foi brilhante. No primeiro tempo, marcou por pressão, não deixou o adversário trocar passes e decidiu a partida. Caio Júnior deve ter pensado muito em como enfrentar essa pressão.
O perigo de o Corinthians jogar dessa forma é terminar o primeiro tempo em desvantagem, cansado, e não ter condição física para reagir. Mas vale a pena correr o risco.
O Corinthians, sem um típico centroavante, melhorou muito nos dois últimos jogos que disputou. Quem estava na frente, geralmente o meia Alex, movimentava-se e trocava passes, o que não costuma ocorrer com um típico centroavante.
Isso não significa que é sempre melhor não ter um centroavante. Mas há, em todo o mundo, uma supervalorização desse jogador. Se o Corinthians vencer e fizer cinco ótimas partidas sem centroavante, na primeira que perder, dirão que faltou um. Com frequência, um time possui um centroavante artilheiro, mas não joga bem nem vence.
No esquema dito moderno, com uma linha de três meias, o centroavante costuma ficar isolado e mais fácil de ser marcado. Os dois zagueiros, acostumados a marcar apenas um jogador, têm grandes dificuldades quando enfrentam uma dupla de atacantes, como a do Botafogo, com Herrera e Loco Abreu. Os dois fizeram falta contra o Bahia.
O centroavante ideal é o que faz gols e que dá passes decisivos para o companheiro, que, no momento do lance, ocupa seu lugar. A troca de posições, em vários setores, é característica das grandes equipes.
Ter volantes só para marcar, meias para armar e centroavantes para fazer gols, tudo certinho, compartimentado, previsível, é o caminho para a ineficiência e para a mediocridade.


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