São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2001

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JOGO ELEITORAL

Seleção carimba ascensão de Roseana

Governadora quer mostrar "novo Maranhão" e impulsionar pré-candidatura à Presidência

DOS ENVIADOS A SÃO LUÍS

Pode parecer coincidência, mas não é. Na semana em que subiu com alarde nas pesquisas eleitorais e teve seu rosto estampado nas principais revistas do país, Roseana Sarney (PFL), pré-candidata à Presidência, ganhou um forte aliado propagandístico: o time nacional de futebol.
A realização da partida em São Luís, capital do Maranhão, Estado governado por Roseana, foi articulada por seu irmão Fernando Sarney, diretor da CBF, e por caciques do PFL e do PMDB.
Desde o início, a idéia é mostrar o "novo" Maranhão de Roseana à mídia. Com a seleção brasileira, a candidatura decolaria ainda mais. Um jantar, animado pela apresentação de grupos folclóricos, será oferecido para a imprensa amanhã.
Anteontem, em clima de campanha, Roseana visitou a praia do Meio, em São Luís, onde atletas disputavam uma prova de windsurfe. "Essa é mais uma maneira de incentivar o esporte", disse a governadora ao jornal "O Estado do Maranhão", de propriedade dos Sarney.
Embora ainda não tenha confirmado, Roseana tem presença quase certa no jogo decisivo contra os venezuelanos.
Em troca do holofote sobre a governadora nesse momento crucial, parte do PFL e todo o PMDB do Senado passaram a ver com outros olhos a devassa promovida por Geraldo Althoff (PFL-SC) e Álvaro Dias (PDT-PR) nos negócios da entidade e de Ricardo Teixeira.
No entender do PMDB, que tem no senador Renan Calheiros (AL) um parlamentar próximo da CBF e da candidatura Roseana, Althoff e Dias fizeram muito barulho por nada.
O partido acha que as investigações não produziram provas que incriminem Teixeira. Por isso, deve votar contra o relatório.
Se o Brasil ganhar a vaga em São Luís, os entusiastas da candidatura da maranhense ao Planalto têm até slogan pronto: "Roseana é pé-quente".
E pelo menos em um ponto a governadora já mostrou ter sorte. Quando o local da partida foi definido, Sarney e a CBF acreditavam que o Brasil já estaria classificado para a Copa. São Luís seria então palco apenas de uma grande festa comemorativa.
Mas, após o fracasso diante da Bolívia, o jogo ganhou um tom dramático. E uma eventual derrota do Brasil pode esfriar o pé-quente da governadora maranhense. (FV E JAB)

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