São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2001

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Candinho, que fez 6 no rival, critica escalação

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Técnico da seleção no jogo de ida contra a Venezuela nas eliminatórias, quando o Brasil goleou por 6 a 0, Candinho acha que Scolari não adotou a estratégia certa.
Sem tempo para treinar, diz que o mais apropriado seria ter chamado a base de um ou dois times brasileiros, como ele próprio fez na partida de Maracaibo. Na ocasião, quando dirigiu a seleção interinamente no lugar de Wanderley Luxemburgo, Candinho usou como base os times de Vasco e Cruzeiro, que, diz ele, eram dois melhores do país no momento.
Apesar de se dizer convicto de nova vitória do Brasil contra a Venezuela e da consequente classificação, Candinho diz que Scolari ""correu riscos desnecessários".
""Ele deveria ter feito como eu. Quando assumi o compromisso de dirigir a seleção em Maracaibo, resolvi me precaver e fazer o óbvio. Apostei nos jogadores do Vasco, que estavam entrosados e não tiveram dificuldades para vencer", disse ele, lembrando que todos os gols foram de vascaínos -Romário fez quatro, Euller e Juninho, um cada um.
""Não é à toa que quando o Romário veio jogar no Canindé [contra a Lusa, no Brasileiro" foi até o nosso banco e me abraçou."
Para Candinho, aquele time teria vencido não apenas a Venezuela, mas ""Paraguai, Equador e Colômbia", os dois primeiros já classificados para a Copa-2002.
Além de lamentar a falta de um time-base, o técnico da Lusa diz que a estratégia para o jogo de La Paz, onde o Brasil perdeu por 3 a 1 e desperdiçou a chance de garantir a vaga, não foi adequada.
""Valorizaram em excesso a questão da altitude. A maioria dos jogadores de futebol é sugestionável. Quanto mais se fala em altitude, pior fica a cabeça deles", opinou. ""O único que não deu bola para a coisa foi o Edílson. Enquanto os outros pareciam ter medo de dar algum pique maior, o Edílson, não. Ele correu como um menino e não passou mal, um sinal de que seus companheiros talvez pudessem correr mais."
Apesar de evitar críticas diretas a Leão e a Scolari, Candinho gosta de lembrar que, com ele e o atual treinador do Corinthians, a seleção terminou o primeiro turno em segundo lugar, com 17 pontos.
""Se o Brasil tivesse conquistado os mesmos 17 pontos no segundo turno, terminaria com 34 e só ficaria atrás da Argentina."
Para ele, a CBF está arrependida de ter substituído a antiga comissão técnica após os Jogos. ""Se tivéssemos prosseguido, o Brasil já estaria classificado. Poderíamos estar com 31 pontos, um a mais do que Paraguai e Equador."



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