São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Mais um desafio

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Chegou a hora e a vez da Copa dos Campeões. A maior ausência é Cuba: quem diria, as atuais tricampeãs olímpicas não conseguiram se classificar. Então, façam suas apostas. Das seis seleções inscritas no torneio, que começa amanhã, no Japão, quatro são favoritas: Brasil, China, EUA e Rússia.
Os azarões são os times do Japão e da Coréia do Sul.
Se bem que as japonesas, as primeiras adversárias das brasileiras na competição, têm dado trabalho. No Grand Prix, em agosto, chegaram a vencer Brasil, Cuba e China. Na classificação geral, ficaram em sexto lugar.
A sensação da seleção japonesa é a levantadora Yoshie Takeshita, de apenas 1,59 m, uma autêntica baixinha em um esporte cada vez mais dominado por gigantes.
"Ela é mínima, mas muito habilidosa. É um espetáculo em quadra", diz o técnico da seleção brasileira, Marco Aurélio Motta.
Das quatro favoritas, a novidade é a equipe norte-americana. O time já pode considerar o ano como o melhor dos últimos tempos: foi campeão do Grand Prix e ainda venceu Cuba na final do Campeonato das Américas do Norte e Central, que valia vaga para a Copa dos Campeões.
Mas, afinal, qual o segredo dos EUA? O time joga muito pelo meio e, nessa posição, tem uma atacante que dá show de bola: Danielle Scott. Outros destaques são a líbero Stacy Sykora e a levantadora Robyn Ah Mow, que, se não é brilhante, pelo menos joga com muita regularidade.
Já a Rússia tem sofrido com as contusões de suas principais jogadoras, como Evgenia Artamonova. Neste ano, sua maior conquista foi o título europeu. No Grand Prix, acabou em terceiro lugar. O time, o mais alto do torneio, tem como armas tradicionais a eficiência do bloqueio e a força de suas atacantes.
A China vive tempos de mudanças. Depois do quinto lugar nos Jogos de Sydney, só quatro jogadoras permaneceram na equipe. A ordem foi renovação: o time ganhou atletas mais jovens e altas, com média de 22 anos e 1,85 m. As alterações já deram resultado: no Grand Prix, as chinesas foram vice-campeãs.
Para o Brasil, a Copa dos Campeões tem significado especial: é a chance de a seleção, agora comandada por Marco Aurélio Motta, conquistar seu primeiro grande resultado. A maior ausência é Fofão, que, recuperando-se de contusão, nem viajou para o Japão. Sem ela, as opções são Gisele e Fabiana Berto.
A seleção vai colocar em prática a primeira novidade da era Motta: o deslocamento de Érika para a posição de oposto. Raquel entrará na ponta de rede, na diagonal de Virna. A vantagem é que Érika participará da recepção em cinco posições e vai liberar Virna e Raquel para o ataque de fundo.
Essas alterações, que já foram testadas nos amistosos contra Cuba, trouxeram mais rapidez e variação no ataque. Um bom resultado no torneio pode significar um estímulo para as jogadoras, que passaram os últimos meses com resistências para aceitar a saída de Bernardinho e a entrada do novo técnico.
Já no Paulista, a luta continua: Palmeiras e Santo André decidem amanhã uma vaga para a final no último jogo da série. O vencedor vai decidir o título com o Banespa, que pediu para Bernardinho dispensar Escadinha da Copa dos Campeões e foi atendido.

Italiano 1
A levantadora Kátia, reserva de Fofão na seleção brasileira que disputou a Olimpíada de Sydney-2000, está defendendo o Reggio Emilia no Campeonato Italiano. A equipe também conta com a brasileira naturalizada italiana Ana Paula De Tassis. Em três rodadas no torneio, o Reggio Emilia coleciona três derrotas e ocupa a nona colocação. O campeonato tem três times invictos: Bergamo, da norte-americana Tara Cross Battle, Reggio Calabria, da croata Natasa Leto, e Modena, da técnica Lang Ping.

Italiano 2
A cubana Taismaris Aguero também está jogando na Itália. Ela é uma das principais estrelas do Perugia, que ocupa a sétima colocação no Campeonato Italiano, com uma vitória em três partidas. Aguero abandonou a seleção de Cuba durante a Copa BCV, disputada em junho, na Suíça. Ela fez parte da equipe titular cubana que conquistou o tricampeonato olímpico nos Jogos de Sydney.

E-mail: cidasan@uol.com.br


Texto Anterior: Sem as cubanas, torneio tem novos favoritos
Próximo Texto: Futebol - José Geraldo Couto: Dia de fazer perguntas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.