São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Mancha promete poupar o Palmeiras

Uniformizada entende que não adianta mais pressionar o time, que julga fraco, nesta noite contra o Botafogo, em casa

Alvo dos protestos serão os dirigentes e, para evitar violência, medidas com tons de bom humor podem ser tomadas durante a semana


LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A insatisfação gera revolta. A cobrança infrutífera, resignação. E, daí para frente, é piada.
Essa é a postura que a maior organizada do Palmeiras promete para hoje. Desistiu de pressionar os jogadores que enfrentam o Botafogo em casa. Avalia que o elenco é mesmo limitado e que xingar os atletas não adianta mais.
O alvo dos protestos será a diretoria. Não hoje, de cabeça quente pela partida, mas durante a semana e com humor, como aconteceu na última terça-feira, quando alguns palmeirenses invadiram a sala do presidente do clube, Affonso della Monica, e exibiram faixas associando os cartolas a personagens de histórias infantis.
A trégua com o elenco acontece depois de jogadores se queixarem da impaciência da arquibancada nos jogos em casa -isso após o time ter superado o Fortaleza por 3 a 0.
Durante a semana, o meia Juninho insinuou que alguns torcedores têm inveja dos jogadores e não têm a devida paciência com eles. "Você mal erra um passe, e já estão xingando. Isso não é torcedor", comentou, ao ser indagado sobre a pressão de atuar em casa.
O lateral-direito Paulo Baier também comentou o caso e disse que a situação fica muito complicada quando o Palmeiras sofre o primeiro gol em casa. Talvez por isso o time só tenha conseguido uma virada nas sete vitórias que obteve no Parque Antarctica, onde tem aproveitamento de 55,6% neste Campeonato Brasileiro.
Até mesmo o técnico Jair Picerni reconhece que, no atual momento da temporada (a quatro partidas de seu término), é difícil aprimorar o equilíbrio emocional do elenco.
"Em geral, isso [a capacidade de reverter a desvantagem] tem que vir do início da temporada, não é algo que temos como preparar em uma ou duas horas de conversa. Se tomar o gol antes, tem que ter um projeto para sair. Se fizer antes, ajuda muito o espírito da coisa. Se não, o jeito é manter o posicionamento e buscar tranqüilidade."
A decisão de não apupar o time não se deve à falta de um projeto de jogo. Para a cúpula da torcida, o problema é outro.
"Entendemos que vários jogadores não merecem vestir a camisa do Palmeiras, mas a culpa não é deles por serem limitados e sim de quem os contratou", diz o diretor da Mancha Alviverde, Isidoro Lopretto. "São limitados, só podemos cobrar de quem tem condições."
Jânio Carvalho, que preside a entidade, comenta casos em que a pressão sobre os jogadores foi inócua. "A gente tirou o Lúcio [lateral-esquerdo], eles trouxeram o Chiquinho. Tiramos o [volante] Alceu, voltou o Marcinho Guerreiro... Não adiantou nada. A culpa é dos dirigentes, não dos jogadores."
Ele conta que a decisão de deixar para outros dias os protestos tem motivação na segurança. "Quando a gente deixa para protestar depois do jogo, puto da vida, há o risco de violência, e aí a torcida está sujeita a perder a razão. Nos dias seguintes, a direção da torcida pode controlar melhor a situação, acalmar o pessoal e protestar com humor e ironia."
NA TV - Palmeiras x Botafogo Sportv (menos para SP e RS), ao vivo, às 18h10


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