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Mancha promete poupar o Palmeiras
Uniformizada entende que não adianta mais pressionar o time, que julga fraco, nesta noite contra o Botafogo, em casa
Alvo dos protestos serão os dirigentes e, para evitar violência, medidas com tons de bom humor podem ser tomadas durante a semana
LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A insatisfação gera revolta. A
cobrança infrutífera, resignação. E, daí para frente, é piada.
Essa é a postura que a maior
organizada do Palmeiras promete para hoje. Desistiu de
pressionar os jogadores que enfrentam o Botafogo em casa.
Avalia que o elenco é mesmo limitado e que xingar os atletas
não adianta mais.
O alvo dos protestos será a diretoria. Não hoje, de cabeça
quente pela partida, mas durante a semana e com humor,
como aconteceu na última terça-feira, quando alguns palmeirenses invadiram a sala do presidente do clube, Affonso della
Monica, e exibiram faixas associando os cartolas a personagens de histórias infantis.
A trégua com o elenco acontece depois de jogadores se
queixarem da impaciência da
arquibancada nos jogos em casa -isso após o time ter superado o Fortaleza por 3 a 0.
Durante a semana, o meia
Juninho insinuou que alguns
torcedores têm inveja dos jogadores e não têm a devida paciência com eles. "Você mal erra um passe, e já estão xingando. Isso não é torcedor", comentou, ao ser indagado sobre
a pressão de atuar em casa.
O lateral-direito Paulo Baier
também comentou o caso e disse que a situação fica muito
complicada quando o Palmeiras sofre o primeiro gol em casa. Talvez por isso o time só tenha conseguido uma virada nas
sete vitórias que obteve no Parque Antarctica, onde tem aproveitamento de 55,6% neste
Campeonato Brasileiro.
Até mesmo o técnico Jair Picerni reconhece que, no atual
momento da temporada (a
quatro partidas de seu término), é difícil aprimorar o equilíbrio emocional do elenco.
"Em geral, isso [a capacidade
de reverter a desvantagem] tem
que vir do início da temporada,
não é algo que temos como preparar em uma ou duas horas de
conversa. Se tomar o gol antes,
tem que ter um projeto para
sair. Se fizer antes, ajuda muito
o espírito da coisa. Se não, o jeito é manter o posicionamento e
buscar tranqüilidade."
A decisão de não apupar o time não se deve à falta de um
projeto de jogo. Para a cúpula
da torcida, o problema é outro.
"Entendemos que vários jogadores não merecem vestir a
camisa do Palmeiras, mas a culpa não é deles por serem limitados e sim de quem os contratou", diz o diretor da Mancha
Alviverde, Isidoro Lopretto.
"São limitados, só podemos cobrar de quem tem condições."
Jânio Carvalho, que preside a
entidade, comenta casos em
que a pressão sobre os jogadores foi inócua. "A gente tirou o
Lúcio [lateral-esquerdo], eles
trouxeram o Chiquinho. Tiramos o [volante] Alceu, voltou o
Marcinho Guerreiro... Não
adiantou nada. A culpa é dos dirigentes, não dos jogadores."
Ele conta que a decisão de
deixar para outros dias os protestos tem motivação na segurança. "Quando a gente deixa
para protestar depois do jogo,
puto da vida, há o risco de violência, e aí a torcida está sujeita
a perder a razão. Nos dias seguintes, a direção da torcida
pode controlar melhor a situação, acalmar o pessoal e protestar com humor e ironia."
NA TV - Palmeiras x Botafogo Sportv (menos para SP e RS), ao vivo, às 18h10
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