São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Completo, Brasil chega à semifinal no Mundial

Seleção feminina de vôlei contou com todas as titulares desde início de jogo

Equipe, que sofreu com contusões e improvisações durante torneio no Japão, obteve vitória acachapante ontem sobre a Alemanha


Kazuhiro Nogi/France Presse
A brasileira Walewska, que anotou sete pontos, passa pelo bloqueio da alemã Angelina Grun em partida do Mundial do Japão


DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de atravessar todo o campeonato em meio a contusões e improvisos, José Roberto Guimarães pôde contar, enfim, com seu time dos sonhos.
Com todas as titulares em quadra desde o início do jogo, o Brasil conseguiu ontem sua vitória mais acachapante sobre uma equipe da elite do vôlei.
Resultado que sacramentou sua recuperação e a vaga nas semifinais do Mundial do Japão. O placar dilatado mostra a facilidade encontrada diante da Alemanha, único país que ainda podia disputar a classificação com Brasil e Rússia. Foram 3 sets a 0 (25/16, 25/22 e 25/15) em uma hora de dez minutos.
"Jogamos concentrados, principalmente com o passe e a recepção. Foi um bom jogo", elogiou o técnico Zé Roberto.
A vaga na semifinal recoloca o Brasil entre os melhores da competição. Esta é a terceira vez que o time nacional vai brigar por medalhas. Em 1994, em São Paulo, foi prata com a geração de Fernanda Venturini, Márcia Fu, Ana Moser e cia, comandada por Bernardinho.
Quatro anos depois, a equipe terminou na quarta colocação. O último Mundial foi atípico. Em meio à maior crise do vôlei feminino do país, o jovem grupo de Marco Aurélio Motta amargou o sétimo lugar.
O fracasso acirrou ainda mais a crise e, em 2003, o treinador cedeu lugar a Zé Roberto. Além do título inédito, no Japão está em jogo a invencibilidade dessa nova geração.
Desde o quarto lugar nos Jogos de Atenas-2004, o Brasil não perde uma competição.
"Não penso no que virá pela frente. Só penso jogo a jogo. O mais importante é sempre o próximo. Times como Itália, Sérvia e Cuba estão jogando bem, mas não sei quem irá avançar", afirmou Zé Roberto.
Na madrugada de hoje, o Brasil decidiria com a Rússia o primeiro lugar do Grupo F. As seleções já estavam classificadas.
O jogo também serviria para testar mais Fofão. A levantadora começou ontem a primeira partida como titular desde que machucou a perna. Em algumas partidas, teve de entrar no sacrifício para ajudar o time. "O fato de eu começar jogando foi fundamental. O Zé perguntou: "Vamos sair jogando?".
Eu respondi: "Lógico, estou pronta". É uma satisfação muito grande ter conseguido essa vaga", afirmou Fofão, quarta colocada no Mundial de 1998.
A meio-de-rede Fabiana e a ponta Sassá, recuperadas, também se destacaram ontem. "O grupo está muito feliz com a recuperação de quem estava machucada", disse Sassá, atacante do grupo de 2002. Com o passe bem feito, Fofão conseguiu ótima variação de jogadas, e o Brasil dominou o jogo. Tamanha superioridade foi reconhecida até pelo rival.
"Se um time joga como o Brasil, não há como competir. Minha equipe jogou muito melhor hoje [ontem], mas elas não nos deixaram fazer nada", afirmou o técnico Giovanni Guidetti.


BRASIL - Walewska (7 pontos), Fofão (4), Fabiana (10), Sassá (13), Jaqueline (6), Sheilla (11) e Fabi, Carol, Mari, Paula Pequeno, Renatinha; ALEMANHA - Weiss, Dumler (7), Fürst (1), Grün (12), Thumm (5), Ssusckle (5) e Tzscherlich, Hart, Schlüter, Kozuch (5)

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