São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Nacional dá partida sem TV e tabela

Franca e Rio Claro, insatisfeitos com divisão de receita do torneio de basquete, estudam desistir dele

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Nacional masculino de basquete começa hoje com dois jogos (Paulistano x Flamengo e Joinville x Minas), mas sem TV, sem tabela e sem saber quantas equipes estarão na disputa. O torneio atual promete ser tão caótico quanto a última edição, na qual houve guerra de liminares que obrigou a confederação brasileira a alterar a fórmula. Não houve campeão.
O início agora fez com que o torneio gerasse pouco interesse nos clubes de São Paulo, que ainda disputam o Estadual.
O ônus com viagens também pesou na decisão dos times, e só três paulistas tomarão parte. É a mais reduzida participação do Estado no torneio, criado em 1990. Anteriormente, a mais baixa representação havia sido cinco times, em 1990 e 1991.
O problema é que o trio paulista pode ser reduzido a um time só. Amanhã, Franca e Rio Claro irão confirmar se ficam.
Ambos pedem para estrear no Nacional em dezembro -a tabela ainda não saiu, só os dois jogos de hoje. Na quarta, a CBB enviou aos clubes um rascunho. Houve várias críticas, e foi marcada para amanhã, um dia após o início do torneio, uma reunião para decidir a tabela.
"Não sei o motivo de começar às pressas. Acho que os outros Estados querem jogar um torneio forte. Mas para os paulistas foi ruim", diz Rafael D'Urso, diretor do Rio Claro, que calcula que sua equipe fará um jogo a cada 2,7 dias até o fim do ano.
Não bastasse o excesso de partidas, a dupla também reclama do contrato com o Sportv, que ainda nem foi assinado. A Folha apurou que a emissora pagará R$ 750 mil pelo Nacional. A CBB embolsa parte da verba. O restante é dividido, em valores iguais, entre os clubes.
"Deveria haver um rateio da receita entre os clubes, e os que forem aos mata-matas ganhariam um bônus", defende Paulo Silas, presidente do Franca.
O dirigente usa a lógica. Quem chegar à fase decisiva terá mais despesas com viagem.
Outro ponto de discordância é que todos os clubes seriam responsáveis solidários por qualquer prejuízo causado ao Sportv nas transmissões.
"Muitos clubes estréiam, e não creio que alguém tenha má-fé. Mas não podemos correr risco de pagar pela inadimplência alheia", teme D'Urso.
Caso não sejam atendidos na reunião de amanhã, na CBB, os times podem deixar a disputa.
"Ainda não sabemos se vamos disputar o Nacional. Se Franca não jogar, também não jogaremos", conta o dirigente do Rio Claro, que diz já ter conversado sobre o tema com o presidente da confederação, Gerasime Bozikis, o Grego.
A CBB informou, através de sua assessoria de imprensa, que a reunião de amanhã servirá para atender a reivindicação dos clubes em relação à tabela.
A entidade também informou que Franca e Rio Claro não participaram de nenhuma reunião com a TV nem fizeram qualquer pedido, oficial ou não, sobre as condições do contrato.


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