São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

mea-culpa

Marcos se desculpa por cena "ridícula"

Goleiro palmeirense diz que merece ser punido por avançar várias vezes ao ataque na derrota de domingo contra o Grêmio

Jogador afirma que não desafiou o técnico Vanderlei Luxemburgo nem sabia quanto tempo faltava para o término do confronto


Fernando Pilatos/Gazeta Press
O goleiro Marcos concede entrevista coletiva no CT do Palmeiras, na qual reconheceu ter errado ao abandonar o gol de sua equipe na derrota para o Grêmio

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O goleiro Marcos, do Palmeiras, se desculpou pelo gesto tomado na derrota para o Grêmio, no último domingo, quando subiu diversas vezes ao ataque a partir dos 30min de jogo mesmo sob protestos do técnico Vanderlei Luxemburgo.
"Todo mundo pode julgar minha atitude, mas não minha intenção, que foi a de ajudar a equipe da melhor maneira possível. Depois, assistindo ao tape da partida, vi que foi ridículo. Achei que faltavam sete minutos para acabar. Pensei "bom, perdido por um, perdido por dez'", disse o capitão da equipe.
O goleiro, que recentemente levou uma bronca do treinador por conta de declarações que ele dera contra o desempenho do Palmeiras na derrota (0 a 3) para o Fluminense, no dia 25 de outubro, negou que tenha tentado passar por cima da autoridade de Luxemburgo.
"Naquela hora achei que estava abafando. Pensei que ele estava me apoiando. Ninguém veio me dizer o que o Luxemburgo estava falando", afirmou o arqueiro, que disse também não ter sido avisado por nenhum jogador do time a respeito do tempo para o fim do jogo.
"Cheguei no vestiário achando que estava certo. Quando cheguei no carro e minha mulher me disse que eu tinha ido [ao ataque] pela primeira vez aos 29min [30min], pensei "meu Deus do céu". Mas aí já tinha acontecido", afirmou.
Logo após a derrota que derrubou o Palmeiras para o quarto lugar do Brasileiro, o técnico palmeirense criticou a postura de Marcos. Afirmou que, para a torcida, ele havia saído de campo mais uma vez como o "São Marcos", apelido que o goleiro ganhou dos torcedores por suas defesas "milagrosas".
O capitão do time negou a existência de um problema de relacionamento com o treinador. Disse que ainda não tinha conversado com ele -o que viria a acontecer depois da entrevista concedida ontem-, e que Luxemburgo tinha todo o direito de ficar bravo e de puni-lo se achasse necessário.
"Não posso reclamar do treinador que me deu a oportunidade de estar aqui hoje", disse Marcos, reconduzido por Luxemburgo à condição de titular absoluto da equipe.
"Ele sempre foi meu amigo. Não vou levar isso [punição] para o lado pessoal por conta do que houve dentro de campo. No domingo, o errado fui eu. A torcida tem de apoiar nosso treinador", completou.
Luxemburgo começa a ter seu trabalho criticado por parte da torcida e gente de dentro do clube que, após o revés diante dos gaúchos, hostilizou-o enquanto deixava o Parque Antarctica em seu carro.
Marcos rechaçou que, apoiado no rótulo de ídolo do clube, utilize momentos tensos como os do último domingo para fazer média com a torcida e deixar a responsabilidade da derrota para o restante do elenco.
"A torcida grita meu nome porque sou meio xarope. A moral que eu tenho não é porque faço churrasco ou dou dinheiro para alguém. É pelas fraturas que eu ganhei me jogando nos pés dos outros, quebrando clavícula", afirmou o camisa 12.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.