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Por Copa, Qatar aceita bebidas e até Israel
DA REPORTAGEM LOCAL
Para organizar pela primeira
vez uma Copa do Mundo no
Oriente Médio, o Qatar admite
abrir mão de um preceito sagrado do Alcorão e mexer num
tema bastante espinhoso em
países muçulmanos -reconhecer a existência de Israel.
Quem garante é Hassan Abdulla Al Thawadi, principal
executivo da candidatura do
país, que pleiteia abrigar o
evento em 2022.
"Todas as nações que participarem da Copa do Mundo serão bem-vindas", declarou, ao
ser questionado sobre uma hipotética classificação de Israel
-que hoje não é reconhecido
como Estado pelo Qatar e por
outras nações árabes.
"A candidatura fará história
justamente por abrir as portas
do diálogo entre Ocidente e
Oriente", afirmou Al Thawadi.
Além da questão política, o
Qatar se disse pronto para outra abertura considerada ousada para os padrões muçulmanos: a permissão para o consumo de bebidas alcoólicas durante a Copa do Mundo -uma
grande fabricante de cerveja é
patrocinadora oficial da Fifa.
Hoje, só estrangeiros possuem permissão para beber.
"Queremos que seja uma
competição familiar, mas o álcool será admitido. Vamos flexibilizar o consumo em todo o
país", disse o executivo.
O Qatar conta ainda com as
novas tecnologias para produzir "zonas de frescor" ao redor
dos estádios. A preocupação,
neste caso, é com o calor de
45C durante o verão no país.
Em alguns estádios do país, a
temperatura já é controlada.
Doha, sua capital, fracassou
ao tentar organizar a Olimpíada de 2016. O país foi eliminado
pouco depois da primeira vistoria do COI porque queria fazer
o evento numa data diferente
da estipulada pelo comitê.
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