São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

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VÔLEI

Equilíbrio total

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Sem as estrelas da seleção, a Superliga masculina perde muito na qualidade técnica e no brilho, mas ganha no equilíbrio e no espaço que abre para as novas gerações. Dos 12 times inscritos, dois têm grandes chances de chegar ao título e cinco podem complicar a trajetória dos favoritos e até surpreenderem.
As duas primeiras rodadas mostram equilíbrio: os dois maiores candidatos para chegar à final, Minas e Unisul, já têm uma derrota cada um. O Minas, do argentino Jon Uriarte, perdeu na rodada de abertura para a Ulbra/ Ferraz. A Unisul, de Zé Roberto Guimarães, foi derrotada no sábado pelo Banespa.
O Minas manteve a base da equipe vice-campeã da última Superliga. A novidade foi a troca de técnico: saiu Marcos Miranda e entrou Uriarte. Em relação à temporada passada, o Minas perdeu principalmente na recepção e na defesa com a saída do ponteiro Ezinho, que foi para a Unisul.
A Unisul, do técnico Zé Roberto, ainda está se acertando.
Além de Ezinho, a equipe tem Riad, um central talentoso de 2,04 m, o atacante João Paulo e Vinhedo, o levantador revelação da última Superliga. Vinhedo parece ainda não muito entrosado com o time e não está jogando tudo o que sabe.
Quando foi formada a equipe, a Unisul contava com o oposto Evandro, de 2,08 m. Só que ele sofreu uma contusão no joelho, passou por uma cirurgia e só vai voltar a jogar em março. Resultado: está fazendo falta também para o time um atacante de mais força.
Quem assistiu à vitória do Banespa sobre a Unisul deve ter ficado com a seguinte impressão: essa turma vai aprontar surpresas no torneio. Atual campeão da Superliga, o Banespa perdeu Nalbert, Vinhedo e Rivaldo, mas contratou o experiente levantador Talmo e investiu nos meninos de base do clube.
Resultado: está com o time certinho. Dos titulares que conquistaram o título da Superliga, restaram os centrais Alberto, Michael e o ponteiro Ricardo Serafim. Nesta temporada, a equipe está novamente mostrando um saque poderoso e tem um oposto da nova geração que promete: Leandrão.
Além do Banespa, o grupo dos times que podem surpreender tem mais quatro integrantes: a Ulbra/Ferraz, do técnico Ricardo Navajas; Florianópolis, do técnico Renan; São Leopoldo, de Jorge Schmidt; e Bento Gonçalves, de Cebola. Vale lembrar que Bento, Florianópolis e Ulbra estão invictos com duas vitórias.
A façanha da Ulbra foi ter vencido o Minas, na casa do adversário, na rodada de abertura. A equipe tem um bom levantador, o Rafinha, e um oposto experiente, Xanxa. Já o Bento Gonçalves é um time jovem que tem como um dos destaques o ponteiro Thiago Alves, 1,94 m e 19 anos.
O Florianópolis aposta no levantador Bruninho, 1,90 m, filho do técnico Bernardinho e de Vera Mossa. Ele é habilidoso e joga com velocidade. O time tem a experiência do central Douglas e do ponteiro Dirceu. Já São Caetano, Santo André, Caxias do Sul, Araraquara e Campinas devem brigar pelo oitavo lugar.

Rumo a Portugal
A seleção brasileira masculina vai ter um grande desfalque na próxima temporada: Chico dos Santos, auxiliar de Bernardinho e responsável pelos treinos de bloqueio, deixou a comissão técnica. Ele aceitou o convite para comandar a seleção de Portugal. Chico, que trabalha com Bernardinho desde 99, disse que foi uma decisão difícil sair da seleção. Ele viaja para Lisboa no dia 5 de janeiro.

Portugal 2
Chico dos Santos vai substituir o cubano Orlando Samuels. Ele deixou a equipe depois da má campanha de Portugal do último Campeonato Europeu. O time ficou apenas em décimo lugar. Nos últimos três anos, Portugal vinha sendo comandado por cubanos. Antes de Samuels, que ficou um ano no cargo, o técnico era Juan Diaz.


E-mail: cidasan@uol.com.br

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