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aposta
Palmeiras reedita seu "novo e barato"
Com Caio Jr., clube volta a pagar menos de R$ 100 mil para um treinador, como fez, sem sucesso, com Paulo Bonamigo
Na apresentação oficial, ex-comandante do Paraná diz que dará enfoque a um trabalho emocional com atletas e prega versatilidade
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A contratação de Caio Jr. tem
sido tratada como símbolo da
renovação na administração do
futebol do Palmeiras. Porém a
chegada do jovem técnico ao
Parque Antarctica reedita uma
estratégia que já falhou no início da gestão do presidente
Affonso della Monica.
O novo treinador palmeirense desembarca no Parque Antarctica após uma trajetória de
sucesso com um time paranaense em um Campeonato
Brasileiro. Assim como já fizera
Paulo Bonamigo, em 2005.
E, assim como Bonamigo,
Caio Jr. representa uma aposta
relativamente barata num técnico da nova geração e em ascensão. Os R$ 60 mil mensais
que o Palmeiras lhe pagará é a
remuneração mais baixa paga a
um técnico contratado na gestão de Affonso della Monica
-valor semelhante ao que recebeu Bonamigo em cada um
de seus dois meses no clube.
Estevam Soares e Candinho
comandaram o time no início
da administração do atual presidente, mas não foram contratados por sua diretoria. Estevam foi herança da gestão de
Mustafá Contursi. Candinho,
seu sucessor, chegou com o aval
de um "conselho gestor" que
tocou o futebol durante a transição de mandatos.
Entre a saída de Bonamigo e
a chegada de Caio Jr., o Palmeiras deixou de lado as apostas
em novos valores para comandar seus elencos. E gastou bastante para isso. Emerson Leão,
Tite e Jair Picerni, que mal
completou um mês no cargo,
foram contratados com ganhos
acima de R$ 100 mil mensais.
Todos eles, experientes, com
passagem por vários times e
com títulos conquistados ao
longo de suas carreiras, correspondem a um perfil completamente diferente do de Caio Jr..
Aos 41 anos, o novo treinador
do Palmeiras ganhou notoriedade nacional ao levar o Paraná
à Libertadores-2007. E chegou
ao novo clube disposto a mostrar que seu sucesso não foi por
acaso. Na apresentação oficial
no CT do Palmeiras, Caio disse
que seu primeiro objetivo é trabalhar o lado emocional do
elenco. Na avaliação do técnico,
a baixa auto-estima dos jogadores palmeirenses no Nacional
foi fator preponderante da
campanha desastrosa.
"Vejo como muito importante a questão psicológica no futebol. Eu tenho que conscientizar os jogadores que vamos ganhar um título. Não sei qual,
mas vamos", disse Caio.
O treinador promete enxugar o elenco -quer trabalhar
com, no máximo, 30 dos 52
atletas que terá à disposição.
Para isso, já traçou o perfil do
time que pretende montar.
"Você tem que ter velocidade,
força e jogadores versáteis."
A chegada de Caio marca a
ascensão à diretoria de futebol
de Gilberto Cipullo, conselheiro que por anos comandou ao
lado de Luiz Gonzaga Belluzzo
e Seraphim del Grande a oposição no Parque Antarctica.
O técnico, porém, evitou falar sobre eleições. "Não gostaria de entrar nesta questão",
disse o treinador, que não deve
ter problemas para se manter
mesmo se o candidato de oposição, Roberto Frizzo, for eleito.
Caio ainda pontuou seu primeiro dia no Palmeiras com
exaltação ao espírito coletivo.
"Sem espírito coletivo você pode trazer o Pelé no auge da forma que não adianta."
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