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CBAt eleva as exigências na seleção de atletas top
Entidade cria índice que, em algumas provas, supera até marcas exigidas pela Iaaf
Medida da confederação visa eliminar da convocação para Mundiais e Olimpíadas esportistas que vão aos torneios apenas "a passeio"
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase quatro meses após o
atletismo brasileiro obter um
dos resultados mais pífios da
história em Mundiais, a CBAt
(Confederação Brasileira de
Atletismo) resolveu criar critérios mais rigorosos para convocar os atletas da seleção.
Para isso, instituiu um novo
índice CBAt, que corresponde à
média das marcas obtidas pelos
12º colocados nos três últimos
Mundiais e Olimpíadas e que
será o principal critério para
determinar os classificados às
duas competições.
Em algumas provas, o índice
CBAt é até maior do que a marca exigida pela Iaaf, entidade
que gerencia o atletismo mundial, para que o atleta se qualifique para esses dois eventos.
"A exigência de qualificação
da CBAt vai apertar sobretudo
nas provas de velocidade e
meio-fundo. Em provas de fundo e de campo, o índice CBAt
deve ficar próximo ao índice B
da Iaaf", explica Ricardo D'Angelo, que foi treinador-chefe da
seleção no último Mundial, em
Berlim, e ajudou a elaborar os
novos critérios de seleção.
Nas provas em que o índice
CBAt for maior do que as marcas estabelecidas pela Iaaf, o
Brasil só terá representantes
-até três- se estes atingirem o
mínimo exigido pela entidade
nacional. É o caso das corridas
de velocidade e meio-fundo.
Já nas provas em que a marca
da entidade nacional for inferior ao índice A e superior ao
índice B, ambos da Iaaf, prevalece a exigência da CBAt. Nestas provas, haverá um limite de
dois atletas por modalidade.
E, no último caso, em que o
exigência nacional for inferior
aos índices A e B, prevalecerá a
menor marca da Iaaf.
Antes das mudanças, somente os índices A e B eram levados
em consideração para a convocação de atletas brasileiros para Mundiais e Olimpíadas.
Com esse novo conjunto de
critérios, a CBAt pretende evitar levar atletas a Mundiais e
Olimpíadas que nem passam da
primeira fase de eliminação.
No Mundial de Berlim, realizado em agosto, o Brasil levou
42 atletas, mas somente chegou à final em seis provas e não
obteve nenhuma medalha.
Submetido à apreciação de
atletas e técnicos no Fórum
Atletismo do Brasil, realizado
em São Paulo ontem, o novo
conjunto de critérios de seleção
de atletas agradou à maioria.
Em rápida votação feita entre os cerca de 140 presentes,
78,3% foram favoráveis.
"Nos últimos Mundiais, os
tempos dos finalistas eram
muito superiores aos índices de
classificação. Então, apoio a
CBAt ter dificultado o processo. Isso vai evitar que alguns
atletas ganhem a vaga só para ir
ao Mundial a passeio. Com esse
novo índice, o atleta deve chegar pelo menos à semifinal", diz
Vanda Gomes, que competiu
no 4 x 100 m em Berlim.
Nas provas de revezamento,
a confederação exigirá que pelo
menos dois atletas da equipe
tenham índice CBAt.
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