São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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CBAt eleva as exigências na seleção de atletas top

Entidade cria índice que, em algumas provas, supera até marcas exigidas pela Iaaf

Medida da confederação visa eliminar da convocação para Mundiais e Olimpíadas esportistas que vão aos torneios apenas "a passeio"

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase quatro meses após o atletismo brasileiro obter um dos resultados mais pífios da história em Mundiais, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) resolveu criar critérios mais rigorosos para convocar os atletas da seleção.
Para isso, instituiu um novo índice CBAt, que corresponde à média das marcas obtidas pelos 12º colocados nos três últimos Mundiais e Olimpíadas e que será o principal critério para determinar os classificados às duas competições.
Em algumas provas, o índice CBAt é até maior do que a marca exigida pela Iaaf, entidade que gerencia o atletismo mundial, para que o atleta se qualifique para esses dois eventos.
"A exigência de qualificação da CBAt vai apertar sobretudo nas provas de velocidade e meio-fundo. Em provas de fundo e de campo, o índice CBAt deve ficar próximo ao índice B da Iaaf", explica Ricardo D'Angelo, que foi treinador-chefe da seleção no último Mundial, em Berlim, e ajudou a elaborar os novos critérios de seleção.
Nas provas em que o índice CBAt for maior do que as marcas estabelecidas pela Iaaf, o Brasil só terá representantes -até três- se estes atingirem o mínimo exigido pela entidade nacional. É o caso das corridas de velocidade e meio-fundo.
Já nas provas em que a marca da entidade nacional for inferior ao índice A e superior ao índice B, ambos da Iaaf, prevalece a exigência da CBAt. Nestas provas, haverá um limite de dois atletas por modalidade.
E, no último caso, em que o exigência nacional for inferior aos índices A e B, prevalecerá a menor marca da Iaaf.
Antes das mudanças, somente os índices A e B eram levados em consideração para a convocação de atletas brasileiros para Mundiais e Olimpíadas.
Com esse novo conjunto de critérios, a CBAt pretende evitar levar atletas a Mundiais e Olimpíadas que nem passam da primeira fase de eliminação.
No Mundial de Berlim, realizado em agosto, o Brasil levou 42 atletas, mas somente chegou à final em seis provas e não obteve nenhuma medalha.
Submetido à apreciação de atletas e técnicos no Fórum Atletismo do Brasil, realizado em São Paulo ontem, o novo conjunto de critérios de seleção de atletas agradou à maioria.
Em rápida votação feita entre os cerca de 140 presentes, 78,3% foram favoráveis.
"Nos últimos Mundiais, os tempos dos finalistas eram muito superiores aos índices de classificação. Então, apoio a CBAt ter dificultado o processo. Isso vai evitar que alguns atletas ganhem a vaga só para ir ao Mundial a passeio. Com esse novo índice, o atleta deve chegar pelo menos à semifinal", diz Vanda Gomes, que competiu no 4 x 100 m em Berlim.
Nas provas de revezamento, a confederação exigirá que pelo menos dois atletas da equipe tenham índice CBAt.


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