DA REPORTAGEM LOCAL

A postura da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) em relação ao doping do britânico Greg Rusedski, 30, motivou críticas de alguns tenistas e até do diretor-geral da Wada (Agência Mundial Antidoping), David Howman.
Ontem, foi a vez de o ex-tenista americano John McEnroe, 43, sair em defesa do canadense naturalizado inglês, cujo teste, realizado em 23 de julho do ano passado, atestou o uso de nandrolona.
"Terei uma grande surpresa se a acusação de uso de doping [por Rusedski] for comprovada", disse McEnroe a um jornal australiano.
O ex-atleta ainda insinuou que a ATP teve responsabilidade no caso de Rusedski, que poderá jogar até o dia 9 de fevereiro, quando será julgado. "Durante seis anos, sem meu conhecimento, fui medicado com antiinflamatórios que continham esteróides usados em cavalos. Até perceberem que eles eram fortes demais mesmo para os animais", disse McEnroe, dono de sete títulos de Grand Slam.
Na sexta passada, Rusedski admitiu o uso da substância e declarou que a ingerira num complemento vitamínico prescrito pela ATP. Ele divulgou, por meio de seu advogado, uma declaração dizendo que testes de 47 dos 120 melhores do ranking mostraram alto nível de nandrolona e disse que "algo estranho" ocorreu entre agosto de 2002 e maio de 2003.
O fato também foi citado pelo chileno Marcelo Ríos, para quem a entidade privilegia Andre Agassi nos exames antidoping. Outro que declarou apoio a Rusedski é o australiano Lleyton Hewitt.
"Em maio de 2003, paramos de distribuir suplementos", disse David Higdon, vice de comunicações da ATP, após a Wada citar o caso Bohdan Ulirach -após provar que ingerira nandrolona num repositor energético fornecido pela ATP, o tcheco teve anulada a suspensão de dois anos.
Ontem, Rusedski bateu o argentino Juan Ignacio Chela (2 a 0) em sua estréia no Torneio de Sydney.