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Risco e falta de conforto jogam contra
DA REPORTAGEM LOCAL
Polícia Militar, TV, especialista em marketing e
dirigente de clube são unânimes ao apontar razões
que explicam a ausência
do torcedor nos estádios: o
desconforto e o risco.
""Pelas nossas observações, quem vai ao estádio,
em sua maioria, é o pessoal
das classes D e E, que tem
no futebol sua diversão e
fica na geral e na arquibancada", afirma o major Armando Tadeu Camargo,
43, comandante do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar, que chefia o
policiamento nos estádios.
Ele diz ainda que outros
fatores afastam o torcedor. ""Aumento no preço
do ingresso, aliado à dificuldade de acesso aos estádios, já que muitos moram na zona leste, os desestimula. Há exceções,
como os são-paulinos, público de dois tipos de jogos:
clássicos e finais. E tem a
questão da violência."
Elton Simões, diretor
responsável pelos canais
"pay-per-view" da Globosat, que exibe torneios nacionais, não crê que o
maior número de jogos
oferecidos pela TV influa
no público nos estádios.
""Nossas pesquisas indicam que a maioria dos assinantes reside a mais de
100 km do local onde as
partidas de seu clube são
realizadas. Então, o "pay-per-view" serve a uma população que não poderia ir
aos estádios", diz Simões.
""Violência, insegurança e
falta de conservação e conforto inibem a ida do torcedor aos locais dos jogos."
Até dirigente de clube
concorda que as condições
das arenas e os serviços
oferecidos nele não são
ideais. "É questão de racionalidade [não ir ao estádio]. A pessoa tem o trabalho de comprar o ingresso,
deslocar-se ao estádio,
passar pela catraca, buscar
seu assento. E o que encontra? Banheiros em más
condições, perigo de brigas...", enumera o vice de
marketing do Corinthians,
Luis Paulo Rosenberg.
Se a falta de público é
encarada como problema,
por uma outra ótica Marco
Aurélio Klein, especialista
em marketing esportivo e
professor da Faculdade
Getúlio Vargas, vê um nicho de oportunidades.
""Pelos números do Datafolha, pouca gente vai ao
estádio, porém muitos
acompanham futebol pela
TV. Isso significa que existe demanda reprimida por
futebol. Há excelentes
oportunidades para o futebol, caso ele se organize e
proporcione acessibilidade, qualidade e conforto."
""O futebol é hoje entretenimento. Se houver conforto, as pessoas irão aos
estádios. Veja os cinemas:
no passado, tapetes rasgados, iluminação e som
ruins afugentavam o público."
(EO E PC)
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