São Paulo, terça-feira, 13 de janeiro de 2009

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barbada

No topo, Ronaldo se diz cria de Scolari

Avante português, eleito o melhor de 2008 pela Fifa, afirma que não seria o que é hoje sem o brasileiro e Alex Ferguson

Atleta recebe prêmio das mãos de Pelé, emociona-se ao saber que a mãe o assistia e é irônico ao responder sobre acidente com Ferrari


RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

Eleito pela Fifa ontem o melhor jogador do mundo de 2008, Cristiano Ronaldo, 23, elegeu o escocês Alex Ferguson e o brasileiro Luiz Felipe Scolari seus "criadores".
"Todos os treinadores me marcaram, desde o meu primeiro técnico, no Sporting. Mas os que mais me marcaram foram "sir" Ferguson e Scolari. Sem eles, não teria aprendido o que aprendi. Não seria o que sou hoje", afirmou ao responder à pergunta da Folha, cerca de três horas antes de ser anunciado como vencedor. Ele foi escolhido por técnicos e capitães das seleções nacionais.
O português trabalha com Ferguson, manager do poderoso Manchester United, desde 2003. E conviveu com Scolari na seleção de seu país entre 2005 e 2008. Na entrevista, o português, que recebeu o troféu de Pelé, até lembrou o modo ríspido com que Scolari reage a algumas perguntas.
A entrevista coletiva com todos os concorrentes, organizada como aperitivo do evento da Fifa, foi também a primeira do jogador após destruir sua Ferrari num acidente em Manchester, na semana passada.
Ele foi econômico e irônico ao comentar o assunto. "Perfeito. Estou até melhor depois do acidente", disse o português.
O melhor do mundo mostrou mais irritação ao ser indagado sobre suposta negociação entre seu agente e o Real Madrid. "É mentira", cortou, afirmando que não estava na Suíça para falar sobre o assunto.
O jogador do Manchester fechou de vez a cara quando um jornalista disse que ele havia afirmado ser o primeiro, o segundo e o terceiro melhor do mundo. "Nunca falei isso. Vi na imprensa, mas nunca ouviram isso da minha boca. Seria falta de respeito com meus colegas."
Depois da premiação, o português emocionou-se ao ouvir de uma equipe de TV de seu país que sua mãe o estava assistindo. Pediu a ela que comemorasse muito a sua vitória.
Ele, porém, disse não ter tempo para celebrar. "Preciso ir embora logo porque vou pegar o avião para Manchester. Ganhei o prêmio, mas a vida continua", afirmou o jogador.
O tratamento de favorito dado a Ronaldo pela imprensa contrastou com a intenção da Fifa, que em seu site anunciou que o evento teria mais dramaticidade com cinco indicados ao prêmio -até o ano passado eram três os finalistas.
Antes de ter o seu nome anunciado por Pelé como o vencedor, Ronaldo ouviu o brasileiro relatar que previu a vitória dele em 2008. E que disse isso a ele durante a premiação de 2007, quando Kaká foi o vencedor. "Consegui ganhar esta coisinha", comemorou o português ao receber o troféu.
Segundo jogador de seu país a levar o prêmio (o primeiro foi Figo, em 2001), Ronaldo coroou um ano em que viveu altos e baixos. Ganhou a Copa dos Campeões e a Liga Inglesa e foi artilheiro dessas competições. Venceu também o Mundial de Clubes e levou a "Bola de Ouro". Mas também ficou três meses sem jogar por causa de uma cirurgia e fracassou com sua seleção na Eurocopa.


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