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barbada
No topo, Ronaldo se diz cria de Scolari
Avante português, eleito o melhor de 2008 pela Fifa, afirma que não seria o que é hoje sem o brasileiro e Alex Ferguson
Atleta recebe prêmio das mãos de Pelé, emociona-se
ao saber que a mãe o assistia e é irônico ao responder
sobre acidente com Ferrari
RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE
Eleito pela Fifa ontem o melhor jogador do mundo de
2008, Cristiano Ronaldo, 23,
elegeu o escocês Alex Ferguson
e o brasileiro Luiz Felipe Scolari seus "criadores".
"Todos os treinadores me
marcaram, desde o meu primeiro técnico, no Sporting.
Mas os que mais me marcaram
foram "sir" Ferguson e Scolari.
Sem eles, não teria aprendido o
que aprendi. Não seria o que
sou hoje", afirmou ao responder à pergunta da Folha, cerca
de três horas antes de ser
anunciado como vencedor. Ele
foi escolhido por técnicos e capitães das seleções nacionais.
O português trabalha com
Ferguson, manager do poderoso Manchester United, desde
2003. E conviveu com Scolari
na seleção de seu país entre
2005 e 2008. Na entrevista, o
português, que recebeu o troféu de Pelé, até lembrou o modo ríspido com que Scolari reage a algumas perguntas.
A entrevista coletiva com todos os concorrentes, organizada como aperitivo do evento da
Fifa, foi também a primeira do
jogador após destruir sua Ferrari num acidente em Manchester, na semana passada.
Ele foi econômico e irônico
ao comentar o assunto. "Perfeito. Estou até melhor depois do
acidente", disse o português.
O melhor do mundo mostrou
mais irritação ao ser indagado
sobre suposta negociação entre
seu agente e o Real Madrid. "É
mentira", cortou, afirmando
que não estava na Suíça para
falar sobre o assunto.
O jogador do Manchester fechou de vez a cara quando um
jornalista disse que ele havia
afirmado ser o primeiro, o segundo e o terceiro melhor do
mundo. "Nunca falei isso. Vi na
imprensa, mas nunca ouviram
isso da minha boca. Seria falta
de respeito com meus colegas."
Depois da premiação, o português emocionou-se ao ouvir
de uma equipe de TV de seu
país que sua mãe o estava assistindo. Pediu a ela que comemorasse muito a sua vitória.
Ele, porém, disse não ter
tempo para celebrar. "Preciso
ir embora logo porque vou pegar o avião para Manchester.
Ganhei o prêmio, mas a vida
continua", afirmou o jogador.
O tratamento de favorito dado a Ronaldo pela imprensa
contrastou com a intenção da
Fifa, que em seu site anunciou
que o evento teria mais dramaticidade com cinco indicados
ao prêmio -até o ano passado
eram três os finalistas.
Antes de ter o seu nome
anunciado por Pelé como o
vencedor, Ronaldo ouviu o brasileiro relatar que previu a vitória dele em 2008. E que disse
isso a ele durante a premiação
de 2007, quando Kaká foi o
vencedor. "Consegui ganhar
esta coisinha", comemorou o
português ao receber o troféu.
Segundo jogador de seu país
a levar o prêmio (o primeiro foi
Figo, em 2001), Ronaldo coroou um ano em que viveu altos e baixos. Ganhou a Copa
dos Campeões e a Liga Inglesa
e foi artilheiro dessas competições. Venceu também o Mundial de Clubes e levou a "Bola
de Ouro". Mas também ficou
três meses sem jogar por causa
de uma cirurgia e fracassou
com sua seleção na Eurocopa.
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