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Tri, Marta afirma que foi como a 1ª vez
Steffen Schmidt/Efe
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A atacante Marta posa com o troféu de melhor jogadora de 2008
DO ENVIADO A ZURIQUE
"Foi como se eu tivesse vencido pela primeira vez." Assim
Marta, 22, definiu a sensação
de ser eleita pela terceira vez a
melhor do mundo pela Fifa.
Porém, mais do que falar sobre a vitória, a brasileira passou
o dia de ontem tendo de explicar, principalmente aos jornalistas da Suécia, a sua transferência do Umea para o Los Angeles, que irá disputar a nova liga norte-americana.
Falar do ex-clube arrancou
as primeiras lágrimas de Marta
ontem, na entrevista que antecedeu à premiação. "Sentirei
falta das amizades que fiz na
Suécia, mas os Estados Unidos
estão montando uma liga muito forte", disse, com voz trêmula, em entrevista antes da festa.
Ela chorou como fez depois, ao
ser anunciada vencedora pelo
terceiro ano consecutivo.
Após a premiação, voltou a
falar de sua transferência para
o Los Angeles, que a contratou
por três anos. "Eu e outras brasileiras vamos ajudar a dar mais
projeção ao futebol feminino
por lá", disse ela, que costuma
criticar cartolas brasileiros.
E manteve o hábito. A diferença foi que desta vez não citou a CBF e o governo federal.
"Cansei de falar do trabalho
dos outros. Todo mundo está
vendo o que nós fazemos dentro de campo e não acontece
nada", declarou a atacante.
Horas antes, ela já tinha respondido sobre a situação do futebol feminino no país.
"Os brasileiros gostam de futebol, seja masculino ou feminino, por isso nós lotamos o
Maracanã. Mas falta interesse
por parte das pessoas que fazem o nosso futebol", afirmou,
sentada na mesma cadeira que
Cristiano Ronaldo ocuparia na
entrevista dos homens. A Fifa
escolheu os lugares.
Marta teve a companhia de
Cristiane, que estava indicada
para o prêmio, nas críticas aos
dirigentes do país. Ela também
jogará nos Estados Unidos, defendendo o time de Chicago.
"Esperança de que o nosso
futebol feminino melhore eu
sempre tenho, mas parece que
isso está cada vez mais distante
de acontecer. Agora 14 brasileiras vão jogar na nova liga americana e ninguém tentou segurá-las no Brasil", afirmou.
Cristiane teve uma rápida
passagem pelo Corinthians e
disse que o clube já planeja um
novo contrato com ela, que vai
assinar por apenas seis meses
com os americanos. "Jogar no
time em que está o Ronaldo
ajudaria também o feminino.
Atrairia as meninas para lá."
Tanto Cristiane como Marta
falam em ajudar o futebol brasileiro mesmo estando nos
EUA. Questionada sobre se planeja ser dirigente para apoiar o
esporte, Marta respondeu: "É
muito cedo para isso".
Marta teve de falar também
se é assediada por empresas do
ramo da moda. "Eu tenho meus
compromissos com meu patrocinador de material esportivo,
mas em certas ocasiões, como
esta, tenho que me vestir como
gente", declarou.
(RP)
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