São Paulo, terça-feira, 13 de janeiro de 2009

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Tri, Marta afirma que foi como a 1ª vez

Steffen Schmidt/Efe
A atacante Marta posa com o troféu de melhor jogadora de 2008

DO ENVIADO A ZURIQUE

"Foi como se eu tivesse vencido pela primeira vez." Assim Marta, 22, definiu a sensação de ser eleita pela terceira vez a melhor do mundo pela Fifa.
Porém, mais do que falar sobre a vitória, a brasileira passou o dia de ontem tendo de explicar, principalmente aos jornalistas da Suécia, a sua transferência do Umea para o Los Angeles, que irá disputar a nova liga norte-americana.
Falar do ex-clube arrancou as primeiras lágrimas de Marta ontem, na entrevista que antecedeu à premiação. "Sentirei falta das amizades que fiz na Suécia, mas os Estados Unidos estão montando uma liga muito forte", disse, com voz trêmula, em entrevista antes da festa. Ela chorou como fez depois, ao ser anunciada vencedora pelo terceiro ano consecutivo.
Após a premiação, voltou a falar de sua transferência para o Los Angeles, que a contratou por três anos. "Eu e outras brasileiras vamos ajudar a dar mais projeção ao futebol feminino por lá", disse ela, que costuma criticar cartolas brasileiros.
E manteve o hábito. A diferença foi que desta vez não citou a CBF e o governo federal.
"Cansei de falar do trabalho dos outros. Todo mundo está vendo o que nós fazemos dentro de campo e não acontece nada", declarou a atacante.
Horas antes, ela já tinha respondido sobre a situação do futebol feminino no país.
"Os brasileiros gostam de futebol, seja masculino ou feminino, por isso nós lotamos o Maracanã. Mas falta interesse por parte das pessoas que fazem o nosso futebol", afirmou, sentada na mesma cadeira que Cristiano Ronaldo ocuparia na entrevista dos homens. A Fifa escolheu os lugares.
Marta teve a companhia de Cristiane, que estava indicada para o prêmio, nas críticas aos dirigentes do país. Ela também jogará nos Estados Unidos, defendendo o time de Chicago.
"Esperança de que o nosso futebol feminino melhore eu sempre tenho, mas parece que isso está cada vez mais distante de acontecer. Agora 14 brasileiras vão jogar na nova liga americana e ninguém tentou segurá-las no Brasil", afirmou.
Cristiane teve uma rápida passagem pelo Corinthians e disse que o clube já planeja um novo contrato com ela, que vai assinar por apenas seis meses com os americanos. "Jogar no time em que está o Ronaldo ajudaria também o feminino. Atrairia as meninas para lá."
Tanto Cristiane como Marta falam em ajudar o futebol brasileiro mesmo estando nos EUA. Questionada sobre se planeja ser dirigente para apoiar o esporte, Marta respondeu: "É muito cedo para isso".
Marta teve de falar também se é assediada por empresas do ramo da moda. "Eu tenho meus compromissos com meu patrocinador de material esportivo, mas em certas ocasiões, como esta, tenho que me vestir como gente", declarou. (RP)


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