São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

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Depois de conflito, clássico fica caro, inseguro e confuso

Diretorias dos clubes deixam de informar que restrição a corintianos só vale na arquibancada, e não em outros setores

Cartolas do Corinthians dão bilhetes mais baratos para organizadas e, assim, seu torcedor comum tem que pagar mais do que o dobro

PAULO GALDIERI
RODRIGO MATTOS

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o torcedor comum, o clássico entre Corinthians e São Paulo tem ingressos bem mais caros do que a média do Paulista, falta de informação e incertezas sobre a segurança. É o cenário por causa de rusga entre as duas diretorias após os são-paulinos restringirem os ingressos dos rivais a 10%. Aos corintianos sem filiação com as torcidas organizadas haverá bilhetes somente a partir de R$ 90. E sua diretoria deu informações incompletas aos seus torcedores sobre quais lugares poderiam ocupar.
Aos são-paulinos restou majoração de até 200% em alguns setores do Morumbi. O térreo, de lugares mais populares, custará R$ 90. Para as cadeiras azuis, o aumento foi de 157% -chega a até R$ 180. Os torcedores foram beneficiados com pacote promocional, que inclui jogos da Taça Libertadores, mas este é restrito a quem possui cartão Visa.
Por conta da troca de farpas entre as diretorias em notas oficiais, cresceram a rivalidade e a possibilidade de ocorrências violentas, que afetam ambas as torcidas. E há incertezas sobre as regras de segurança.
Por exemplo, nenhuma das duas diretorias informou que os corintianos poderão comprar ingressos para as cadeiras azuis (intermediárias) e o térreo (mais baixa) como sempre ocorreu nos clássicos. É que a restrição de 10% dos bilhetes só vale para as arquibancadas.
Mas a venda dessas entradas só ocorrerá no Morumbi. Não foram enviados ingressos desses setores ao Corinthians. "Podem comprar normalmente [para os dois setores] como sempre. Não podemos impedi-los. Pode-se proibir que usem adornos do clube. Mas isso vai depender da PM, que vai determinar a regra", explicou o diretor de marketing são-paulino, Adalberto Batista. Só que a diretoria corintiana alega temer problemas de segurança nesses setores.
"Se eu quiser comprar, eu posso. Mas isso é o que me preocupa. Essa situação pode gerar focos de violência no estádio. Esse negócio virou barril de pólvora", justificou-se o assessor jurídico corintiano Luiz Felipe Santoro, que notificou a Polícia Militar e o Ministério Público Estadual sobre a extrema situação de risco do jogo. Em nota, a diretoria do São Paulo admitiu "acirramento de ânimos que em nada contribui para a boa condução de um evento esportivo", atribuindo o problema ao Corinthians.
Dos ingressos que recebeu -entre 6.500 e 6.800 -, a diretoria corintiana deu 4.200 para as torcidas organizadas. Ou seja, todos os bilhetes mais baratos (R$ 40) ficaram nas mãos desses grupos. "Não tenho condições de botar na bilheteria apenas poucos ingressos porque daria confusão", afirmou o supervisor de arrecadação do Corinthians, Lúcio Blanco.
Seu clube venderá, no entanto, pouco mais de 2.000 para as cadeiras especiais superiores (no anel superior), por R$ 90. "Por conta do preço, acho que não teremos problema", defendeu-se Blanco.
Questionada, a polícia não informou como funcionará a segurança do clássico.


Colaborou EDUARDO ARRUDA , da Reportagem Local


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