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Depois de conflito, clássico fica caro, inseguro e confuso
Diretorias dos clubes deixam de informar que restrição a corintianos só vale na arquibancada, e não em outros setores
Cartolas do Corinthians dão bilhetes mais baratos para organizadas e, assim, seu torcedor comum tem que pagar mais do que o dobro
PAULO GALDIERI
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o torcedor comum, o
clássico entre Corinthians e
São Paulo tem ingressos bem
mais caros do que a média do
Paulista, falta de informação e
incertezas sobre a segurança. É
o cenário por causa de rusga
entre as duas diretorias após os
são-paulinos restringirem os
ingressos dos rivais a 10%.
Aos corintianos sem filiação
com as torcidas organizadas
haverá bilhetes somente a partir de R$ 90. E sua diretoria deu
informações incompletas aos
seus torcedores sobre quais lugares poderiam ocupar.
Aos são-paulinos restou majoração de até 200% em alguns
setores do Morumbi. O térreo,
de lugares mais populares, custará R$ 90. Para as cadeiras
azuis, o aumento foi de 157%
-chega a até R$ 180.
Os torcedores foram beneficiados com pacote promocional, que inclui jogos da Taça Libertadores, mas este é restrito a
quem possui cartão Visa.
Por conta da troca de farpas
entre as diretorias em notas
oficiais, cresceram a rivalidade
e a possibilidade de ocorrências
violentas, que afetam ambas as
torcidas. E há incertezas sobre
as regras de segurança.
Por exemplo, nenhuma das
duas diretorias informou que
os corintianos poderão comprar ingressos para as cadeiras
azuis (intermediárias) e o térreo (mais baixa) como sempre
ocorreu nos clássicos. É que a
restrição de 10% dos bilhetes só
vale para as arquibancadas.
Mas a venda dessas entradas
só ocorrerá no Morumbi. Não
foram enviados ingressos desses setores ao Corinthians.
"Podem comprar normalmente [para os dois setores] como sempre. Não podemos impedi-los. Pode-se proibir que
usem adornos do clube. Mas isso vai depender da PM, que vai
determinar a regra", explicou o
diretor de marketing são-paulino, Adalberto Batista.
Só que a diretoria corintiana
alega temer problemas de segurança nesses setores.
"Se eu quiser comprar, eu
posso. Mas isso é o que me
preocupa. Essa situação pode
gerar focos de violência no estádio. Esse negócio virou barril
de pólvora", justificou-se o assessor jurídico corintiano Luiz
Felipe Santoro, que notificou a
Polícia Militar e o Ministério
Público Estadual sobre a extrema situação de risco do jogo.
Em nota, a diretoria do São
Paulo admitiu "acirramento de
ânimos que em nada contribui
para a boa condução de um
evento esportivo", atribuindo o
problema ao Corinthians.
Dos ingressos que recebeu
-entre 6.500 e 6.800 -, a diretoria corintiana deu 4.200 para
as torcidas organizadas. Ou seja, todos os bilhetes mais baratos (R$ 40) ficaram nas mãos
desses grupos. "Não tenho condições de botar na bilheteria
apenas poucos ingressos porque daria confusão", afirmou o
supervisor de arrecadação do
Corinthians, Lúcio Blanco.
Seu clube venderá, no entanto, pouco mais de 2.000 para as
cadeiras especiais superiores
(no anel superior), por R$ 90.
"Por conta do preço, acho que
não teremos problema", defendeu-se Blanco.
Questionada, a polícia não
informou como funcionará a
segurança do clássico.
Colaborou EDUARDO ARRUDA ,
da Reportagem Local
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