São Paulo, sábado, 13 de fevereiro de 2010

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Palmeiras troca chutão por passe e se refina em 2010

Equipe toca, finaliza e dribla mais e melhor hoje do que na reta final do ano passado, quando insistia na ligação direta

Cansados, volantes Pierre e Márcio Araújo deverão ser poupados do confronto ante o vice-líder do Paulista, nesta noite, em Ribeirão Preto

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras deixou a truculência em 2009. Mesmo que ainda não encante seu torcedor, a equipe que hoje enfrentará o Botafogo, às 19h30, em Ribeirão Preto, é mais técnica do que a do ano passado.
O passe, fundamento que o treinador Muricy Ramalho tem elogiado seguidamente nas entrevistas, foi apenas um dos aspectos em que o time melhorou em relação à última temporada.
A reportagem fez um levantamento que compara os sete primeiros jogos do Palmeiras neste ano com os sete últimos de 2010. Dele, extrai-se que o time também aprimorou a finalização e o drible e diminuiu o número de faltas cometidas.
Ou seja, deixou de lado o estilo "pegador", tão valorizado atualmente, e vem buscando um futebol mais apurado.
Em relação aos passes, o Palmeiras tocava, em média, 265 vezes na bola por partida na reta final do Brasileiro-2009, contra os 368 toques atuais. E o aproveitamento, que já era bom (mais de 82%), ficou ainda melhor (87,8%).
Parte dessa mudança se deve à alteração no sistema de jogo. Muricy abriu mão do 3-5-2 e passou a utilizar o 4-4-2. Na prática, o técnico conta com um homem a mais no miolo da equipe, o que ajuda a evitar os temidos "chutões" de 2009.
Os números mostram que o time buscava a ligação direta seis vezes, em média, por confronto. Edmílson, que trocou o Parque Antarctica pela Espanha, era um dos que mais tentavam esse tipo de jogada. Agora, o Palmeiras reduziu pela metade o número de lançamentos.
Claro que somente a presença de mais um atleta no meio- -campo não seria a solução se a peça em questão, Márcio Araújo, não tivesse aproveitamento tão bom no fundamento. Segundo o Datafolha, ele acerta cerca de 92% dos toques dados.
O outro volante palmeirense, Pierre, erra somente cerca de 6% dos passes que arrisca.
Por isso a provável ausência da dupla hoje poderá prejudicar o time. Desgastados -eles atuaram em todas as partidas desta temporada-, os dois deverão ser poupados.
O Palmeiras também se aprimorou nos dribles. Antes eram 14 fintas por duelo. Agora são 20. O meia Diego Souza, por exemplo, busca esse recurso cinco vezes por jogo. Só perde para Neymar (sete), do Santos.
Mais técnico, o time tem abusado menos das faltas, apesar de a diferença não ser tão significativa (de 18 para 16) quanto nos demais quesitos. Sem tanta "pegada", os desarmes caíram de 108 para 100 a cada partida.
Por outro lado, a equipe tem finalizado com mais precisão. Cleiton Xavier, com três gols, é um dos destaques nesse ponto.


NA TV - Botafogo x Palmeiras
Sportv, ao vivo, às 19h30




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