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Palmeiras troca chutão por passe e se refina em 2010
Equipe toca, finaliza e dribla mais e melhor hoje do que na reta final do ano passado, quando insistia na ligação direta
Cansados, volantes Pierre e Márcio Araújo deverão ser poupados do confronto ante o vice-líder do Paulista, nesta noite, em Ribeirão Preto
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras deixou a truculência em 2009. Mesmo que
ainda não encante seu torcedor, a equipe que hoje enfrentará o Botafogo, às 19h30, em
Ribeirão Preto, é mais técnica
do que a do ano passado.
O passe, fundamento que o
treinador Muricy Ramalho tem
elogiado seguidamente nas entrevistas, foi apenas um dos aspectos em que o time melhorou
em relação à última temporada.
A reportagem fez um levantamento que compara os sete
primeiros jogos do Palmeiras
neste ano com os sete últimos
de 2010. Dele, extrai-se que o
time também aprimorou a finalização e o drible e diminuiu
o número de faltas cometidas.
Ou seja, deixou de lado o estilo "pegador", tão valorizado
atualmente, e vem buscando
um futebol mais apurado.
Em relação aos passes, o Palmeiras tocava, em média, 265
vezes na bola por partida na reta final do Brasileiro-2009,
contra os 368 toques atuais. E o
aproveitamento, que já era
bom (mais de 82%), ficou ainda
melhor (87,8%).
Parte dessa mudança se deve
à alteração no sistema de jogo.
Muricy abriu mão do 3-5-2 e
passou a utilizar o 4-4-2. Na
prática, o técnico conta com
um homem a mais no miolo da
equipe, o que ajuda a evitar os
temidos "chutões" de 2009.
Os números mostram que o
time buscava a ligação direta
seis vezes, em média, por confronto. Edmílson, que trocou o
Parque Antarctica pela Espanha, era um dos que mais tentavam esse tipo de jogada. Agora,
o Palmeiras reduziu pela metade o número de lançamentos.
Claro que somente a presença de mais um atleta no meio-
-campo não seria a solução se a
peça em questão, Márcio Araújo, não tivesse aproveitamento
tão bom no fundamento. Segundo o Datafolha, ele acerta
cerca de 92% dos toques dados.
O outro volante palmeirense,
Pierre, erra somente cerca de
6% dos passes que arrisca.
Por isso a provável ausência
da dupla hoje poderá prejudicar o time. Desgastados -eles
atuaram em todas as partidas
desta temporada-, os dois deverão ser poupados.
O Palmeiras também se aprimorou nos dribles. Antes eram
14 fintas por duelo. Agora são
20. O meia Diego Souza, por
exemplo, busca esse recurso
cinco vezes por jogo. Só perde
para Neymar (sete), do Santos.
Mais técnico, o time tem abusado menos das faltas, apesar
de a diferença não ser tão significativa (de 18 para 16) quanto
nos demais quesitos. Sem tanta
"pegada", os desarmes caíram
de 108 para 100 a cada partida.
Por outro lado, a equipe tem
finalizado com mais precisão.
Cleiton Xavier, com três gols, é
um dos destaques nesse ponto.
NA TV - Botafogo x Palmeiras
Sportv, ao vivo, às 19h30
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