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COPA 2006
Pressionada por jornais e agências, entidade derruba restrições à publicação de fotos durante jogos do Mundial
Fifa recua e desiste de controlar imagens
DA REPORTAGEM LOCAL
Após pressão da Associação
Mundial de Jornais (WAN), a Fifa
derrubou as limitações impostas
à publicação de imagens durante
a Copa-2006. Comunicado nesse
sentido será divulgado hoje.
Com o argumento de querer
preservar veículos de mídia que
pagaram por direitos de transmissão, a entidade máxima do futebol havia determinado severas
restrições ao uso de fotos por jornais e sites. Entre outras, proibia a
publicação de fotos na internet
durante e até duas horas após as
partidas e ainda limitava a quantidade -dez por jogo e mais quatro em caso de prorrogação.
No caso dos jornais, imagens
publicadas não podiam ser sobrepostas por títulos. As regras condicionavam a obtenção e a própria manutenção das credenciais
de imprensa para o Mundial.
A decisão anunciada hoje foi tomada após reunião entre o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o
diretor-geral da WAN, Timothy
Balding, em tom bem diferente
das cartas abertas que trocaram
nas últimas semanas, quando as
negociações chegaram a ser interrompidas. "Entendemos que a
publicação de imagens e de textos
têm que ser tratadas da mesma
forma. Pela política de manutenção da transparência de informação, que respeita a liberdade de
imprensa", afirma agora Blatter.
"A Fifa apóia os tradicionais valores de liberdade de imprensa e
preserva o livre fluxo de informações", diz Balding, que contou
com o apoio de agências internacionais, como AP, Reuters e Efe.
O grupo liderou o protesto contra a Fifa, defendendo que as restrições atentavam contra a liberdade de imprensa. Negociações
entre as duas partes foram abertas, mas o diálogo foi tenso. A entidade chegou a recuar em algumas medidas, incluindo a que afetava os títulos, mas não abriu mão
da proibição de fotos durante os
jogos. A Fifa insinuou cobrar pelo
credenciamento de jornalistas.
Disse ainda que a preocupação
do grupo era na verdade comercial. WAN e agências então decidiram pressionar patrocinadores
da Copa e políticos europeus.
Aparentemente, funcionou.
"É com satisfação que anuncio
que foi possível rever nossa posição inicial e reconhecer os justificados pedidos da WAN", declara
Blatter no comunicado em que
abdica de todas as restrições. Balding comenta: "Sabemos que não
foi uma decisão fácil para a Fifa".
Pelo acordo anunciado, a WAN
assume um lugar no Comitê de
Mídia da Fifa, órgão responsável
pelas regras de mídia das competições organizadas pela entidade.
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