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A 4 meses da abertura, operários viram a noite
Prefeito do Rio afirma que apenas terremoto ou tsunami impediriam a conclusão das arenas previstas para o autódromo a tempo
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A exatos quatro meses para a
abertura do Pan, os canteiros
de obras dos principais centros
esportivos que vão abrigar os
Jogos estão funcionando durante 24 horas.
Centenas de operários viram
a noite para deixar prontos o
estádio olímpico João Havelange e as arenas dos Complexos do Autódromo, do Maracanã e de Deodoro até 13 de julho,
dia do início do evento.
Todas as obras deveriam ser
entregues em dezembro, de
acordo com planejamento inicial do Co-Rio (comitê organizador dos Jogos). Na quinta-feira, mais de 100 homens trabalhavam no Maracanãzinho
de madrugada. Em meio a muita poeira e calor, operários concretavam parte das arquibancada do ginásio, cuja reforma se
arrasta por cerca de cinco anos.
A arena abrigará jogos de vôlei.
Eles trabalham todos os dias
de 19h até 5h da madrugada do
dia seguinte. Um operário que
não quis se identificar temendo
represália das construtoras envolvidas na obra narra que,
quando começou a trabalhar lá,
não acreditava que as obras ficariam prontas, diferentemente do que pensa hoje.
A reforma do ginásio é feita
pelo governo estadual, com
parte de recursos federais. O
próprio governador, Sérgio Cabral, admitiu que, se não fosse o
dinheiro federal, o local não ficaria pronto para o Pan.
No estádio João Havelange e
nos outros dois complexos esportivos que estão sendo erguidos para o evento, a situação é
similar à do Maracanãzinho.
Local de disputa de cinco
modalidades esportivas nos Jogos, o Complexo de Deodoro
também está funcionando em
ritmo acelerado. A obra é de
responsabilidade do governo
federal, principal financiador
do Pan. Desde janeiro, operários trabalham na madrugada
para cumprir o prazo.
A obra só começou em agosto
por atrasos em licitações -problema que agora afeta a Marina
da Glória, cuja concorrência
ainda não foi iniciada.
No João Havelange, 2.758
homens se revezam em turnos
de 10 horas para entregá-lo
pronto no final de junho, prazo
dado pelo consórcio (e menos
de um mês antes da abertura).
O estádio deveria ser entregue em 2005 e vai custar R$
380 milhões. Em 2003, a previsão era R$ 74 milhões.
Já o complexo do Autódromo, que contará com um novo
ginásio, um parque aquático e
um velódromo, deverá ser entregue no final de maio, segundo o prefeito Cesar Maia.
Ele disse que optou por realizar as obras no estádio e no
Complexo do Autódromo até
de madrugada ""para criar uma
margem de segurança mais flexível com vistas a nos prevenir
de chuvas e trovoadas".
""Não vindo terremoto e tsunami, certamente sim", disse
Maia, ao ser questionado se os
dois centros esportivos estarão
prontos até o Pan.
O orçamento dos Jogos está
estourado. A competições custará aos cofres públicos (União,
Estado e município) R$ 3,2 bilhões, 684% a mais do que os
R$ 409 milhões definidos em
2002, quando o Rio ganhou o
direito de sediar o Pan.
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