São Paulo, terça-feira, 13 de março de 2007

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A 4 meses da abertura, operários viram a noite

Prefeito do Rio afirma que apenas terremoto ou tsunami impediriam a conclusão das arenas previstas para o autódromo a tempo

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A exatos quatro meses para a abertura do Pan, os canteiros de obras dos principais centros esportivos que vão abrigar os Jogos estão funcionando durante 24 horas.
Centenas de operários viram a noite para deixar prontos o estádio olímpico João Havelange e as arenas dos Complexos do Autódromo, do Maracanã e de Deodoro até 13 de julho, dia do início do evento.
Todas as obras deveriam ser entregues em dezembro, de acordo com planejamento inicial do Co-Rio (comitê organizador dos Jogos). Na quinta-feira, mais de 100 homens trabalhavam no Maracanãzinho de madrugada. Em meio a muita poeira e calor, operários concretavam parte das arquibancada do ginásio, cuja reforma se arrasta por cerca de cinco anos. A arena abrigará jogos de vôlei.
Eles trabalham todos os dias de 19h até 5h da madrugada do dia seguinte. Um operário que não quis se identificar temendo represália das construtoras envolvidas na obra narra que, quando começou a trabalhar lá, não acreditava que as obras ficariam prontas, diferentemente do que pensa hoje.
A reforma do ginásio é feita pelo governo estadual, com parte de recursos federais. O próprio governador, Sérgio Cabral, admitiu que, se não fosse o dinheiro federal, o local não ficaria pronto para o Pan.
No estádio João Havelange e nos outros dois complexos esportivos que estão sendo erguidos para o evento, a situação é similar à do Maracanãzinho.
Local de disputa de cinco modalidades esportivas nos Jogos, o Complexo de Deodoro também está funcionando em ritmo acelerado. A obra é de responsabilidade do governo federal, principal financiador do Pan. Desde janeiro, operários trabalham na madrugada para cumprir o prazo.
A obra só começou em agosto por atrasos em licitações -problema que agora afeta a Marina da Glória, cuja concorrência ainda não foi iniciada.
No João Havelange, 2.758 homens se revezam em turnos de 10 horas para entregá-lo pronto no final de junho, prazo dado pelo consórcio (e menos de um mês antes da abertura).
O estádio deveria ser entregue em 2005 e vai custar R$ 380 milhões. Em 2003, a previsão era R$ 74 milhões.
Já o complexo do Autódromo, que contará com um novo ginásio, um parque aquático e um velódromo, deverá ser entregue no final de maio, segundo o prefeito Cesar Maia.
Ele disse que optou por realizar as obras no estádio e no Complexo do Autódromo até de madrugada ""para criar uma margem de segurança mais flexível com vistas a nos prevenir de chuvas e trovoadas".
""Não vindo terremoto e tsunami, certamente sim", disse Maia, ao ser questionado se os dois centros esportivos estarão prontos até o Pan.
O orçamento dos Jogos está estourado. A competições custará aos cofres públicos (União, Estado e município) R$ 3,2 bilhões, 684% a mais do que os R$ 409 milhões definidos em 2002, quando o Rio ganhou o direito de sediar o Pan.


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