São Paulo, domingo, 13 de março de 2011

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JUCA KFOURI

Twitter, com moderação


Se jornalistas se atrapalham com as novidades internéticas, imagine os jogadores


É CADA vez mais frequente que tuitadas de jogadores de futebol causem crises e polêmicas. E até escândalos, quando envolvem sexo.
Sem câmara e com câmara.
Lá atrás, já houve de tudo no mundo da grande rede envolvendo gente do futebol.
Desde a famosa loira felina que arranhou a imagem de pelo menos um técnico de unhas polidas e de jogadores da seleção brasileira, até a mulher e o assessor de imprensa de Kaká, que criticaram o técnico Manuel Pellegrini, então no Real Madrid.
Para não falar das críticas dos meninos da Vila Belmiro a Robinho e a frase do goleiro santista Felipe, que disse gastar mais com a ração de seu cachorro do que o salário ganho pelo internauta que o criticou numa sessão de bate-papo.
Agora mesmo, na semana que passou, Jucilei gozou o resultado da Gaviões da Fiel no Carnaval paulistano, e Kleber desabafou para cima de Felipão.
Ronaldo Fenômeno já perdeu a cabeça com Casagrande e já contra-argumentou com o direito que tem de se expressar, como fazemos nós, jornalistas.
Note que, entre os citados por gafes ou exageros, há um jornalista, embora do outro lado do balcão - assessor de imprensa.
Mas há mais. Há jornalistas que, chocados com o grau de agressividade dos comentaristas em blogs, acharam melhor parar com a brincadeira.
Dou, aqui, um depoimento pessoal: nada me surpreendeu tanto em minha vida de mais de 40 anos na profissão do que o tal do blog. Mais: se eu soubesse, não teria feito um.
Porque o blog escraviza, como se obrigasse a não parar de produzir, de trabalhar.
Twitter, então, que não tenho e permaneço firme na decisão de não ter, assim como o Facebook, deve ser pior, e tem jornalista que só falta dizer o que está indo fazer no banheiro.
A quem interessa, não sei, embora o número de seguidores dos que, portanto, se interessam, muitas vezes seja estonteante.
E não quero fazer coro aqui com os que dizem que pé de atleta tem cura, mas cabeça não.
Apenas recomendo fortemente que se pense antes de tuitar. Porque fica mal alegar que foi "raqueado", como fez Jucilei diante da indignação, injustificada, diga-se, dos gaviões.
Afinal, se palavras calam, se palavras ferem, pior ainda fazem pedradas e socos.
Mas também elas, as palavras, devem ser usadas com moderação.

blogdojuca@uol.com.br


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