São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2004

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TÊNIS

Tenista mantém boicote em julho, se não houver troca da diretoria da CBT

Imbróglio jurídico ameaça tirar Guga de novo da Davis

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a eliminação do Zonal Americano da Copa Davis, o Brasil pode ficar sem Gustavo Kuerten também na repescagem contra a Venezuela, em julho.
Hoje, o tenista dará entrevista coletiva em Camboriú (SC), mas vai reiterar que não jogará o torneio enquanto Nelson Nastás continuar à frente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis).
Sem suas estrelas, o Brasil perdeu para o Paraguai por 3 a 2. O duelo foi encerrado anteontem, na Costa do Sauípe (BA). Agora, o país pega a Venezuela fora de casa. Se perder, se aproxima ainda mais da terceira divisão.
O problema é que a eleição, marcada para 15 de maio, pode virar um imbróglio jurídico e se arrastar por mais alguns meses.
Os dois lados dizem que o objetivo é a substituição de comando na CBT já em maio. Porém ainda não houve consenso sobre como será feita a passagem de poder.
"O Nelson já firmou compromisso em cartório de que irá renunciar no dia seguinte à eleição", diz Carlos Alberto Martelotte, superintendente da confederação.
Para Jorge Lacerda da Rosa, presidente da Federação Catarinense de Tênis e principal articulador da oposição, é necessário outro procedimento. "Não dá para fazermos uma disputa sem o cargo estar vago. É necessário que o Nelson deixe a CBT um dia antes da eleição", afirma o dirigente.
No sábado, 18 federações estaduais assinaram um pedido, após reunião na Costa do Sauípe, com três itens a serem ratificados na Assembléia Geral da CBT, marcada para o dia 30, em São Paulo.
Além de solicitar que o presidente deixe o cargo antes da eleição, o grupo quer que o pleito siga o estatuto de 1993, que prevê a presença de dois vice-presidentes em cada chapa e que as 25 federações tenham direito de votar.
Nastás já disse que a federação de Tocantins, por não ser oficialmente filiada, ficaria de fora. Já Antonio Jurado Luque, vice-presidente jurídico da CBT, afirmou que só nove filiadas estariam habilitadas a participar do pleito.
"Esperamos que esses termos que estamos propondo sejam aprovados na assembléia da confederação para que possamos definir tudo em maio", declara Rosa. Ele diz que o pedido também teve o apoio de BA, PR, SP e MT, que não assinaram o documento.
A crise na CBT, além de afastar as estrelas do país da Davis, gerou prejuízo para a Octagon Kock Tavares, organizadora do confronto entre Brasil e Paraguai. Segundo Martelotte, da CBT, uma disputa como a do último fim de semana custa cerca de R$ 350 mil.
"Mas para montar uma estrutura dessa na Bahia, as despesas são maiores. Ainda bem que já tínhamos assinado com eles antes de todo o problema", diz Martelotte.
Procurado pela Folha, Luis Felipe Tavares, da empresa promotora do evento, não foi localizado.


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