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TÊNIS
Tenista mantém boicote em julho, se não houver troca da diretoria da CBT
Imbróglio jurídico ameaça tirar Guga de novo da Davis
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a eliminação do Zonal
Americano da Copa Davis, o Brasil pode ficar sem Gustavo Kuerten também na repescagem contra a Venezuela, em julho.
Hoje, o tenista dará entrevista
coletiva em Camboriú (SC), mas
vai reiterar que não jogará o torneio enquanto Nelson Nastás
continuar à frente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis).
Sem suas estrelas, o Brasil perdeu para o Paraguai por 3 a 2. O
duelo foi encerrado anteontem,
na Costa do Sauípe (BA). Agora, o
país pega a Venezuela fora de casa. Se perder, se aproxima ainda
mais da terceira divisão.
O problema é que a eleição,
marcada para 15 de maio, pode virar um imbróglio jurídico e se arrastar por mais alguns meses.
Os dois lados dizem que o objetivo é a substituição de comando
na CBT já em maio. Porém ainda
não houve consenso sobre como
será feita a passagem de poder.
"O Nelson já firmou compromisso em cartório de que irá renunciar no dia seguinte à eleição",
diz Carlos Alberto Martelotte, superintendente da confederação.
Para Jorge Lacerda da Rosa,
presidente da Federação Catarinense de Tênis e principal articulador da oposição, é necessário
outro procedimento. "Não dá para fazermos uma disputa sem o
cargo estar vago. É necessário que
o Nelson deixe a CBT um dia antes da eleição", afirma o dirigente.
No sábado, 18 federações estaduais assinaram um pedido, após
reunião na Costa do Sauípe, com
três itens a serem ratificados na
Assembléia Geral da CBT, marcada para o dia 30, em São Paulo.
Além de solicitar que o presidente deixe o cargo antes da eleição, o grupo quer que o pleito siga
o estatuto de 1993, que prevê a
presença de dois vice-presidentes
em cada chapa e que as 25 federações tenham direito de votar.
Nastás já disse que a federação
de Tocantins, por não ser oficialmente filiada, ficaria de fora. Já
Antonio Jurado Luque, vice-presidente jurídico da CBT, afirmou
que só nove filiadas estariam habilitadas a participar do pleito.
"Esperamos que esses termos
que estamos propondo sejam
aprovados na assembléia da confederação para que possamos definir tudo em maio", declara Rosa. Ele diz que o pedido também
teve o apoio de BA, PR, SP e MT,
que não assinaram o documento.
A crise na CBT, além de afastar
as estrelas do país da Davis, gerou
prejuízo para a Octagon Kock Tavares, organizadora do confronto
entre Brasil e Paraguai. Segundo
Martelotte, da CBT, uma disputa
como a do último fim de semana
custa cerca de R$ 350 mil.
"Mas para montar uma estrutura dessa na Bahia, as despesas são
maiores. Ainda bem que já tínhamos assinado com eles antes de
todo o problema", diz Martelotte.
Procurado pela Folha, Luis Felipe Tavares, da empresa promotora do evento, não foi localizado.
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