São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2006

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Maracanã bate recorde e atrapalha o Pan carioca

Com os 60 jogos que irá abrigar no Campeonato Brasileiro, estádio terá novo motivo para atrasar remodelação prevista para os Jogos de 2007

KLEBER TOMAZ
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele está de volta. Só que exageraram na dose, e as obras dos Jogos Pan-Americanos de 2007 ganharam novo problema. Ainda em reformas, o Maracanã abrigará, segundo a tabela divulgada pela CBF, 60 jogos do Brasileiro-2006.
Nunca antes o campo, o mais usado na história da competição e que ainda vai comportar duelos pela Copa do Brasil, teve tantas partidas em uma só edição.
Nada menos do que 16% dos confrontos da versão que começa no sábado serão no Maracanã. Isso é o dobro da participação do estádio até o ano passado.
Depois do campo carioca, a arena com mais jogos no Nacional será o Morumbi, com só 21 duelos. Com esses números, o Maracanã volta a ser o palco preferencial da CBF para o Brasileiro em uma edição do certame após três anos, ultrapassando o Mineirão.
Até quem não queria jogar no mais famoso gramado brasileiro, como o caso do Vasco nos clássicos, não conseguiu fugir dele -o time cogita até recorrer ao "tapetão" para atuar em São Januário.
Na última rodada, quando os confrontos precisam ser realizados no mesmo horário, estão previstas duas partidas para o Maracanã (Fluminense x Palmeiras e Flamengo x São Caetano).
E quem for ao estádio irá encontrar um gramado novo e obras pela metade -como quase tudo no Pan carioca, a remodelação está atrasada (a primeira fase foi entregue três meses após o prazo). O Maracanã será palco do futebol e da festa de abertura e encerramento dos Jogos, que começam em julho de 2007.
A obra completa, prevista para o fim de dezembro, também não deve ficar pronta a tempo, já que a cada jogo nacional é preciso limpar e retirar os trabalhadores.
A Suderj, órgão do governo do Rio responsável pelo Maracanã, reconhece que o excesso de jogos influi no cronograma da reforma.
Segundo Sérgio Antonio Machado Emilião, presidente da Suderj, o fato de o Maracanã ter sido aberto para as partidas nesta temporada fez a empresa contratada para realizar as obras diminuir o ritmo de trabalho.
"Desde janeiro, quando o Maracanã foi aberto para o Estadual do Rio, tiramos o pé do acelerador. E agora, se não houvesse os jogos do Brasileiro lá, em julho de 2006 estaríamos concluindo as obras."
O Co-Rio, comitê que organiza o Pan, diz confiar que o local ficará pronto no prazo. O custo das reformas do complexo do Maracanã (estádio, Parque Aquático, ginásio do Maracanãzinho e pista de atletismo) é de R$ 81 milhões.
Mesmo com capacidade reduzida (44 mil lugares) e suas altas taxas de aluguel, Botafogo, Flamengo e Fluminense não hesitaram em voltar ao estádio. "É mais favorável jogar no Maracanã. Nosso poder de arrecadação irá melhorar", diz Eduardo Manhaes, diretor de futebol flamenguista.


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