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Maracanã bate recorde e atrapalha o Pan carioca
Com os 60 jogos que irá abrigar no Campeonato Brasileiro, estádio terá novo motivo para atrasar remodelação prevista para os Jogos de 2007
KLEBER TOMAZ
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele está de volta. Só que exageraram na dose, e as obras dos Jogos
Pan-Americanos de 2007 ganharam novo problema. Ainda em
reformas, o Maracanã abrigará,
segundo a tabela divulgada pela
CBF, 60 jogos do Brasileiro-2006.
Nunca antes o campo, o mais
usado na história da competição e
que ainda vai comportar duelos
pela Copa do Brasil, teve tantas
partidas em uma só edição.
Nada menos do que 16% dos
confrontos da versão que começa
no sábado serão no Maracanã. Isso é o dobro da participação do
estádio até o ano passado.
Depois do campo carioca, a arena com mais jogos no Nacional
será o Morumbi, com só 21 duelos. Com esses números, o Maracanã volta a ser o palco preferencial da CBF para o Brasileiro em
uma edição do certame após três
anos, ultrapassando o Mineirão.
Até quem não queria jogar no
mais famoso gramado brasileiro,
como o caso do Vasco nos clássicos, não conseguiu fugir dele -o
time cogita até recorrer ao "tapetão" para atuar em São Januário.
Na última rodada, quando os
confrontos precisam ser realizados no mesmo horário, estão previstas duas partidas para o Maracanã (Fluminense x Palmeiras e
Flamengo x São Caetano).
E quem for ao estádio irá encontrar um gramado novo e obras pela metade -como quase tudo no
Pan carioca, a remodelação está
atrasada (a primeira fase foi entregue três meses após o prazo). O
Maracanã será palco do futebol e
da festa de abertura e encerramento dos Jogos, que começam
em julho de 2007.
A obra completa, prevista para
o fim de dezembro, também não
deve ficar pronta a tempo, já que a
cada jogo nacional é preciso limpar e retirar os trabalhadores.
A Suderj, órgão do governo do
Rio responsável pelo Maracanã,
reconhece que o excesso de jogos
influi no cronograma da reforma.
Segundo Sérgio Antonio Machado Emilião, presidente da Suderj, o fato de o Maracanã ter sido
aberto para as partidas nesta temporada fez a empresa contratada
para realizar as obras diminuir o
ritmo de trabalho.
"Desde janeiro, quando o Maracanã foi aberto para o Estadual do
Rio, tiramos o pé do acelerador. E
agora, se não houvesse os jogos
do Brasileiro lá, em julho de 2006
estaríamos concluindo as obras."
O Co-Rio, comitê que organiza
o Pan, diz confiar que o local ficará pronto no prazo. O custo das
reformas do complexo do Maracanã (estádio, Parque Aquático,
ginásio do Maracanãzinho e pista
de atletismo) é de R$ 81 milhões.
Mesmo com capacidade reduzida (44 mil lugares) e suas altas taxas de aluguel, Botafogo, Flamengo e Fluminense não hesitaram
em voltar ao estádio. "É mais favorável jogar no Maracanã. Nosso
poder de arrecadação irá melhorar", diz Eduardo Manhaes, diretor de futebol flamenguista.
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