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Morumbi repete falhas de estádios acanhados
Campo tem gramado ruim e neutralidade colocada em xeque por adversários
Donos da casa não abrem mão de utilizar vestiário principal e dominam banco em que fazer pressão sobre o bandeirinha é mais fácil
DA REPORTAGEM LOCAL
Pivô da maior polêmica que
antecedeu a semifinal entre
São Paulo e Palmeiras, o Morumbi é visto por seus proprietários como único estádio capaz de abrigar um jogo decisivo
entre grandes, como o de hoje.
Porém, para o torcedor, o estádio são-paulino não costuma
apresentar os tais "diferenciais". Filas para comprar ingressos, brigas entre facções de
torcidas rivais e dificuldades de
acomodação, problemas comuns em arenas brasileiras,
afetam também o Morumbi.
Até o gramado, que já foi até
eleito por jogadores e técnicos
como o melhor do país, hoje
tem sofrido muitas críticas.
Nesta temporada, jogadores
do próprio São Paulo já se queixaram do estado do campo que,
segundo eles, está abaixo da
qualidade de outros anos.
Um dos argumentos apresentados é o excesso de jogos
no estádio. Em 2008, além de
abrigar partidas do time da casa, o Morumbi tem servido ao
Corinthians, que, sem o Pacaembu, optou por adotar a
arena são-paulina.
Em pouco mais de quatro
meses, foram disputadas 24
partidas no estádio. Pelo Paulista, foram 21 jogos em 19 rodadas da primeira fase.
No mesmo período do ano
passado, o gramado foi bem
menos castigado. Recebeu apenas dez duelos pelo Estadual,
com as mesmas 19 rodadas na
primeira fase do torneio.
Mas, apesar do uso constante
do campo, a diretoria são-paulina alega que as condições de
jogo em seu estádio ainda são
superiores. "O gramado ainda é
bem melhor do que os de outros estádios. Está em boa condição", afirma o superintendente Marco Aurélio Cunha.
Outro ponto que ultimamente tem gerado reclamação de
membros de outros clubes com
relação ao estádio são-paulino
é a neutralidade da arena.
A opinião de Zé Luis, que pode voltar hoje ao time do São
Paulo, não deixa dúvidas sobre
a prevalência de sua equipe no
local. "Este é o jogo ideal para
vencermos. No Morumbi, a
gente tem que ter força", disse.
A questão permeou a discussão entre os donos do estádio e
seus rivais de hoje, que defendem que, apesar de já terem jogado diversas vezes no Morumbi, o estádio não é neutro, mas
sim a casa do São Paulo.
Argumentos não faltam. O
São Paulo, por exemplo, não
abre mão de usar o vestiário
número um -é maior e tem as
melhores acomodações.
Outra crítica é com relação à
disposição do banco de reservas. O São Paulo costuma ficar
sempre com o banco mais próximo do bandeirinha, o que, na
teoria, dá margem para que seu
treinador exerça pressão sobre
a arbitragem. Os são-paulinos
discordam. Dizem enxergar
neutralidade suficiente em seu
estádio para receber clássicos
mesmo quando o time não é o
mandante da partida.
O fato é que nesta tarde o
Morumbi não será neutro. Apenas 8.800 torcedores palmeirenses terão direito de entrar
na arena.
(PAULO COBOS, PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)
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