São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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Morumbi repete falhas de estádios acanhados

Campo tem gramado ruim e neutralidade colocada em xeque por adversários

Donos da casa não abrem mão de utilizar vestiário principal e dominam banco em que fazer pressão sobre o bandeirinha é mais fácil


DA REPORTAGEM LOCAL

Pivô da maior polêmica que antecedeu a semifinal entre São Paulo e Palmeiras, o Morumbi é visto por seus proprietários como único estádio capaz de abrigar um jogo decisivo entre grandes, como o de hoje.
Porém, para o torcedor, o estádio são-paulino não costuma apresentar os tais "diferenciais". Filas para comprar ingressos, brigas entre facções de torcidas rivais e dificuldades de acomodação, problemas comuns em arenas brasileiras, afetam também o Morumbi.
Até o gramado, que já foi até eleito por jogadores e técnicos como o melhor do país, hoje tem sofrido muitas críticas.
Nesta temporada, jogadores do próprio São Paulo já se queixaram do estado do campo que, segundo eles, está abaixo da qualidade de outros anos.
Um dos argumentos apresentados é o excesso de jogos no estádio. Em 2008, além de abrigar partidas do time da casa, o Morumbi tem servido ao Corinthians, que, sem o Pacaembu, optou por adotar a arena são-paulina.
Em pouco mais de quatro meses, foram disputadas 24 partidas no estádio. Pelo Paulista, foram 21 jogos em 19 rodadas da primeira fase.
No mesmo período do ano passado, o gramado foi bem menos castigado. Recebeu apenas dez duelos pelo Estadual, com as mesmas 19 rodadas na primeira fase do torneio.
Mas, apesar do uso constante do campo, a diretoria são-paulina alega que as condições de jogo em seu estádio ainda são superiores. "O gramado ainda é bem melhor do que os de outros estádios. Está em boa condição", afirma o superintendente Marco Aurélio Cunha.
Outro ponto que ultimamente tem gerado reclamação de membros de outros clubes com relação ao estádio são-paulino é a neutralidade da arena.
A opinião de Zé Luis, que pode voltar hoje ao time do São Paulo, não deixa dúvidas sobre a prevalência de sua equipe no local. "Este é o jogo ideal para vencermos. No Morumbi, a gente tem que ter força", disse.
A questão permeou a discussão entre os donos do estádio e seus rivais de hoje, que defendem que, apesar de já terem jogado diversas vezes no Morumbi, o estádio não é neutro, mas sim a casa do São Paulo.
Argumentos não faltam. O São Paulo, por exemplo, não abre mão de usar o vestiário número um -é maior e tem as melhores acomodações.
Outra crítica é com relação à disposição do banco de reservas. O São Paulo costuma ficar sempre com o banco mais próximo do bandeirinha, o que, na teoria, dá margem para que seu treinador exerça pressão sobre a arbitragem. Os são-paulinos discordam. Dizem enxergar neutralidade suficiente em seu estádio para receber clássicos mesmo quando o time não é o mandante da partida.
O fato é que nesta tarde o Morumbi não será neutro. Apenas 8.800 torcedores palmeirenses terão direito de entrar na arena. (PAULO COBOS, PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)


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