São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

Só Cristian salva


Mentira! Além do autor do gol redentor, Elias também foi extraordinário, em jogo que teve dois Rogério Ceni


O PACAEMBU viveu uma tarde de paradoxos. Ronaldo apareceu mais pela violência, e Rogério Ceni alternou momentos de grande goleiro que é e de frangueiro que nunca foi.
Jorge Wagner errou mais do que acertou, Elias era o nome do jogo, mas Cristian tirou dele a honraria. A primeira surpresa do jogo aconteceu antes mesmo de o jogo começar. Porque Mano Menezes surpreendeu ao sair dos seus cuidados e escalar um Corinthians ofensivo, com três atacantes, contra os três zagueiros habituais de Muricy Ramalho, que nesta Páscoa optou por jogar com dois atacantes.
A primeira participação de Ronaldo, aos 7min, foi calamitosa: um pisão criminoso no tornozelo de André Dias, que merecia expulsão. Aos 25min, Jorge Wagner botou na área, Miranda, ligeiramente impedido, empurrou Chicão e abriu o marcador, num gol que é a marca registrada do São Paulo. A resposta corintiana foi pronta, imediata, três minutos depois: Elias entrou pela área tricolor e tocou de bico para deixar Rogério Ceni órfão de pai e mãe.
Até o gol são-paulino, na verdade, nada indicava que aconteceriam dois gols assim tão aparentemente naturais, apesar da falta no do 1 a 0.
Porque o jogo era muito marcado, tenso, pouco emocionante, nada que lembrasse o de sábado, na Vila Belmiro, entre Santos e Palmeiras. O São Paulo perdeu Arouca, machucado, trocado por Joílson, e, fruto de uma furada de Alessandro, Borges perdeu gol certo, com excelente defesa de Felipe. No penúltimo minuto, Hernanes bateu escanteio, e Miranda cabeceou para quase marcar seu segundo gol, desta vez sem falta, mas Elias tirou na linha fatal, no que pode ser considerado o segundo gol do corintiano, porque Felipe já estava mais que batido.
No começo do segundo tempo, foi a vez de Rogério Ceni impedir um gol imperdível de Ronaldo e de a arbitragem fazer nova lambança ao expulsar André Dias por um choque normal com Elias.
Então, o jogo pegou fogo. E Jorge Henrique chutou para fora embaixo da trave. Naturalmente, o Corinthians foi para a pressão, mesmo sob o risco dos contra-ataques ou dos arremates de longe de Jorge Wagner. Aos 29min, a trave salvou Rogério Ceni de levar mais um frango mirabolante, numa bola largada em chute de Douglas, de fora da área. Mas, oito minutos depois, Rogério fez milagre em pancada de Elias de dentro da área, embora, em cobrança fraca de falta por Chicão, tenha, outra vez, largado bola boba.
O jogo se encaminhava para o empate que o São Paulo queria e que o Corinthians sabia ter sabor de derrota, não só por ter um jogador a mais mas também porque jogava "em casa", como, sobretudo, porque não poderia jogar pelo empate no Morumbi, na partida de volta.
Mas, no derradeiro minuto, Cristian roubou de Jorge Wagner, que já havia errado no lance da expulsão exagerada de André Dias. E, caprichoso, enfiou a bola de maneira extraordinária no canto de Rogério, que, aí, nem se fosse mesmo dois pegaria.
Era a vitória prevista para o time não favorito...

blogdojuca@uol.com.br


Texto Anterior: Tênis: Ex-líderes do ranking encerram jejum
Próximo Texto: Corinthians e Ronaldo ferem São Paulo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.