São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2010

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sem revolução

Clubes derrotam CBF, mas negociarão com ela

Clube dos 13 reelege Fábio Koff contra Kléber Leite, apoiado por confederação

Grupo vencedor defende mudanças no calendário e em campeonatos, porém, sem ter poder legal, tentará falar com Ricardo Teixeira

Zanone Fraissat/Folha Imagem
Fábio Koff, reeleito para mais um mandato no comando do C13, ontem, na sede da entidade

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos grandes times brasileiros derrotou a CBF em disputa pela presidência do Clube dos 13. Foi reeleito Fábio Koff contra o opositor Kléber Leite, apoiado pela confederação. O placar, 12 a 8, mostrou a divisão entre os cartolas.
O candidato vencedor triunfou com promessa de mudanças no futebol nacional, como alterações no calendário e uma possível formação de uma liga para organizar o Brasileiro.
Mas esses planos esbarram na confederação, que tem, pela lei e por regulamentos do esporte, o poder sobre os principais campeonatos do país. Por isso, o discurso do gremista Koff e aliados propõe mudanças, mas não ruptura com a entidade. Ao contrário, eles querem se aproximar da CBF.
A confederação não deu sinais se aceitará conversar. Questionado por sua assessoria, o presidente da confederação, Ricardo Teixeira, limitou- -se a dizer: "Parabéns [a Koff] e que cumpra as promessas".
Para ter poder de fogo, o C13 vai tentar englobar os integrantes da Série B, a segunda divisão do Brasileiro. A intenção é oferecer ajuda para reformar o contrato de TV da Segundona, em poder da CBF, e fazer uma mudança estatutária para incorporá-los. Isso aumentaria de 20 para 40 seus membros.
"Daí para a liga não é difícil. Há os obstáculos que a CBF coloca. Mas não podemos ter relação de subordinação à entidade. Respeito à hierarquia, sim", argumentou Koff.
Apesar de falar em liga, o dirigente reconheceu que a lei dá à confederação a prerrogativa de estabelecer o calendário do futebol. Campeonatos de uma liga, portanto, ficam sem espaço sem o aval da confederação.
"Depois de hoje [ontem], os clubes saíram dessa eleição independentes. Não vejo por que não haver aproximação com a CBF", disse o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalhil.
A tentativa de negociar com a confederação não se dará por meio de Koff. Após a eleição, dirigentes já articulavam um grupo para conversar com a CBF.
Cartolas dos clubes que defenderam a candidatura de Leite devem servir como intermediários, pois também querem maior participação deles nas decisões sobre o futebol.
"Espero que [Koff] cumpra o que falou. Melhore mais a relação na Conmebol, cobre da CBF, comece a ver uma liga", declarou o presidente do Corinthians, Andres Sanchez.
Como opositor, Leite prometia a liga, com o aval da CBF. "Foi bom que deu uma sacudidela", declarou o flamenguista.
Antes de ir à CBF, o C13 deve fazer uma reunião interna, que deve ser no Flamengo, para estabelecer uma pauta de reivindicações, até porque não há consenso sobre os temas.
Entre os dirigentes, há discussões sobre a redução dos Estaduais, o aumento de pré-temporada e um tempo para realizar amistosos, a adaptação do calendário nacional ao europeu e as negociações de cotas da Copa do Brasil e da Libertadores.
"Não tenho essa opinião definida [sobre calendário]. Mas acho que tem que ter mais participação, mais influência", defendeu a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim.


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